Capítulo 5: Inseguranças

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Cole sentia-se cansado, o que não era incomum. O seu emprego trazia muitas responsabilidades e todos os dias havia novos problemas para resolver. Com Adrienne a ajudar com o baile, tinha uma secretária temporária a fazer algum do trabalho e ela não sabia fazer as coisas da mesma forma que Adrienne. Depois, havia sempre alguém a tentar colocar um processo contra a empresa, por uma situação ou outra. As vendas da Sanderson Electronics estavam em alta, mas certos produtos estavam com problemas de produção, pelo que Cole tinha locais a reclamar pela falta de produtos.

Ainda que tivesse vitórias e tinha-as, parecia que nunca havia muito tempo até um novo problema acabar por aparecer e eclipsar a vitória anterior. Mas Cole não iria baixar os braços. Tinha pessoas que dependiam dele e um legado que não queria deixar fraquejar. Podia, claro, vender a empresa e viver bem com o dinheiro ou apostar noutra, mas pensando no seu falecido pai, ele não gostaria disso. Criara Cole com a ideia de que um dia ele ficaria com a empresa para si e assim fora. E Cole queria que um dia pudesse deixar a empresa a algum descendente.

Enquanto se levantava da sua secretária, na empresa e olhava por uma das janelas do seu gabinete, pensou no futuro. Ele e Celine queriam ter filhos, já tinham falado disso várias vezes. Não que Cole tivesse pensado demasiado nisso, tirando a ideia de deixar a empresa a um filho ou filha, mas era algo que pensara e não que sentira. E depois, casara-se com Celine e a ideia de ter uma família com ela parecera fazer todo o sentido. Só que, apesar de andarem a tentar, parecia que não conseguiam que Celine engravidasse.

Haveria algum problema com algum deles? Ou talvez com os dois? Era algo que estava na mente de ambos, Cole sabia. Parecia haver uma nuvem negra, que de vez em quando aparecia, sempre que falavam de crianças. E Cole tinha também algum receio de que não fosse bom pai. Teria tempo para acompanhar o filho ou filha? Saberia ensinar-lhe lições importantes? O filho cresceria e tornar-se-ia uma pessoa responsável ou alguém que não queria fazer nada da vida, como Ryker?

- Ei, Cole, estás pronto para irmos embora? – perguntou Ford, entrando pela porta do escritório. – Já tratei do que tinha a tratar e está a ficar tarde.

- Sim, podemos ir – respondeu o irmão, virando-se para o olhar.

- Está tudo bem? – perguntou Ford. Viu o irmão mover-se, para ir pegar na sua pasta. Parecia um pouco alheado.

- Sim, está tudo bem, não te preocupes.

- Sabes que normalmente quem responde assim e nesse tom, não está realmente bem – disse Ford. Calou-se, quando o irmão passou por ele. Pouco depois, estavam a entrar no elevador e quando o mesmo começou a descer, Ford olhou para o irmão, que se mantinha muito direito, a olhar em frente. – Vá lá, conta-me o que se passa. Sou teu irmão e se não me contares vou estar a aborrecer-te no caminho inteiro até casa.

- Estava pensativo sobre ter uma família... sobre ser pai – indicou Cole. Não valia a pena inventar algo ou tentar estar calado, quando Ford já lhe dissera o que faria se ele não dissesse nada e Ford conseguia ser muito chato, quando queria. – Tenho receios, dúvidas...

- Achas que não queres ser pai?

- Oh, não, não é isso. Quero ser pai, se isso, mas não sei se serei bom pai, nem sei se alguma vez serei pai. Não sei se devo mencionar à Celine que talvez tenhamos de ir consultar algum médico especialista, para perceber se é problema nosso ou não. Já o fiz antes, mas não falei muito a sério e a Celine também não se mostrou interessada.

- Compreendo... e talvez seja o melhor a fazer, consultarem um especialista, quero eu dizer. Se não existir qualquer problema, ficarão a saber e será um alívio. E se por acaso existir um problema, então será melhor que saibam o que é e se há forma de resolver a situação.

A Família SandersonWhere stories live. Discover now