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Victoria Rodriguez

– Por que está fazendo isso ? - pergunto sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto

– Por que ? - ele solta uma risada alta - Você me traiu minha filha, está aí sua resposta

E então ele enfia mais uma vez a faca em minha barriga, ele sorria a cada machucado que fazia em mim

Já não tinha mais forças, meus braços amarrados em uma corda no alto do teto, minhas pernas feridas e sem forças pra lutar. Ele havia tentado arrancar informações sobre os meninos de mim, porém eu havia resistido de todas as formas

– Agora querida Esmeralda, me conte o que eu quero - ele fala pegando uma arma de choque e ligando em mim

Solto um grito alto sentindo meu corpo todo doer e ficar mais fraco – Eu. Não. Sei. De. Nada - falo pausadamente olhando em seu rosto e o vejo ficar vermelho

– Mentirosa - e em seguida um tapa é deferido em meu rosto - Sua putinha ridícula, você vai falar de um jeito ou de outro - ele sorri e em seguida sai da sala me deixando sozinha novamente

Olho em volta percebendo que a mesa de tortura estava a poucos centímetros de mim, fecho os olhos esticando minha perna para que alcançasse a mesa porém antes que meu pé tocasse a porta se abre bruscamente relevando um dos homens mais nojentos do mundo. Cárter Herrera

— tentando dar uma de espertinha Esmeralda ? - ele fala se aproximando de mim com um sorriso no rosto e eu fecho mais minha cara - fica tão linda com essa carinha de brava

Ele segura meu rosto e eu tento me soltar de seu toque, porém ele me dá um tapa na cara rindo

– Acho que tá na hora de vc ficar um pouquinho livre - ele fala olhando para o meu corpo de cima a baixo e eu franzo o cenho quando percebo o que ele veio fazer aqui

Ele solta as amarras dos meus braços e me segura pela bunda, começo a me debater em seus braços e ele me aperta mais e mais

Cárter me joga no chão me fazendo bater a cabeça e ficar desnorteada, porém quando percebo que ele está abaixando as calças chuto seus calcanhares o fazendo cair

Tento me levantar e correr porém ele é mais rápido me fazendo cair no chão, no entanto consigo derrubar algumas armas de turtura e quando ele me puxa subindo em cima de mim pego uma faca enfiando em seu olho

Cárter caí no chão com a mão no rosto e eu me levanto com dificuldade subindo em cima dele

— Eu disse que você nunca tocaria em mim, e eu sempre cumpro com minhas palavras - tiro a faca do seu rosto e em seguida a enfio em seu queixo o matando

Vasculho seus bolsos, pegando a chave da porta e em seguida pego o machado que tinha em cima da mesa

Com dificuldade abro a porta e ando lentamente tentando não fazer barulho, eu mancava por causa dos ferimentos, porém tentava ao máximo não fraquejar

Escuto um barulho de passos, provavelmente dos soldados do meu pai e entro em um cômodo que estava aberto, ainda olhando para a porta, a fecho lentamente tentando não fazer barulho algum

Percebo que a luz do cômodo estava acesa e fecho os olhos segurando o machado em minha mão com força

Quando me viro o choque me faz deixar o machado cair e para que eu não gritasse tampei minha boca com força

Meu olhos estavam marejados e as lágrimas imploravam para sair, lá estava o meu amor

Morto...

Estava em cima de uma mesa de necrotério, seu corpo com diversos cortes profundos e sem um braço

Provavelmente ele não havia morrido no acidente pois estava com a cabeça enfaixada, e eles tentaram arrancar informações dele do pior jeito, assim o matando

Me aproximo dele devagar com a mão esticada, meu corpo estava arrepiado e eu tremia dos pés a cabeça, ver meu garoto ali, com os olhos brancos e seu alma, sem vida

Morto...

Quando toco em sua pele ela não está quente como era, estava gélida, vazia

"Eu amo você Victoria"

Foi o que ele havia me dito antes disso acontecer, esse não era mais o meu garoto, é meu pai tinha feito isso...

Penso em pegar o machado e o procurar, me vingar

—Fuja—

É o que eu escuto em minha cabeça, olho novamente para Isaac sabendo que se eu fizesse isso, morreria como ele, e sei que ele nunca ia se perdoar se isso acontecesse

Deu um beijo em sua testa antes de fechar meus olhos e respirar fundo

– Eu também te amo Isaac

Me viro secando minhas lágrimas, pego o machado no chão e então abro a porta, rezando para conseguir escapar

Coloquem a música Dog Days Are Over

Seguro firme o machado e começo a andar lentamente, procurando uma saída, a cada passo que ouvia eu me escondia para que eu não fosse encontrada novamente, apenas escutando a voz de Isaac em minha mente me mandar sair dali e fugir

Quando finalmente encontro uma saída, olho pra trás por um momento sentindo as lágrimas saírem mais e mais de meu rosto

Mordo o lábio e empurro a porta de ferro vendo a vasta floresta que tinha a minha frente

Escuto vozes se aproximando de mim e então respiro fundo

Corre—

Ele manda novamente e assim faço, correndo como se não ouvesse amanhã, fugindo dali, ainda segurando o machado

Sentia que havia conseguido, mais a dor meu coração apertava cada vez mais, eu não poderia deixar meu pai livre

Eu iria mata-lo, nem que fosse a última coisa que eu fizesse...

Devil Eyes Onde histórias criam vida. Descubra agora