~What I am?~

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Começo a olhar pelo corredor,minha barriga roncava muito,oque até me incomodava.
-O amiguinha sossega,sei que está com fome,mais não precisa berrar assim!.

-Tá com fome princesa?.
Dou um pulo de susto e coloco a mão sobre o peito,meu coração estava batendo feito louco.
-Que susto Cassete! Quer me dar um ataque cardíaco?!.

Aleque começa a rir bastante e toca nos meus cabelos.
-Você que é desatenta princesa.

Mostro o dedo do meio pro Garoto.
-Vai se ferrar Aleque!.

Suspiro profundamente para me recuperar do susto.
-Onde fica a cozinha?.

-Oque?.
Ele se faz de desentendido.

-Onde fica a porcaria da cozinha?!

Aleque começa a rir novamente e então aponta para uma porta a direita.
-Bem ali princesa.

Reviro os olhos e começo a andar pelo corredor até a cozinha.
-Não ganho nem um beijinho de obrigado?.

Ele segura meu braço,tentando me puxar para ele.
-Vai se ferrar Aleque!.
Puxo meu braço e volto a andar enquanto a risada dele ecoa.

Entro na cozinha que já estava aberta, começo a procurar por algo que eu goste.
-Será que tem doce ou pão aqui?.

Observo a cozinha e logo encontro um saco de pão e geleia de amora.
-perfeito!.

Pego o saco de pão e coloco sobre a mesa,com a faca corto o pão,abro a geleia e passo no pão.
-parece perfeito.

Mordo o pão e sinto cada pedaço,aquilo tava perfeito.
-Hm delicioso.

-Eu?
Me engasgo e olho pro lado,vendo o Aleque de braços cruzados com a sobrancelha arqueada e um sorriso provocativo.

-Vai a merda Aleque!.

Aleque cai na gargalhada.
-Adoro te irritar,é tão engraçado princesa.

-Ah vai procurar alguém que te queira,e me deixa em paz garoto!.

Ele se aproxima e segura meu rosto firmemente,sem machucar.
-Você me quer.

Seguro a mão dele e a puxo do meu rosto,com força.
-Não se iluda garoto!.

Um sorriso convencido se espalha pelo rosto dele.
-Duvido muito princesa.

Reviro os olhos e saio com meu pão com geléia,eu iria dar uma volta pela casa,eu estava irritada com o fato dele ser tão convencido daquela forma.

Ando pelo corredor olhando pelas janelas,pensando para onde iria primeiro.
Meus olhos caem sobre o jardim de lírios.
-Será que eu deveria?

Começo a sacudir a cabeça com força.
-É claro que deve Aurora! Só se vive uma vez!.

Desço as escadas me apoiando no corrimão,as escadas eram longas,parecia que nunca iria acabar.

Finalmente as escadas chegam ao final, e logo posso chegar a porta de acesso ao jardim.
-Aqui vamos nós.
Giro a maçaneta e abro a porta,dando entrada pro sol passar e iluminar o corredor,a vista era maravilhosa.
-Isso é um sonho?.

Meus olhos brilhavam como uma criança inocente, vendo um brinquedo pela primeira vez.
-Tãoo.. Maravilhoso,perfeito.

Eu rodava naquele campo,rolava nas colinas pequenas,eu estava me divertindo como nunca.
Logo o cansaço me venceu e deito no campo no meio dos lírios.
O céu estava calmo e ensolarado,as sombras eram bem frescas e os pássaros voavam felizes e animados,pelo céu.

Abro um sorriso genuíno,deixando o sol acariciar meu rosto,eu estou amando isso aqui,queria que esse momento fosse eterno.
Olho pro lado e vejo uma pequena joaninha em um dos lírios.
-Olá pequenina.
Toco na joaninha com um dos meus dedos, e a coloco na palma da minha mão.
-Parece meio exausta,mais ainda sim eu adoraria ser como você,sem preocupações,sem medo de morrer,poder voar quando quiser.

-O único problema é que você tem que fugir dos seus predadores como pássaros,e eu amo pássaros então seria muito difícil para mim.

A Joaninha finalmente voa, deixando uma sensação de solidão para trás.
-Mais uma que me abandona só tenho os ratinhos agora.

Sorrio ao lembrar de como os ratinhos foram corajosos,ao me salvar daquele lugar.
Eles não me deixaram sofrer naquele lugar,se não fosse por eles terem roido as cordas,talvez Aleque não tivesse chegado a tempo e eu estaria..

Me arrepio toda.
-Não pense nisso Aurora!.

Fico observando as nuvens com formatos diferentes,era tão interessante quando eu era pequena,eu acreditava que poderia voar por cima delas e encontraria templos de ouro igual dos contos romanos.
Tolice eu sei,mais por algum motivo aquilo acendia minha criatividade.

-Eu era tão ingênua.
Sorrio inocentemente lembrando das memórias e momentos.

-Sinto falta dessas memórias,espero nunca esqueçe-las e que um dia eu as viva denovo ou quem sabe eu irei ter mais algumas.

O vento bagunça meu cabelo,enquanto eu aprecio o formato das nuvens,tentando imaginar que animais elas parecem.
A brisa da tarde batia em meu rosto parecendo me acariciar.

Passo as mãos pelas tulipas como se eu estivesse fazendo anjinho de neve,era incrível a sensação,o perfume das flores perfumavam o ambiente.

Era um perfume maravilhoso e perfumado,sempre amei tulipas mais aquelas pareciam únicas,tão belas e cheirosas como nunca vi antes.

-Será que estou sonhando?
Me belisco para ter certeza,assim que sinto a dor Caio na real.
-Au,com certeza não é sonho.

Massageio onde besliquei fazendo cara de dor.
-Que idéia idiota a minha.

Começo a rir de mim mesma.
-Aqui estou eu fazendo qualquer tipo de besteira,eu me tornei oque sempre disse que nunca seria.
Uma eterna criança

Memórias invadem meus pensamentos.

-Mamãe eu nunca serei uma criança para sempre!
Me sento emburrada na cadeira da cozinha.

A mãe se aproxima e beija minha testa.
-Pra mim você sempre será,minha eterna criança meu amor.

Faço bico cruzando os bdacos, em uma tentativa falha de parecer muita brava.
-Para com isso mamãe,nunca vai acontecer.

Minha mãe começa a rir e então bagunça meus cabelos.
-Claro querida,se é oque diz.

As memórias se dissipam.
-Boa época,pena que nunca poderia revive-la.

Suspiro um pouco e volto a atenção para as nuvens tentando me distrair.
-Quem eu sou de verdade?.
-Qual meu propósito?
-Oque é tudo isso?
-Vou viver?

Cubro meu rosto com as mãos.
-Pensamentos intrusos idiotas!.

iIlusory desiresWhere stories live. Discover now