44 | Don't Blame Me

Mula dari awal
                                        

Eu não estava nem aí. Eu queria tanto bater naquele cara, que qualquer voz, qualquer reclamação, ou qualquer frase que saísse pela boca dele, se tornaria apenas um zunido.

A única coisa que conseguiu entrar pelos meus ouvidos e chegar ao meu cérebro, foi a voz trêmula dela.

—Matthew, pare com isso! -Ammy gritou, segundos antes de tentar me puxar pela camisa, sem muito sucesso.

Acho que eu tinha quebrado aquele nariz horroroso do homem. Acho que ele estava com o rosto sangrando, quando senti o meu motorista agarrar o meu corpo, e vi o outro irmão dela puxar Levi e...

Eu nem queria saber como estavam as minhas feições. Meu coração estava tão acelerado, minhas veias dilatavam tanto, minha respiração era tão falha, por conta daquele sentimento de adrenalina percorrendo tudo em mim, que tinha certeza que eu não me reconheceria e não gostaria do que eu tinha me tornado, naqueles minutos: Um poço de ódio.

—Engraçado como namorar um perturbado sempre combinou com você, sua vadia. -o homem estava cuspindo sangue, e ainda estava falando.

—Você não viu nada. Sou muito mais perturbado que isso. Eu... -já estava indo para cima dele de novo, quando a menina veio para a minha frente.

—Matthew! Pare com isso! Caralho.

Acho que eu queria parar quando aquele merdinha estivesse tão machucado, que não conseguiria falar. Mas eu não conseguia me mover. Não com aquele brutamontes, do meu motorista, segurando os meus braços.

Eu vi o seu irmão mais novo tentar arrastar Levi para dentro de casa, mas aquele homem ainda estava falando merda, enquanto entrava:

—Eu espero que o próximo rosto que ele atinja seja o seu! -ele gritou, para a menina.

Ah meu Deus. Eu iria matá-lo.

Eu iria. Eu gostaria de fazer aquilo, se não tivessem me jogado na porra do carro para ir embora e, quando eu fiquei a manivela do carro, para fazer sei lá o que, o rosto dela ficou em frente ao meu:

—Pare. Matty, fique quieto. -Ela silabou.

Normalmente, eu não me importava de obedecer Ammybeth. Mas, ali era uma exceção.

—Olhe o que esse merdinha está falando de você, Ammy!

Eu não queria gritar com ela. Eu não deveria. Eu... nem podia.

Depois de tudo o que ela tinha ouvido, e visto, Ammy deveria ser a mais magoada. Mas eu estava tão bizarramente transtornado e puto e... Quando tentei sair do carro de novo, as portas já estavam trancadas, e o motorista já estava tentando me dar uma lição de moral, quando a menina interrompeu e foi a única coisa que prestei atenção.

Tive que colocar a mão no próprio coração, para ter certeza de que ele ainda estava lá, depois de ter ficado tão desenfreado.

—Não é fácil escutar essas coisas por anos, mas eu não estou batendo em ninguém, por aí.

—Ammy, meu amor -eu tentei respirar, mas meus pulmões doíam- Eu gosto de você. E eu não deixo as pessoas falarem assim, das pessoas que eu gosto.

Aquele irmão dela poderia se explodir. Ele estava maluco se achou que ia continuar falando o que quisesse, e eu ia ficar calado, por medo de virar assunto nas revistas. E, para ser honesto, a imprensa poderia se foder também.

Eu sempre tive medo de parecer algum tipo de clichê, para mídia. O rockstar agressivo, ou descontrolado, ou mulherengo, ou qualquer um daqueles outros títulos estúpidos e vazios. Mas, eu não estava me importando cacete nenhum. Eles nunca sabiam de nada, mesmo.

—Não faça isso. -sua voz foi baixa- Eu não quero. Você realmente me assustou agora e... -Ammy pegou a minha mão um pouco ensanguentada- Como você vai tocar guitarra assim?

—Estou pouco me fodendo para guitarra, ou  para o show. -falei, e não era mentira- Jesus, Ammy, eu quem estou assustado. Por que você deixa esse cara te tratar assim?

Sei que eu não deveria questioná-la, daquela maneira. Mas eu não estava pensando direito. Principalmente agora, que eu estava vendo o carro se mover, me afastando do rosto daquele Levi idiota.

—É como sempre foi. -disse, cabisbaixa- Quer dizer, não sempre. Acho que houve uma época que ele era apenas babaca, e não cruel.

Eu não quis perguntar. Eu já estava tão transtornado, que uma informação a mais seria capaz de me fazer comprar uma arma.

—Me escute. -ela começou, segurando a minha mão machucada, e falando com uma voz mais machucada ainda- Está bem claro que gostamos um do outro -verdade- e que estou louca por você -espero que também seja verdade- mas, se isso acontecer de novo, pode me esquecer.

—Não estou nem aí.

Não sei porque aquela frase saiu da minha garganta. É claro que eu me importava. Mas foi involuntário.

—Como é que é? -Ammy fez uma cara feia.

—Não estou nem aí. -repeti, apesar de saber que era meio mentira- Se alguém fizer mal a você, eu vou cometer um homicídio.

—Jesus Cristo... -suspirou, balançando a cabeça em decepção- Você é mesmo perturbado, não é?

—Depois de eu ter feito um cara te seguir, achei que você já tivesse percebido.

Eu estava esperando mais uma lição de moral. Mais uma ameaça de pé na bunda. Mais uma cara feia. Mais alguma coisa ruim, mas... Ammy me abraçou e sussurrou: "esqueça que eu estou dizendo isso, mas obrigada".

Acho que o cheiro dela foi capaz de fazer o meu coração se acalmar.

Soa Como Desastre (+18)Tempat di mana cerita hidup. Terokai sekarang