Mais que suficiente, amor.

Um medo ♡ Capítulo 16

Os dias não passavam rápido, mas a vida seguia para todos independente do que havia acontecido para uns e outros. Foi assim com Sol e Vicente, aquelas duas pessoas sumiram da vista dos seus familiares e amigos por alguns dias, nada que precisassem de tanta preocupação, mas de certa forma ninguém sabia o que eles estavam fazendo. 

Juliana era uma das pessoas que mais estavam sem paz naqueles dias, mesmo tentando seguir com seus afazeres, ela sentia falta da única amiga que conversava a muitas semanas e que de alguma forma sabia que eram sentimentos reais e verdadeiros, em pouco tempo e discretamente Sol foi uma boa companhia para ela e agora em questão de horas parecia não ser mais nada. A física tinha em seu celular algumas fotos que tinha com Sol quando saíram para tomar sorvete e quando Sol a levou para conhecer sua academia, e mesmo insistindo Juliana não quis patinar. 

Semanas atrás...

—Sol, morar longe não foi solitário demais? —Juliana questionou. —Sempre acho que você não é estranha, provavelmente te vi em alguma revista.

Sentadas na arquibancada da academia da patinadora, as meninas comiam sanduiches de frango com queijo e conversavam, sempre dando risada de alguma coisa.

—Confesso que não tive tempo para sentir de fato a solidão, até por que minha colega de quarto que depois virou minha amiga, nunca me deixou sentir sozinha. — Sol sorriu. — O que doía mesmo era a falta da Cecilia e o meu coração partido que é assunto para o futuro. —Ela encarou funcionários testando a pista de gelo.

Juliana consentiu, ela sabia que Sol não estava aberta para falar sobre, então as meninas não entravam em assuntos sobre romance e passado.

—Não precisa contar se  não quiser, sei que alguns assuntos do coração trazidos a tona nos machucam.  —Juliana a encarou, e suspirou. 

—Mas você pode desabafar sobre isso, dias atrás você disse que somos amigas... — Sol a encarou, e sorriu.

Juliana nunca havia sido amiga de uma pessoa tão rápido e com tanta intensidade, como se precisasse acontecer.  

—Podemos ser amigas? — Juliana perguntou. — Foi tão rápido e sei que amizades novas podem te assustar... 

—Acredita em Deus? — Sol perguntou, sabendo sua resposta.  

Juliana sorriu e se calou por algum tempo pensando em como explicar.

—Não acredito e nem nego. — Ela sussurrou, sem jeito. — Nem todo cientista é ateu sabe...

Sol consentiu, sorrindo em seguida.

— Você é agnóstica...  —Sol confirmou.

— Mais especificamente sou agnóstica teísta, eu digo que não tenho conhecimento de algo que comprove a existência de Deus, mas eu acredito na possibilidade da existência de alguém que fez tudo isso. — Juliana explicou e Sol a encarava. — Mas por que?

Sol encarou as próprias mãos e negou, sorrindo em seguida.

—Então, fazer amizades novas não me assustam mais,  eu te perguntei por que aprendi a acredita que Deus sabe quem coloca em nossas vida e como isso acontece, e também aprendi a acreditar que ele sabe quando as tirar de nossas vidas. Eu te ajudei aquela situação e nos conhecemos, eu sei reconhecer um bom coração e quero que sejamos amigas. —A patinadora confessou e Juliana sorriu. —Mas quando conhecer a tina, não pode dizer que foi tão rápido, ela lutou bastante.

Sol esticou a mão em direção a Juliana e a loira apertou, gargalhando em seguida. 

No meio da aula de pós graduação Juliana encarava seu celular com muitas mensagens não respondidas por Sol, e não fazia muito tempo que tudo havia acontecido, Sol não a respondia ou muito menos atendia suas ligações, o que a fazia sentir culpada por aquilo, mesmo que não soubesse quem ela era ou que era a pessoa que Vicente amou profundamente no passado. Muitos mal entendidos poderia acontecer, mas ela nem se dava conta que aquilo de fato era um, para desfaze-lo. Então, Juliana seguia esperando que Sol a respondesse ou a desculpasse, caso fosse preciso, ela até pensou em aparecer em sua academia mas ao passar de ônibus sempre vai tudo escuro e fechado. Ela também não obtinha resposta de Vicente, e sabia por Joaquim que o mesmo estava ausente.