MALU - 2o.Coligado aos Agentes do BSS

Parte 19

Enquanto isso na Base...

O pessoal na base estava a mil por hora. O grupo dos agentes suportes tinha acabado de chegar de uma operação fodida e estavam todos agitados. Um dos garotos tinha sido ferido e recebia os primeiros socorros. Dylan estava agitado gritando ordens para todos os lados, os agentes especiais integrados nos departamentos para finalizar a parte burocrática do dossiê a fim de entregarem a missão devidamente concluída para o comandante que por sua vez a enviaria para o governo federal.

Tiago entrou no departamento de tecnologia com os relatórios da equipe na mão e foi se sentando ao lado de Sam e de Murilo para dar os detalhes da invasão. Eles estavam bastante concentrados na tarefa quando o comandante apareceu na porta e ditou a ordem ao brasileiro.

-Tiago, preciso que vá ao aeroporto buscar uma pessoa.

Os agentes olharam para ele surpresos. Sam foi o primeiro a falar.

-Nem fodendo. Pede pra outro Dylan, eu preciso que o Tiago trabalhe comigo em cima dos relatórios. Estamos em cima da hora de fazer a prestação de contas para o departamento de segurança nacional.

-Não. Quero que seja ele. - Dylan apontou o indicador para  Tiago. - E se apresse porque o avião deve estar pousando em meia hora.

Tiago murmurou um puta que pariu e franziu o cenho.

-Quem eu devo pegar no aeroporto?

-A pessoa estará identificada.

Murilo olhou para Tiago que balançou a cabeça contrariado e resmungou outro palavrão. Dylan cruzou os braços e indagou com seriedade.

-Algum problema agente Savi?

-Todos os possíveis. Acabo de chegar de uma operação dos infernos com um prazo apertado para te entregar os relatórios finais e você me manda buscar um porra no aeroporto que eu nem sei quem é.

-Vou me lembra de dizer "ao porra" sobre sua receptividade.

-Caralho, é alguém importante?

-Vá logo Tiago e esteja de volta o quanto antes.

Dylan saiu do departamento sem olhar pra trás. Tiago jogou a caneta na mesa com brutalidade e Murilo soltou um riso contido. O rapaz estava irritado e olhou para o cunhado com impaciência.

-Parece divertido?

-Desculpa, mas é engraçado. Ser o queridinho do chefe tem seus contras meu caro. Agora se apresse porque ele vai ficar puto se a pessoa que ele quer que você busque ficar esperando.

-Não sou um porcaria de um motorista particular porra.

-Diz isso ao chefe.

Ele não disse, ninguém ousaria dizer. Dylan mandava e seus agentes procuravam fazer conforme lhes foi dito porque o chefe não admitia discussões, embora vez ou outra um deles até arriscava contrariar.

Tiago saiu a passos largos e estava puto da vida. Algumas vezes o comandante o tirava do sério. Ele entrou no carro e já foi logo acendendo o cigarro. Deu um trago forte para desestressar e logo colocou o carro em movimento.

A pessoa estaria identificada, grande merda, o que ele quis dizer com isso? Será que estaria uniformizado ou com um crachá federal? Talvez estivesse com uma plaquinha com seu nome como já tinha acontecido outras vezes.

Eram três da tarde, mas parecia noite. O céu escuro e o vento gelado do inverno dava um ar melancólico ao dia. Tiago estava cansado. A equipe tinha passado três dias no Texas em uma operação federal difícil e exaustiva. Ainda teria que voltar para a base e tinha certeza que ficaria até tarde da noite trabalhando.