— Vocês estavam espionando, não estavam? — questionei franzino o cenho.

— Que? Não — eles responderam juntos tentando disfarçar.

Eu cruzei os braços, encarando.

— Foi idéia da Flora, ela tava vendo pela janela — Miguel acusou.

— Miguel! — Flora o repreendeu.

— Pensei que vocês iam se engolir ali — minha tia falou cruzando os braços, com os olhos em mim.

— E você demorou muito — dessa vez foi meu tio que disse.

Eu revirei os olhos e abri um pequeno sorriso. Por um lado era bom ter uma família que tem muito cuidado, eu me sentia bem quando estava com eles.

Pela manhã eu já me arrumava para o grande almoço que eu teria com a família Di Angelis. Apesar de ter acordado com cara péssima e uma dor de cabeça horrível, tentei dar o meu máximo para me arrumar devidamente. Coloquei um vestido amarelo, lembrando da primeira vez que Apolo havia me dito o significado da cor: mentira. Amarrei o cabelo em um meio rabo de cavalo e coloquei meu par de all star.

A casa dos Di Angelis estavam como sempre, arrumada, luxuosa, cheia de empregados, porém, mas agitada que na maioria das vezes. Os avós do Apolo me receberam em primeira mão, me acompanhando até a mesa grande. Arthur em um impulso correu na minha direção e me abraçou com força, me fazendo sentir menos deslocada no lugar.

Meus olhos instantaneamente e de modo esperançoso procuravam por Apolo, ele ainda não estava ali.

— Que bom que veio, Anelise. — Cecília se aproximou de mim dando beijo nos dois lados da minha bochecha.

— Estou feliz pelo o convite — sorri de maneira fraca.

— Então essa é a famosa Anelise — um homem alto, com porte elegante, de barba e olhos claros se manifestou aproximando de mim, esticando a mão na minha direção. — Sou o Marco Di Angelis, pai do Apolo.

Eu estendi minha mão, apertando a dele logo em seguida.

— É um prazer conhecê-lo.

— Anelise, que bom te ver de novo — Matteo se aproximou, me dando um breve abraço.

— É bom te ver também, Matteo.

— Por favor, sente-se — ele insistiu de maneira agradável, eu me aproximei de alguma cadeira um pouco tímida, porém antes que eu pudesse sentar algo foi colocado a frente no meu caminho me fazendo da um pequeno tropeço. Olhei para o lado e vi Amália, com um sorriso perverso.

Ela havia colocado o pé na minha frente.

— Oi Anelise — ela disse dando um sorriso falso.

— Oi Amália — falei a contragosto.

Sentei na cadeira, respirando fundo. A pontada na minha cabeça estava mais forte. Mordi meu lábio encarando a mesa cheia de pratos e as pessoas ao meu redor. Senti uma presença forte ao meu lado, ocupando a cadeira vazia. Meus olhos pousaram na pessoa, encontrando o loiro com cabelos bagunçados e com o rosto cansado. Parece que não havia dormido o suficiente.

— Finalmente o príncipe saiu do quarto — Matteo soltou em tom de ironia.

— Não enche.

— Não comecem com isso, temos uma convidada — Marco reclamou, olhando para Apolo.

— Não cumprimentou sua namorada, Apolo? — Amália disse sendo provocativa, olhou para mim como

— Ah sim, desculpa os meus modos — Apolo virou seu rosto na minha direção, as bochechas com um rubor alto — Oi amor, como está? — Fui logo pega de surpresa quando senti os lábios do loiro selar os meus de maneira rápida.

Querido desconhecidoWhere stories live. Discover now