4-Thomas Campbell

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Passei a noite toda em claro. Tentei de tudo para tirar aquela ruiva da minha cabeça e não consegui. Péssima noite a minha.

Terminei de me arranjar e saí do meu quarto enquanto ajeitava aquela maldita gravata que nunca ficava direita.

Desci as escadas e fui até à sala de jantar onde me juntei aos meus filhos para tomar o pequeno almoço.

-Bom dia meninos-falei já me sentando.

-Bom dia pai-os dois responderam.

-Ontem cheguei tão tarde que nem tive oportunidade de vos perguntar como correu o primeiro dia na universidade!?-olhei para os dois.

-Correu bem-Matias respondeu-os primeiros dias são sempre a mesma coisa, apresentações e...

-E questões que não valem nota-Mateus riu irónico.

Olhei para os dois que se entreolharam, mas nada disseram.
Deve ser coisas de gémeos mesmo, o que um pensa o outro fala.

-E correu tudo bem?-insisti-as aulas todas correram bem? Gostaram?

-Sim-concordaram.

-Não houve nenhum contratempo?

Os dois mais uma vez se olharam, mas continuaram com as suas respostas vagas.

-O que é que queres saber ao certo pai?-foi Mateus quem perguntou.

-Nada-encolhi os ombros-estava curioso, só isso.

-Deixas-nos na universidade pai?-Matias perguntou-estamos atrasados e já não conseguimos chegar a tempo se formos a pé.

-Claro-assenti já terminando o meu pequeno almoço também-esperem por mim no carro que eu só tenho de ir buscar o meu terno.

Assim que cheguei ao carro, os dois já me esperavam e, então, dei partida em direção à universidade.

Quando lá chegámos estacionei o carro e assim que levantei a cabeça deparei-me com aqueles cabelos ruivos mais uma vez.

-Era só o que me faltava...-sussurrei revirando os olhos.

Os miúdos estavam a dizer alguma coisa, mas eu estava mais interessado em observar aquela ruiva rodeada de alguns alunos que conversavam com ela.

-Ela é bonita, não é pai?-saí dos meus pensamentos com a voz de Matias ao meu lado.

-Quem?-olhei para ele confuso.

-A nossa professora de história-ele riu.

-Nada de especial-encolhi os ombros enquanto observava aquele seu lindo corpo.

Claire não tinha mudado quase nada desde que a conheci há 18 anos atrás. Ela está mais madura e mais mulher. Os anos parecem que nem passaram por ela, ela só envelheceu em números porque de aparência ela está praticamente igual. E claro, ficou com novas curvas, mas acho que isso se deve ao facto dela ter tido os nossos filhos.

-Eu posso pedir-lhe o número de telemóvel se quiseres-saí mais uma vez dos meus pensamentos com o comentário de Mateus.

-Não, obrigado-olhei para os dois-não tenho tempo nem paciência para mulheres neste momento.

-Sei...-os dois falaram e riram.

-Não estavam atrasados?-observei-os.

Despedi-me dos meus filhos e deixei que eles entrassem na universidade e fiquei ali mais uns minutos a observar aqueles cabelos ruivos.

Saí do carro e atravessei a rua. Enquanto me aproximava daquela mulher, notei que ela estava a despedir-se dos alunos.

-Claire?-chamei-a e observei todo o seu corpo ficar tenso com a minha voz.

MãeTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang