Capítulo 7: Aether se ferrou, gêmeos tem que fugir e...

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Rin e Len olharam para a mulher, sua pele pálida poderia ser facilmente fazê-la ser confundida a um cadáver, seus olhos verdes vazios e seus cabelos arrastavam-se pelo chão.

Len abraçou sua irmã quando a mulher caiu de joelhos gritando, ele tapou seus ouvidos, ela gritava palavras doces cheias de veneno. Len queria ir atrás de Aether, sem sombra de dúvidas era isso que ele queria, mas a rainha queria eles e Len não podia deixar ser pego, não quando ele e Rin estavam naquele jardim por um ano.

-Rin.- Ele falou agarrando a mão de sua irmã.- Nós temos que sair daqui.- Disse com suas mãos tremendo.

-O quê?- Rin disse pasma.- Nós não podemos deixar Aether lá!- Gritou.- A rainha tem acesso a aquele lugar? E se ela pegar Aether?!

Len mordeu seu lábio, ele não podia se deixar levar pelas emoções em um momento tão crucial assim, ele tinha total certeza que Paimon e Aether podiam encontrá-los, eles eram crianças, não podiam ir muito longe.

-Rin, a rainha vai nos pegar se ficarmos.- Len passou por ela enquanto disse isso, seus lábios tremiam, querendo ou não, ele ainda era uma criança, Aether havia o ajudado, ele não queria deixá-lo, mas naquele momento não havia outras opções...

Rin ficou em silencio por um minuto, ela estava ouvindo os gritos da rainha, sua voz rasgada a fez se encolher, aquela mulher era esperta, se ela os queria, ela acharia um jeito de passar aquele precipício. Rin sentiu a mão de Len tremendo, o escuro a impedia de ver, mas sabia que seu irmão estava segurando suas lagrimas.

-Vamos.- Disse ela assumindo a liderança e começando a andar, sua mão ainda estava segurava a do irmão, ela não o deixaria.

Assim os dois se aprofundaram na escuridão da floresta, os gritos da mulher desapareceram, mas a sensação de perigo seguia-se mais forte que nunca.

Eles fugiram, mas a que custo?

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Era mais uma noite normal, os ventos sopravam e traziam o clima gélido da espinha do dragão, Xiao estava novamente no topo do Albergue, ele estava sentado ouvindo os sussurros que o vento lhe trazia esperando pelo chamar de seu nome vindo daquela voz, mas estava se fazendo 1 ano que Aether havia desaparecido, ou melhor, ido para o abismo. E desde aquele tempo muito havia mudado.

-Xiao.- Uma voz veio da sacada do Albergue.

-Shenhe.- Respondeu o Yaksha saindo de onde estava e pousando a frente da mulher mais alta.- O que você quer?- Perguntou em um tom rude.

-Xiao, eu sei que você sente falta de Aether, acredite todos fazemos, mas nós temos que focar no presente, há pessoas nas montanhas que precisam de ajuda.

-Mortais são seres egoístas.- Xiao disse olhando para o céu, ele parecia não ter ouvido a fala de Shenhe ao invés de respondê-la.

Shenhe hesitou em falar algo a mais, ela deveria, mas o Caçador de Demônios estava certo, a situação havia se tornado inadequada pela conduta dos Qixing e aqueles do porto de Liyue que fugiram para Mondstadt não acabaram em uma situação muito melhor, tudo estava caindo em pedaços, a busca para monopolizar o mora dos Qixing levaram a atual crise econômica não só de Liyue como de Teyvat inteira, revoltas ocorreram em todos os lugares, os humanos eram de fato egoístas.

Shenhe olhou para baixo e soltou um suspiro.

-Xiao, por favor, precisamos de ajuda.- Sua fala soou miserável, quase como se estivesse implorando.

Xiao olhou para os olhos de Shenhe, seus olhos estavam tristes e seu rosto estava cheio de cicatrizes. Xiao acenou.

-Tudo bem, eu volto para seu abrigo improvisado.

Shenhe começou a guiá-lo para fora do Albergue a muito abandonado, os ventos não traziam nada bom.

Foi uma longa caminhada, o pior dos silêncios ficou entre eles enquanto passavam por monstros e centenas ladrões de tesouros. Para Shenhe foi sufocante passar tanto tempo ao lado de seu sênior. Para Xiao só foi irritante, ele não queria fazer nada, ele estava esperando Aether para que logo tudo voltasse ao seu local original.

-Shenhe!- Uma voz grita correndo até os dois.

Era Yanfei, seu cabelo rosa estava curto até seus ombros, seu chapéu sumido e suas roupas se assemelhavam mais a dos ladrões de tesouros.

Xiao observou uma curta conversa entre as duas, Shenhe a explicou que ele estava ali para ajuda-los e logo a antiga advogada abriu o caminho.

-É bom vê-lo, Xiao.- Disse Yanfei

Os três entraram em uma caverna, o lugar era belo e certamente não bagunçado, havia decorações espalhadas, quadros pendurados nas rochas, o caminho foi agradavel até chegarem no fim, Yanfei pareceu mais hesitante ao se aproximar do lenço vermelho que cobria o resto da passagem.

-Baizhu.- Proclamou Shenhe abrindo as cortinas.

Repentinamente uma quantia gigantesca de fumaça com um cheiro doce saiu do quarto, Xiao deu dois pulos para trás.

-Vocês-

A fumaça espeça começou a se esvair.

-Meu~Meu~- Baizhu disse tirando um fino e longo cachimbo de sua boca emitindo uma quantia de fumaça.

Baizhu estava deitado em um sofá vermelho com costuras douradas, ele utilizava a base de um hanfu da mesma cor do que o sofá o qual estava aberto até metade de seu peito e depois ia se fechando, o homem tinha um sorriso levemente gentil e Changsheng estava enrolada a baixo do braço do sofá.

-Baizhu, eu trouxe Xiao, creio que ele possa nos ajudar a pegar mais suprimentos pelo menos.- Shenhe disse.

-Muitas ervas.- Xiao disse tossindo.

-É uma composição com Lilys e Lírios de Vidro que cultivamos com a ajuda de Yunjin, isso me ajuda a ficar mais tempo vivo apesar de minha doença.- Explicou para Xiao enquanto se levantava.- Se eu soubesse que teríamos um visitante teria arrumado tudo.- Completou suavemente.

-Sinto muito por não ter te avisado.

-Não, não, tudo bem.- Ele balançou as mãos.- Vamos sair daqui antes que Changsheng acorde.- Baizhu se levantou e se juntou aos três, o cachimbo foi apagado pelo mesmo e colocado em seu cabelo.

Na curta caminhada até o lado de fora, Baizhu arrumou suas roupas.

-Senhor Baizhu, sinto muito por termos atrapalhado.- Yanfei disse abaixando a cabeça.

-Não há problema, foi por uma boa causa, agora que Xiao está aqui temos que discutir sobre o futuro de Liyue.- Baizhu comandou.

Baizhu começou a guia-los, Shenhe e Yanfei conversavam sobre batalhas e sobre outras pessoas, Xiao seguiu meio hesitante, até que ponto eles eram confiaveis, até que ponto Baizhu era confiavel?

A carverna era muito maior do que Xiao pensou, era como um formigueiro...

-Essa é a base de vocês?- Perguntou o Yaksha.

Baizhu se virou desacelerou o passo para ficar ao lado de Xiao.

-Não, podemos dizer que aqui é uma base "temporária", nossa casa fica no despenhadeiro, aqui só estamos negociando.

-Negociando com quem?

-A líder de um dos grupos de ladrões de tesouros.

-Se rebaixaram até esse ponto?- Xiao perguntou sarcasticamente.

-Ao contrário de você, caçador de demônios, nós humanos temos que comer, baber e dormir para continuarmos vivos, além do fato de que nem todos nós podemos lutar, eu ensinei a muitos o básico de acupuntura, mas isso não é o suficiente para acabar com os fatui ou até mesmo uma grande quantia de ladrões de tesouros.- Disse ele.

-Tch...

-Chegamos.

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-Aether!- Gritou Paimon balançando o loiro.

Os Deuses são perfeitos, já humanos cometem erros...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora