Capítulo 9 🌻

16 3 0
                                    

Han SiWoo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Han SiWoo

Uma música animada pouco a pouco tornou-se audível a medida que uma luz começou a clarear minhas pálpebras, forçando-me abrir os olhos para espiar o que era; senti um choque em meus globos pela iluminação repentina, o que me fez fechá-los no mesmo instante, processando a dor. Após alguns segundos, fui gradualmente me acostumando com a claridade, então consegui enxergar bem.

Olhei ao redor, confuso, lembro-me muito bem de estar na sala de Arte com Nami, e depois em um cômodo completamente escuro, empoeirado e assustador.
Agora...eu estou no Monte Namsan.
Não tenho dúvidas porque tenho a sensação de já ter vindo aqui uma vez... Para quê, mesmo?
É verdade! Foi para um trabalho voluntário da escola.

Está mais verde e muito mais bonito do que quando estive aqui pela primeira vez; cheio de árvores e folhas que cobrem as paredes das casas com um pouco de musgo, dando um ar mais mágico para elas.
Não demorei muito para ver a avó de Nami sair de dentro do chalé com telhado de tijolos vermelhos desbotados, uma grande bacia cheia de pimentas apoiada ao lado direito de sua cintura, um chapéu de palha protegendo seus cabelos escuros do Sol.

Halmeoni! — Corri em sua direção, me oferecendo para segurar a bacia para ela, mas parei no mesmo instante ao me lembrar de mais cedo na sala de Arte. — A senhora... Está bem? — Escondi as mãos atrás das costas, meu punho se fechando com força, odiando-me por ter esquecido.

—SiWoo? — Confirmei com a cabeça. — O que faz aqui?

— Também não sei...— sorri meio sem graça, amarelo, coçando a nuca. — Eu estava na escola e, do nada, vim parar aqui.

Após uma expressão confusa, ela apertou os olhos com desconfiança, me olhando de cima a baixo, sabia que eu estava escondendo algo. Ficamos nesse silêncio por longos segundos, como se ela esperasse que eu dissesse por pura e espontânea vontade — pressão — o que eu tinha para dizer antes de me pressionar a contá-la...
Quando percebeu que eu não o faria, deu a volta por mim e colocou a bacia de cor alaranjada no tronco de madeira pela metade que estava atrás de mim, suspirando fundo com grande frustração.

— Vamos lá, garoto. — Me chamou, indo em direção a varanda da casa.

A segui, vendo-a sentar-se na cadeira de balanço com correias azuis, algumas tão velhas e ressecadas pelo sol que se partiram, outras só ameaçando ou esperando o momento certo para tal.
Me sentei no chão, as mãos por cima dos joelhos em sinal de respeito, pronto para ouvi-la, mas o único som que se faz presente é a música no rádio que, já de tão velho, apresenta ruídos e qualidade de áudio ruim.

— Que música é essa, halmeoni? — perguntei, quebrando o silêncio.

Era realmente uma música bem diferente, em outro idioma... italiano? Não sei dizer. Apenas que possuía uma palavra em comum com o português: "quando", que se repetia bastante durante os versos da música.

Faíscas Espectrais - Livro 1 🌻Where stories live. Discover now