— Obcecada é demais, eu apenas sou uma amante desse livro.

— Ele é bom mesmo, apesar do vocabulário complexo por conta época — Eu poderia sentir o calor do seu corpo firme atrás de mim.

— Você já leu? — Questionei um pouco surpresa.

— Sim — Respondeu com tranquilidade — Minha mãe adorava.

Eu me virei curiosa e instigada dando de cara com um rosto angelical próximo ao meu.

— Sempre que ela estava querendo um tempo sozinha, relia o livro em uma poltrona sem pausa. — Apesar do seu semblante mostrar tristeza, havia uma nostalgia, uma sensação de paz no olhar dele.

— Sinto muito

De modo automático minha mão tocou o seu ombro e acariciou. Ele encarou meu rosto em silêncio, parecia perdido nos seus milhões de pensamento, que por trás daqueles olhos azuis brilhantes, sua mente se embaralhava. Era possível notar mais de perto as marcas dos machucados, o que me dava um pequeno aperto no coração lembrando de como Theo tinha sido rude na briga com ele, no entanto, o meu eu sombrio dizia que ele parecia bem mais sexy.

— Esquece isso, vamos focar no seu dia hoje — Ele sussurrou com um pequeno sorriso.

O tempo foi suficiente para eu encher duas sacolas inteira, apesar de Apolo insistir muito que eu deveria ter levado mais. O loiro carregou uma sacola e eu carreguei a outra porque estava ficando muito mais pesado do que imaginei.

Por mais que eu me sentisse um pouco sem graça pelos livros, não poderia negar a mim mesmo que um sentimento de carinho e conforto estava crescendo em meu peito.

— Agora nós vamos para outro lugar — Apolo falou tomando o caminho à frente.

— Pra onde? — Eu questionei — Não vai me deixar curiosa de novo.

— Você já vai saber.

Segui o loiro logo atrás, um pouco animada e mais instigada pela minha curiosidade. Apolo me surpreendia ainda mais, ele conseguia ser imprevisível sem fazer esforço algum e meu peito se enchia com esse seu jeito. Nunca imaginaria que chegaríamos a esse nível de cumplicidade e de carinho.

Detalhei o caminho por onde passávamos e adivinhava onde estávamos indo. Não demorou muito para que a mansão Di Angelis de revelassem entre algumas árvores à medida em que nos aproximarmos. Um dos empregados da casa pegou minha bicicleta junto com a de Apolo e as colocou em outro lugar e o outro pegou as minhas sacolas.

— O que você tá aprontando? — Indaguei arqueando a sobrancelha.

— Tenho um presente pra você.

— Outro? — Arqueei a sobrancelha.

Ele não me respondeu, apenas me guiou pela grande casa subindo os degraus.

Passamos pelo os corredores e finalmente chegamos a uma porta, onde ele revelava um quarto grande e luxuoso. Foi então que eu me toquei que estava dentro do quarto dele; os tons de azuis na parede, os retratos da família, a mesa posta por um computador, alguns desenhos espalhados, etc. O quarto parecia uma suíte, dava para ver outra porta que levava provavelmente ao banheiro. E tinha um espaço enorme do outro lado para um closet.

Tirando os desenhos espalhadas na mesa, era tudo muito arrumado e limpo.

A Barbie era organizada mesmo.

— É, seu quarto é a sua cara — Falei com um tom irônico.

Uma risada escapou dele.

— Obrigado. — Vi o mesmo se virar na minha direção, seu cabelo ainda pingava — Espera só alguns minutos aqui que eu vou tomar um banho quente.

Querido desconhecidoWhere stories live. Discover now