Capítulo 8: Vivo e Ouro

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–Aether!- Paimon gritou, seu pequeno corpo tremia enquanto tentava segurar mais que o triplo de seu peso.

– Paimon.- Aether disse calmamente - Você precisa me soltar, você não vai conseguir me tirar daqui.

Paimon olhou para o mais velho e começou a gritar, ela acabaria com ele uma vez que saíssem dessa situação. Mesmo naquela situação os olhos de Aether não mudaram, eles ainda tinham um brilho gentil.

– Paimon, você tem que ir atrás das crianças.

– Não! Paimon não vai te deixar, não importa o que Aether diga!- Gritou.

– Ha...

Paimon bufou e balançou seu companheiro até as paredes de pedra e terra que os cercavam. Assim como muitos em Teyvat, Aether aprendeu a conviver com pedregulhos, sua stamina sempre foi boa, ele poderia escalar até o dobro de sua altura naturalmente, agora com as bênçãos que obteve ele poderia escalar qualquer coisa.

– Obrigado.- Suspirou, suas mãos se agarram na parede que o prendeu naquele espaço fino entre ele e o abismo.

– Paimon vai ter uma boa conversa com você futuramente.- A fada brigou batendo seus pés no ar.

– Vamos focar em achar Rin e Len antes, certo?- Perguntou Aether começando a escalar.

– Humph!

Rin e Len correram o mais rápido que puderam entre as árvores, seus pulmões pareciam queimar a cada passo apressado que era dado pelos gêmeos, lágrimas corriam de seus olhos.

Len tinha que correr, ele não podia voltar para aquele cativeiro que a rainha havia os prendido, não havia muito que ele soubesse sobre aquele mundo, nada mais do que Emily havia dito.

–N... Não... -Uma voz murmurou a sua frente.

Rin e Len pararam, a escuridão a sua frente logo foi iluminada por uma pessoa, rosas vermelhas e brancas brilhantes cobriam parte seu rosto e que também habitavam seus braços.

Len entrou na frente de sua irmã no primeiro movimento do estranho.

O homem caminhava lentamente até os dois, cada passo ele parecia mais perto de cair e rosto no chão.

– Len, vamos sair daqui! - Gritou Rin, sua mão agarrou o braço de seu irmão.

No primeiro movimento feito para uma fuga, o homem levantou sua cabeça e gritou:

– Não se movam!

Sua voz não parecia assustadora ou mesmo ameaçadora, mas de algum jeito fez seus corpos congelarem, Rin e Len não fizeram mais nenhum movimento, mesmo sendo isso que desejavam fazer.

Cada passo dado, mais o coração das crianças aceleravam. O sujeito ignorou o horror nos olhos dos pequenos, sinceramente era difícil dizer se ele podia notar isto ou não, um de seus olhos já nem podia ser aberto.

– Casa...- Suspirou ele, parecendo aliviado- Durmam.- Foi o último comando que receberam e o mais efetivo, seus corpos imediatamente relaxaram e caíram.

– Proteger... Emily...

Aether estava fora daquele buraco, seus cabelos estavam sujos de terra e sua pele cheia de hematomas de vezes que quase caiu, sua sorte é que Paimon o segurava por alguns segundos para facilitar sua respiração, do contrário ele talvez estivesse no fundo daquele precipício.

– Paimon disse que Aether sairia!- Bufou a fada.

Aether olhou para ela cansado, seus olhos mal se mantinham abertos, aquele havia sido um longo dia...

– Aether, você deveria descansar. - Apontou Paimon.

O garoto simplesmente negou com a cabeça.

– Rin e Len precisam de mim.

– Aether, você não é pai deles, você já ajudou o suficiente os libertando, não acha que seria melhor ir atrás da saída daqui para que possamos ir atrás de Lumine e você reatar seu amor de infância? - Paimon disse o final sarcasticamente.

Aether levantou a cabeça com um olhar de "isso é serio".

Apesar da fala de Paimon estar correta, Aether ainda se preocupa com as duas crianças, ele podia não conhecê-las a muito tempo, mas ele havia ajudado eles.

Paimon suspirou ao ver o olhar de Aether mudar.

– Paimon sente muito, acho que tive uma mão para te fazer pensar desse jeito, mas Aether, não é porque você salvou alguém que esta pessoa se torna dependente de você, aquelas crianças vão se achar, ou mesmo que você queira ir atrás delas, descanse um pouco, não posso mais te ver se ferindo mais e mais.

Com o assunto mais sério, o tom de Paimon também mudou. No tempo que eles haviam passado no abismo, Paimon notou o quanto afetou Aether, no início ele se preocupava com cada pequeno detalhe, um mago do abismo perdido nas profundezas ou uma pessoa aleatória que se juntou a eles momentaneamente por ter caído naquele buraco, o que a pessoa pedia por ajuda, Aether fazia sem questionar. Isso martelou na cabeça de Paimon. Era culpa dela por Aether ter se tornado tão "manipulável", naquele tempo Paimon estava conseguindo tirar aquele mau-hábito que havia criado em seu amigo, até aquele estranho lugar.

– Paimon, essa é uma situação que eu não posso descansar, não agora.- Murmurou Aether se levantando.

– Tch!

– Paimon.- Ele olhou para ela

– Paimon não vai falar mais nada.

Aether abaixou a cabeça.

– Tudo bem.

Rin acordou, Len estava desmaiado ao seu lado, seu irmão soltava pequenos sons enquanto sonhava.

'Isso é bom', pensou, suas mãos pousaram nos cabelos de Len juntas a um suspiro.

– Onde estamos?- Perguntou olhando ao redor.

Era um quarto simples, preenchido pela cama a qual estava, um armário fechado e uma escrivaninha vazia, no chão havia o que parecia ser um tapete improvisado -ou muito mal cuidado- na tentativa de deixar o quarto mais decorado.

A porta rangeu e Rin quase pulou para trás.

– Quem esta ai?!- Gritou corajosamente.

Uma cabeça passou pela fresta da porta, era aquele homem, o sujeito que os trouxe até onde estavam.

– O...O que você quer?!- Rin gaguejou, seu pequeno corpo se empurrou para mais perto de seu irmão.

O homem entrou, isso fez a garota tremer. Ele jogou algo na cama um pouco a frente dela.

– Um caderno? - Perguntou Rin olhando para o objeto.

O mais velho acenou lentamente que foi seguido por um movimento que claramente dizia para que Rin o pegasse. A garota obedeceu, não havia porque tentar lutar quando ele nem se aproximava.

– Kaito?

O homem deu um sorriso trêmulo com o canto de sua boca e apontou para seu peito.

'Eu'.

– Você se chama Kaito?- Rin virou a cabeça levemente.

Ele, Kaito, sorriu e acenou.

– Uh... Eu... Eu me chamo Rin. - Ela se apresentou. - Por que... Por que você nos trouxe aqui?

Kaito olhou para Rin e apontou para o caderno.

– Você não pode falar? Eu tenho certeza que ouvi você falar.

Ele negou com a cabeça, ela não iria questionar.

Rin se levantou, o único olho exposto de Kaito deixou claro que ele estava chocado.

Ela estendeu a mão que segurava o caderno.

– Eu preciso saber se você é bom ou mau.

'ok'

Os Deuses são perfeitos, já humanos cometem erros...Där berättelser lever. Upptäck nu