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Jordana 🤯:

Acordei sentindo todo o meu corpo doer. Coloquei a mão no pé na barriga e tentei identificar o lugar que eu estava, mas foi em vão.

Levantei colocando as mãos na parede e comecei a sentir meu corpo doer mais ainda. Minha barriga começou a arder e doer,fazendo lágrimas descerem do meu rosto.

O lugar estava todo escuro, eu sabia que era um tipo de beco,mas não sabia onde era.

Fui caminhando aos poucos em direção da entrada e quando saí do beco consegui visualizar uma rua totalmente deserta,não tinha ninguém e o que me dava medo era as luzes do poste piscando e amarelada.

Voltei para dentro do beco a procura do da minha bolsa e ela estava lá, no canto. Abri ela e pude ver meu celular com a tela toda trincada, soltei um soluço e pensei em ligar para a minha mãe,mas ela iria se assustar e ficar nervosa com toda a situação, então decidi ligar para o fiel.

Ligação on:

Fiel: caralho, jordana. Onde você está? Por que não me atendeu?

Jordana: eu...eu não sei - falei tentando segurar o choro- só vem me buscar, por favor.

Fiel: tu tá chorando? - escutei seus passos- fala onde tu tá.

Jordana: eu vou tentar te passar a localização, mas vem logo. Eu estou com medo.

Fiel: passa a localização que eu vou te buscar- falei que ia passar e desliguei a ligação.

Ligação off:

Entrei no WhatsApp e tentei procurar o número dele,mandei a localização mesmo sem conseguir enxergar direito e fiquei quietinha, toda encolhida.

Eu conseguia sentir o medo se intensificando cada vez mais, conseguia sentir meu corpo dolorido e tinha medo do que poderia ter acontecido depois desse tempo todo desacordada.

Soltei um soluço maior por causa do choro e coloquei a mão na boca, tinha medo de alguém passar por aqui e tentar fazer alguma coisa comigo.

Fiel 🤑:

Assim que a jordana me passou a localização eu já tinha saído de casa,só segui o caminho que tinha que ir.

Minha cabeça estava a mil e minha preocupação por ela estava só aumentando.

O caminho até lá era longo, mas tentei chegar o mais rápido que consegui.

Assim que cheguei no local,parei a moto de qualquer jeito e fui andando até o caminho que estava pedindo. A rua era estranha, parecia bagulho de terror.

Entrei no beco que estava pedindo e não dava para enxergar quase nada.

Fiel: jordana- chamei por ela quando vi algo encolhido no canto e escutei um soluço.

Liguei a lanterna e pude ver que era ela,analisei seu rosto e estava um inchado, sua blusa estava meio rasgada e seu rosto era de puro medo.

Fiel: como tu veio parar aqui? - perguntei passando a mão no seu rosto- quem fez isso com você?

Tentei manter a postura,mas já podia sentir a raiva subindo.

Jordana: eu não sei - falou chorando- eu estava na rua,daí um carro parou e colocou alguma coisa no meu rosto. Eu não lembro de nada.

Fiel: consegue ficar de pé? - ela concordou e puxei ela com cuidado, mas mesmo assim ela resmungou de dor.

Jordana: eu acho que fui abusada - soltou um soluço mais alto e me abraçou enquanto chorava no meu ombro- eu tô com medo,Davi.

Me chamou pelo nome que eu tinha dito que era meu. Fiquei sem jeito e passei a mão nas suas costas.

Jordana: como eu vou falar isso para a minha mãe e meu pai? Eu não quero ir pra casa.

Fiel: vamos descobrir isso.

Eu estava torcendo para não ser isso mesmo.

...

Mariele: ela entrou agora para fazer o exame- apareceu enxugando as lágrimas e concordei - o que aconteceu? Por que ela não me diz?

Fiel: sei não,tia- neguei - ela só disse que estava na rua, um carro parou e levou ela.

Mariele: pra que fazer isso? Meu Deus.- sentou na cadeira e começou a falar uns bagulho baixo.

Acho que estava orando. Não sei.

Assim que eu tinha saído do beco com a jordana e eu consegui visualizá-la melhor, deu para ver sua blusa encharcada de sangue.

Ela mal conseguiu subir na moto, tive que vir no maior cuidado e quando cheguei no hospital peguei o celular dela e liguei para a mãe dela.

Minha mente estava martelando para saber o que tinha acontecido e o porquê. Porque ,porra,não tem lógica essa bagulho.

Do nada parar um carro,levar ela,fazer o que fizeram e deixar ela lá.

Médica: a senhora é mãe da paciente que acabou de entrar, certo? - perguntou para a mariele e ela concordou- a senhora pode vir aqui rapidinho?

Chamou e a mariele levantou, olhou na minha direção, soltou um suspiro e foi.

Fiquei na maior curiosidade para saber o que tinha dado e fui atrás.

Médica:  achamos algumas marcas no corpo da sua filha- pegou uns papéis e mostrou.

Fui para o lado ver e era uma mensagem, provavelmente escrita a canivete, na barriga da jordana.

" isso é para você saber com quem anda"

Travei a mandíbula assim que terminei de ler e ajeitei minha postura saindo de perto. A mãe dela começou a chorar de soluçar e tive que segurar ela.

Médica: a gente tinha que vir mostrar isso a senhora, ela vai pegar mais de 10 pontos nessa região e já estamos fazendo o exame para saber se a paciente realmente sofreu o abuso, mas é bem provável que sim. - terminou de falar e passou a mão no ombro da mariele, como se quisesse confortar.

Mariele: meu Deus, com quem minha filha está andando que fez com que ela entrasse nessa situação? - chorou.

Eu não sabia o que falar, só sentia meu coração acelerar e um misto de raiva ir aumentando dentro de mim.




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a dama e o vagabundo. Where stories live. Discover now