1 - A NOITE MAIS ESCURA

Start from the beginning
                                    

Na mesma hora.... Lebrir saiu correndo pela clareira subindo o pequeno declive, no sentido contrário ao do rio, e voltando-se para trás, atravessou o leito como um raio.

- Agora, minha amiga! - O coelho grita do outro lado quando...

Vindo da floresta, na outra margem, um nevoeiro congelante e serpentiforme vindo das nuvens, desceu sobre o rio, atingindo a água bem à frente da turma de alunos e criaturas mágicas; que se assustaram com o frio e com a neblina que ofuscou a visão de todos.

Confusos; alguns chegaram a se chocar uns contra os outros, quando toda a névoa se retraiu até a margem, formando uma silhueta humana e feminina que tinha o corpo e a cabeça cobertos por uma uma capa esfarrapada de tons azuis, muito escuros.

- Princesa Leza! - Lebrir exclamou contente.

- Chegou bem na hora! - o coelho se dirigiu a recém-chegada que descobria a cabeça, revelando uma longa cabeleira branca, amarrada numa trança única, presa por pingentes e uma linda tiara de gelo laminado.

Uma bela mulher, pálida e de lábios azuis agora caminhava pelo meio dos professores e alunos.

- Está certo disto, Lebrir? - Ela perguntou cerrando os punhos, e abrindo as mãos, estendeu os braços para a água.

- Uma vez que eu tocar na água, - a mulher alertou quando o lugar começou a esfriar e o chão; congelar sob seus pés. - ela se tornará mortal.

- É isto; - Lebrir réplicou - ou morrer nas mãos deles!

- Que assim seja! Ela murmurou entrando no lago, cujas águas começam a congelar superficialmente.

- Mas que ser poderoso... - Alguns centauros perguntaram uns para os outros:

- Será que ela é uma fada? - alguns grifos e bruxos adolescentes questionavam atônitos.

- E se for uma bruxa? - algumas fadas perguntaram desconfiadas, quando a estranha princesa, olhou para a água que ainda se congelava abaixo de seus pés e assoprou.

Na mesma hora, dois funis de água, serpentearam no ar, subindo do lago até que tocaram as palmas das mãos dela.

- Vão! - Ela gritou quando o lago começou a congelar instantaneamente - Corram!

- Não existe caminho mais rápido que este! - Lebrir gritou da outra margem, quando todos os alunos e criaturas que não podiam voar, começaram a correr pelo leito rio que se congelava sob suas patas e pés.

- Mantenham o passo! Mantenham o passo! - alguns grifos e gárgulas gritavam sobrevoando os que iam por terra.

- Eu... - uma pequena aluna tróu gritou chorando - eu não consigo, me deixem!

- Não! - um jovem ogro que vinha correndo logo atrás dela gritou agarrando-a pela cintura.

- Ninguém fica pra trás! - a fera concluiu jogando a jovem tróu para cima.

- Não! O que você... - a garota ainda berrava, quando um grifo agarrou-lhe os braços com as patas da frente, e levou até a margem ao longe.

Duma vista panorâmica... Ainda era possível ouvir o barulho abafado e estrondoso das águas sendo congeladas sob os pés e patas de todos que já chegavam ao outro lado; quando a jovem de cabelos brancos que ajoelhada à margem mantinha as mãos sobre as águas, também começou a correr pela planície de gelo.

- Leza! - Todos gritaram ao vê-la muito distante - Corra!

- Vão! - Ela gritou parando; e virando-se para trás disse cerrando os punhos já apontados na direção do leito congelado:

[UDG] LEZA: O INVERNO MORTALWhere stories live. Discover now