A Família Sanderson

Capítulo 12: Jantar de Família

Ao chegar à mansão, ao final da tarde, Cole vinha mais otimista do que nos últimos tempos. Adrienne, que não era só inteligente, mas também responsável, fizera o que prometera, arranjando uma lista de médicos e médicas especialistas em fertilidade. Colocara várias informações, como referências, contatos e até pequenas notas do que descobrira. Falara ao telefone com algumas pessoas e entregara a Cole uma pasta com tudo impresso e organizado, para que ele pudesse falar com Celine sobre o assunto.

Portanto, com tudo aquilo na sua posse, Cole achava que ele e a esposa poderiam finalmente dar um passo importante para conseguirem ter um filho. Perguntara por Celine ao entrar em casa e um funcionário dissera-lhe que ela estava no jardim. Ele fora até lá, encontrando-a sentada junto a um candeeiro. A luz do candeeiro iluminava-lhe o cabelo e as feições. Ao aproximar-se, ela levantou-se e os dois trocaram um beijo. Depois, Cole decidiu sentar-se junto dela, para falarem. Estava a ficar frio e o sol já quase desaparecera na totalidade.

- Tenho aqui algo que pode mudar as nossas vidas – disse Cole, passando a pasta a Celine.

- Espero que dentro desta pasta não estejam uns papeis de divórcio – disse Celine. Viu a expressão no rosto do marido tornar-se séria e pareceu-lhe que uma das suas mãos tremeu. Ela pegou-lhe na mão e sorriu-lhe. – Estava a brincar, amor, não fiques nervoso. Então, o que tem esta pasta de especial?

- Pedi à Adrienne para nos encontrar alguns médicos de fertilidade e ela compilou as informações nesta pasta. Ainda não as vi, quis esperar para que pudéssemos vê-las em conjunto – explicou Cole.

Sentiu a esposa prender a respiração. Era um momento importante. Já tinham reconhecido que precisavam de consultar um médico e pedir ajuda, para poderem determinar se havia algo de errado com eles ou não. E agora, naquela pasta, havia a informação sobre algum médico ou médica que poderia ajudá-los. Com delicadeza, Celine largou a mão do marido e abriu a pasta. Tirou de lá sete ficheiros diferentes, cada um agrafado de forma ordeira e com várias folhas.

- Como é que vamos escolher? – perguntou Celine.

- Vamos ler cada um dos ficheiros e ver qual dos médicos nos parece ser de mais confiança.

E foi o que fizeram. Leram as informações que Adrienne recolhera. Eram sete médicos, todos parecendo bastante profissionais. As notas de Adrienne e testemunhos que recolhera davam mais credibilidade a cada um deles. Depois de lerem tudo, acharam que três dos médicos pareciam melhores do que os restantes. Voltaram a ler os ficheiros desses médicos. Queriam decidir-se por aquele ou aquela que achassem que seria o melhor. Por fim, ambos acabaram por se decidir.

- Está decidido – indicou Celine, tocando nas folhas da médica que tinham escolhido. – Doutora Deborah Reynolds. Pelo que lemos, ela tem uma boa taxa de sucesso e acho que será realmente a melhor escolha.

- Amanhã tratarei de marcar uma consulta com ela, para o mais brevemente possível – assegurou Cole. Achara que tinham tomado a decisão acertada e mesmo que não fosse o caso, mesmo que não gostassem daquela médica, tinham mais seis opções por onde escolher. Cole agarrou numa das mãos da esposa. – Vamos fazer todos os possíveis para sermos pais.

- Estou com medo – admitiu Celine, encarando o marido. – Ninguém quer que lhe digam que há algo de errado consigo e acho que connosco... infelizmente há algo de errado, caso contrário porque é que não consegui ainda engravidar?

- Não sabemos e não vale a pena estarmos a sofrer por antecipação. Talvez a nossa ansiedade até esteja a ter um papel no que nos está a acontecer. Estamos a tentar ter um filho e a falhar e isso deixa-nos mais ansiosos, mais... desesperados. Pode acabar por nos prejudicar.