Capítulo.11: Um passado distorcido para um presente pior ainda...

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— Xiao, você está bem? — Shenhe perguntou sentando-se ao lado dele.

Xiao não respondeu de primeira, ele estava ocupado demais pensando onde seu Aether poderia estar, talvez ele tivesse o deixado e ido para outro mundo com Paimon, talvez tivesse morrido, era difícil pensar em qualquer uma das ideias, nada daquilo combinava com o forte viajante que ele havia conhecido, mas ainda algo parecia muito errado. Algo que já não era o mundo onde ele vivia.

— Xiao, vamos voltar para o despenhadeiro antes que comece uma briga. — Ela insiste mais uma vez e agora o Yaksha escuta.

— Eu estou esperando o viajante.

Shenhe abaixou a cabeça com uma expressão levemente triste.

— Aether não voltará tão cedo, se ele fosse voltar já teria, por favor, Xiao, vamos esperá-lo na base, não haverá nenhum bom em ficarmos aqui.

Xiao olhou para a mulher com um pouco de raiva.

— Por que? Eu vou-

— Xiao! — Shenhe grita, os olhos do garoto se arregalaram com isso, de todos os meses que ele havia passado auxiliando o grupo no qual ela estava, ele nunca ouviu a mulher gritar, mesmo quando acalmava as tolas brigas entre mortais. — Não adiantará. Vamos para casa, aqui os Qixing podem te pegar e nada de bom sairá disso.

O Yaksha não queria concordar, ele era mais do que suficiente para matar um grupo de mortais, mas algo em Shenhe o fez segui-la, algo que o lembrava de Aether.

Aether se sentou na cama e cuidadosamente olhou para Paimon.

— Eu sei! Eu sei que você disse para não confiar em estranhos! Mas ele estava junto de Rin e Len!

O garoto virou seu olhar para o homem de cabelos azuis.

— Kaito... — ele disse — Eu não te conheço e nem confio em você... mas, obrigado por cuidar das crianças...

O homem acenou e começou a escrever algo em seu caderno.

"Isso não foi nada"

— Toma! Kaito é um bom garoto!

Aether suspirou e se levantou.

— Quem é você, Kaito?

Kaito se encolheu e escreveu:

"Eu... Eu sou alguém que quer proteger aqueles dois... assim como você."

Aether olhou por longos dois segundos para aquele jovem a sua frente e depois acenou.

— De que mundo você é?

— ?!

— Kaito, eu sei que você não é daqui, assim como aqueles dois, então desembucha!

Houve um momento de hesitação, mas Kaito realmente começou a falar.

— Eu... Eu sinto muito... — Kaito sussurrou.

— Kaito!?

O homem de cabelos azuis abaixou a cabeça.

— Por que você não fala?! — Paimon pergunta.

Aether cuidadosamente toca a mão do homem e diz:

— Você também é um naipe, Kaito, diga-me, de onde você é e o que quer, eu não vou repetir.

— Eu sou um naipe — ele afirmou lentamente —, eu também tenho um poder...

Aether respirou fortemente já se irritando.

— Qual seria este poder?

— ...

— Paimon, vá lá fora com os gêmeos, eu quero falar com Kaito a sós.

A fada olha para Aether e dá um pequeno peteleco.

— Seu idiota. — Ela bufou saindo da sala.

— Se você não puder falar, escrever já está bom, talvez eu possa tirá-los desse lugar ou sei lá...

— Eu... — Kaito abaixou sua cabeça antes de terminar sua fala, talvez nunca terminaria já que começou a escrever.

Demorou poucos segundos até o homem entregar o papel, Aether leu rapidamente e em seguida olhou para ele.

— Isso pode ser um problema, você acha que pode cuidar das crianças com isso?

No papel estava escrito algumas coisas, começando pelo poder de Kaito, ali tinha uma pequena descrição, resumidamente, o poder de Kaito era dar comandos com sua voz, não foi surpreendente, Aether já sabia que podia ser algo assim pelo que foi dito antes. Basicamente, Kaito explica sobre um ser que se chamava de sonho, esta criatura o tirou das ruas de Tokyo e o jogou naquele mundo estranho com um poder.

Kaito admitia que a princípio adorou aquele mundo, quem não gostaria? Você podia fazer o que quisesse e quando quisesse! Bem, Kaito contou sobre sua "época" nas ruas, como ele cantava nas vilas e flertava com as mulheres que passavam, além das diversas carteiras que roubava naquele tempo. Mas, como tudo de bom, aquilo chegou ao seu fim.

Na época, Kaito não tinha consciência do tamanho de seu poder e como aquilo afetava as pessoas que olhavam de fora. Um dia qualquer, no qual ele vinha cantando na praça e flertando, um homem surgiu, Kaito não o notou, afinal as ruas sempre estavam cheias durante suas apresentações. Foi tempos depois que Kaito descobriu que era marido de uma das mulheres com quem havia flertado.

Kaito, antes de perceber, levou um tiro e depois outro e outros, todos na cabeça, um passou por seu olho, outro boca e o último na testa. Kaito havia morrido naquele dia.

Isso havia ocorrido a muito, muito tempo, nos braços da morte, o sonho apareceu novamente, desta vez fazendo uma oferta: "Irei te dar uma chance, assim como dei a 'ela', mate as próximas e te deixarei livre", sem escolha, Kaito aceitou. As mãos grotescas da criatura tocaram as flores no rosto dele e as arrancou...

No momento seguinte, Kaito estava vivo...

Foi então que ele a cpnfecau...

A partir da linha onde diz que Kaito reviveu, as letras ficaram mais indescritíveis, não foi possível ler, não para Aether...

— E as últimas linhas?

— ...

— É pessoal demais?

Um aceno.

Aether queria ir mais fundo, de certo modo, Kaito não queria matar as crianças como havia sido ordenado, do contrário já teria feito, mas por algum motivo, Aether não conseguia tirar um sentimento ruim no fundo de sua garganta.

— Senhor Aether~! — A voz de Rin cantarola de fora do quarto.

O garoto loiro vira a cabeça, ele tinha que se desculpar pelo incidente anterior...

— Vamos deixar isso para depois, Kaito...

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Desculpa pela demora (e pelo capítulo curto)

É só que eu to com preguiça mesmo, mas se começou tem que terminar.

Bem, o arco dentro do abismo ta acabando hehehe, o mundo exterior está tão ruim quanto o inferior >:)

Os Deuses são perfeitos, já humanos cometem erros...Where stories live. Discover now