Capítulo IV *

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VIVIAN

Encostei a porta do meu quarto e entrei, com uma leve expressão de tristeza no rosto. Eu poderia ser o que fosse, mas uma parte de mim odiava ser criticada pelos outros. As palavras deles me afetavam, e eu não conseguia aceitar isso. Por que todos podiam ser tão insensíveis? Por que eu não conseguia simplesmente não me importar? Eu pensei que tinha aprendido a minha lição, mas parece que eu sempre acabava fracassando.
 
Andei lentamente até à minha cama e, ao me aproximar, percebi que algo estava fora do lugar. O travesseiro não estava na mesma posição que eu o tinha deixado, e a colcha estava levemente amassada. Franzi a testa e olhei com atenção para todos os detalhes do meu quarto.
 
Sai do meu quarto e, depois de alguns minutos, ouvi um barulho vindo do meu interior. O som era de passos leves, como se alguém estivesse andando com cuidado para não fazer barulho.
 
Meu coração começou a bater mais rápido, e eu senti um frio na barriga. Agora estava na cara que alguém estava no meu quarto.

Rapidamente, voltei para o meu quarto e abri a porta calmamente.

— Aí está você — apontei para a rainha do gelo, que estava sentada na minha cama.

— Ah, você me pegou — Rebekah disse, sorrindo de forma maliciosa.

— Gostaria de explicar porque você está invadindo a minha privacidade? — perguntei, sentindo a minha raiva crescer.

— Preciso mesmo de explicar? —levantou-se da cama. — Você é uma vadia mentirosa.

— Você tem provas para me estar a acusar desse jeito? — pronunciei, tentando manter a calma.

— Não, mas e aí, o que você acha que estava fazendo do seu quarto? — aproximou-se de mim. — Apreciando a vista?

— Talvez para ser sarcástica? — dei um passo atrás.

— Bem, é a opção mais valida para mim neste momento — sorriu de novo.

— Ah sério? A opção mais valida para mim neste momento é você dar o fora daqui antes que aconteça algo que você não deseja — apontei para a porta.

— Me continue ameaçando e eu vou te mostrar o porquê de alguns me odiarem tanto — levantou a sobrancelha após dar um passo em direção a mim, me fazendo recuar.

— Não tenho medo de você — falei, com a voz firme. — Eu estava sendo realista. Agora, saia do meu quarto!

~~~

REBEKAH

Fiquei frente a frente com Vivian por alguns segundos, os nossos olhares se cruzaram e eu senti uma onda de raiva e ressentimento me invadir. Eu queria gritar com ela, dizer tudo o que eu pensava dela, mas eu sabia que isso não seria produtivo. Então, eu respirei fundo e deixei meu orgulho de lado. Eu me afastei dela e saí do quarto com um passo firme, mas ainda sentindo a raiva me consumindo.

Eu precisava fazer algo para me vingar dela, mas eu também precisava me proteger a mim e aos meus entes queridos. Apesar de a odiar, eu sabia que Caroline era a única pessoa que poderia me ajudar a alcançar o meu objetivo.

Eu caminhei até à diretoria e bati na porta. Ela abriu a porta e me olhou com surpresa.

— Rebekah? O que você está fazendo aqui?

— Preciso de te falar algo sobre a Vivian — expressei rapidamente.

— Vivian? O que aconteceu com ela? — Caroline perguntou, preocupada.

— Eu achei algumas coisas estranhas no quarto dela — afirmei. — Sei que você é amiga dela, mas eu preciso que você ouça o que eu tenho a dizer.

— Claro — Caroline declarou. — Por favor entre e sente-se.

Contei à Caroline sobre o símbolo misterioso que tinha achado, mas não disse nada sobre o verdadeiro enigma que ela irradiava. Eu sabia que se eu falasse logo tudo, ninguém iria acreditar em mim.

Nesse momento, eu tinha que ser mais inteligente que a Vivian.

— Eu sei que isso parece loucura — eu disse quando terminei de contar. — Mas eu estou certa de que Vivian está escondendo algo.

Caroline ficou chocada com o que ouviu. Ela nunca imaginou que Vivian fosse capaz de fazer algo assim. Ela sempre a viu como uma pessoa gentil e atenciosa, mas agora ela estava começando a questionar tudo o que sabia sobre ela.

Ela olhou para mim com preocupação. Ela sabia que eu não era uma pessoa confiável, mas ela também sabia que eu não mentiria sobre algo assim.

— Eu não sei o que dizer. Eu nunca imaginei que Vivian fosse capaz de ser uma possível ameaça para nós?

— Eu vi com meus próprios olhos, Caroline.

— E o que você quer que eu faça? — questionou.

— Eu preciso que você me ajude a descobrir o que Vivian está planejando. Eu preciso parar ela antes que seja tarde demais.

— Hm... Vou pensar no assunto.

Eu sorri, me levantei e sai da sala. Caroline permanecia sentada em sua cadeira, pensando no que ela tinha ouvido.

...

Imortalidade das consequências - tvduDonde viven las historias. Descúbrelo ahora