60 | Poker Face

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Só de pensar nele a acompanhando, no meu lugar, tenho vontade de matá-lo. E é porque Lawrence é uma das minhas pessoas favoritas do mundo, e confio nele de olhos fechados. Mas... alguns resquícios do que eu, um dia, pensei, ficaram em minha cabeça.

—Não vou te impedir de sonhar. -dei de ombros- Nem vou te relembrar de que aquele corpinho é meu e, se você sequer pensar em tocar nela, eu arranco o seu pau fora.

—Relaxa, Matty. Ela não faz o meu tipo.

Eu quase ri.

—Ah não, é?

—Não gosto de chatas.

Eu odiava a naturalidade como ele fazia aquelas palavras parecerem bem humoradas, porque eu queria defender Ammy, e não conseguia fazer isso, se eu risse.

—Desde quando? -caçoei- Porque a última Ashley que você nos apresentou, reclamava das suas "comidas cheias de sódio" a cada segundo.

—Coitada. Só estava preocupada com a minha saúde.

—Não pareceu tão preocupada, quando tentou quebrar uma garrafa de vinho na sua cabeça.

—Tá vendo? Divertida.

Acabei rindo. Quanto tempo aquela menina tinha durado? 2 semanas, ou foi uma das privilegiadas que chegou até as 3? Não sei. Mas nem mesmo Dylan costumava levá-las a sério, apesar de, em geral, ser legal com elas.

Nós dois sempre fomos comparados. Dylan e eu éramos meio parecidos,  mas não exatamente. Tipo, tínhamos a mesma altura, o mesmo tipo de maxilar, o cabelo dele era um pouco mais curto, mas também escuro, o nariz dele era um pouco mais elegante, e a pele mais clara. Não nos confundiriam na rua, mas havia  várias coisas em comum.

Obviamente, aquelas semelhanças se restringiam à aparência. E as características se diferenciavam completamente, quando o assunto era mulheres.

Enquanto eu sempre gostei de estar compromissado, ele pulava fora, quando as coisas se tornavam sérias. Enquanto eu tratava as meninas com quem eu só queria me divertir com muito singelo,  Dylan tratava-as como namoradas, antes de largar. Acho que ele era mais perigoso que eu, naquele sentido.

—Seja legal com ela. -eu pedi, enquanto nós dois saiamos da casa, indo em direção ao carro que já nos esperava- Ammy gosta de você. Sempre gostou.

—Cada um com seus problemas.

—Dylan, é sério.

O sorriso dele diminuiu um pouco, quando ele bufou.

—Uma hora e meia de desfile e mais um pouquinho na festa... não vão te matar. -insisti.

—Tá legal, cara. -ele falou, com a voz um pouco mais tranquila- Talvez as modelos me deixem de bom humor, então não vai ser tão difícil...

Os meus assentos eram do outro lado da passarela, então eu conseguiria ver as expressões enfurecidas de Ammybeth, se ele a irritasse. E foi uma das coisas que eu disse a ele, mais cedo.

—Ok. Você vai ser legal, não vai fazer comentários ácidos -especialmente não que me envolvam- e vai rir para ela. -repassei as regras.

—Mais alguma coisa?

Olhei para o rosto divertido do meu amigo, e o analisei. Eu confiava nele demais, com a minha própria vida, e se ele nunca tentou nada com Ammybeth quando tinha uma queda por ela, não era agora que tentaria. Mas... ainda era Dylan. Ele ainda era um mulherengo do cacete e, por isso, reforcei:

—Não olhe para o vestido.

O homem pareceu confuso no mesmo instante.

—Como?

Soa Como Desastre (+18)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt