Apolo ter vindo me procurar foi realmente uma surpresa pra mim, em meio a todo esse caos enorme que se instalou pela minha cabeça, entrando em um conflito interno entre raiva, tristeza e decepção, eu senti um certo conforto, uma pequena faísca boa e agradável irradiando pelo o meu corpo. Me lembrei logo de como ele reagiu aos insultos de Theo, o mesmo havia me defendido de verdade e aquilo impressionou.
— Como se sente agora? — Flora apareceu na sala colocando alguns chocolates sobre a mesa.
— Mais pra menos — Eu respondi suspirando — O tio me disse que Apolo veio aqui hoje cedo. O que ele queria?
— Ah sim, verdade — Ela me encarou — Ele queria saber sobre você, na verdade, queria te ver, mas como você estava dormindo ele foi embora.
Eu arqueei as sobrancelhas.
— Sério?
— Sim, ele parecia bem preocupado e a mão dele tava mais vermelha do que ontem — Ela disse casualmente e eu fiquei em silêncio, pensativa — Por mim ele tinha acabado com aquele Theo nojento, mandado ele pro espaço.
— E o Apolo ia se meter em encrenca por minha causa.
— Mas ele tava merecendo — Minha prima disse dando de ombros — Além do mais ele foi muito fofo te defendendo, ele e o Lucca, é claro.
Eu encarei o chão, segurando um sorriso.
— Lucca? — Arqueei uma sobrancelha a encarando maliciosa.
Ela franziu o cenho e revirou os olhos.
— Isso não quer dizer nada, eu apenas achei fofo.
— Aham — Disse dando de ombros, ainda mantendo um sorriso.
Depois disso, fui chamada para uma conversa séria que a minha tia havia avisado que teríamos. O nervosismo estava me matando. Eu tive que contar alguns detalhes dessa confusão toda que aconteceu na festa da Lavínia, o que deixou em partes, a minha tia chocada.
— Ter decepções com as pessoas que a gente confia é normal, ainda mais nessa fase — ela colocou as mãos em meus ombros.
— Mas os detalhes estavam óbvios e eu fechei os olhos pra isso, tia. É como se cada vez que eu relembrasse me fizesse sentir ainda mais uma estúpida.
— Oh querida, você não é estúpida.
— Tentaram me alertar sobre ele e eu simplesmente...confiei — Era como se o ar que estivesse preso nos meus pulmões se soltassem.
— Eu entendo que se sinta assim, que gostaria de ter percebido as coisas antes, mas a culpada não foi você, Anelise. Serve como aprendizado, só não quero que você se castigue por isso.
— É que eu não entendo como não pude perceber, como eu pude ser tão teimosa — Suspirei decepcionada comigo mesma.
— Entenda uma coisa, às vezes quando a gente se apaixona, abrir os olhos pode ser a coisa mais dolorosa de se fazer. — Ela disse passando a mão em meu rosto, acariciando. Aquelas palavras me fizeram refletir calada, talvez eu não estivesse querendo enxergar quem Theo era de verdade.
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Querido desconhecido
RomanceAnelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a garota se vê criando um cara fake para poder causar ciúmes ao rapaz. Entretanto, não fazia ideia de...