44 | Don't Blame Me

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—Enfim, eu só gostava de ver aquela gata, no videoclipe.

Oh Jesus. Eu nem ia entrar no mérito de aquela frase ser problemática ou não, porque, além de tudo, era patética para cacete. Então, apenas fiquei quieto.

—Aliás, por que você trocou aquela Cecília pela minha irmã?

Aquele definitivamente era o mais velho. E eu não ia gastar a minha saliva com alguém que Ammy não gostava. Muito menos, se esse alguém tivesse expressões tão detestáveis.

Que tipo de homem começa um diálogo dessa maneira? Ainda mais falando da própria irmã?

—Ela é gostosinha e tudo mais, mas, tão fodidamente chata e mentirosa. -ele deu de ombros, rindo enquanto falava absurdos- Seja honesto, comigo, de homem para homem, foi a energia de virgem aos 20, que te pegou?

Senti uma parte de mim querer sair do sério. Eu não sabia qual era a merda do problema daquele cara com Ammybeth, mas já estava bem claro para mim que ele era doente. Completamente doente. E o meu punho já estava se fechando, involuntariamente, implorando para encontrar o rosto de um verme como aquele.

—Cara, você é nojento. -eu disse, apenas, e dei um passo para frente.

Ele sorriu.

—Fala sério. -ele revirou os olhos-  Eu poderia apenas me aproveitar do meu novo cunhado rico, mas estou te alertando, ainda assim.

—Por que você só não saí?

—Você tá na frente da minha casa, bonitão.

Ele tinha um ponto. Mas, honestamente, talvez fosse melhor para aquele cara sair de perto de mim, porque eu estava sentindo o sangue chegar até minha cabeça e dominar os meus outros sentidos.

Em geral, eu costumava ser um cara bom de segurar a raiva. Eu não era agressivo e, definitivamente, não saía socando o rosto de ninguém na rua- Principalmente, porque fazer aquilo significava estar no meio de polêmicas, e eu odiava polêmicas. Mas, ali... Ali eu queria destruir aquela carinha detestável, que, alguma vez na vida, tinha feito Ammy querer ficar longe da casa.

Se ele falasse só mais uma coisa... Uma coisa apenas, eu não responderia por mim.

—Só acabe com minha curiosidade, pelo amor de Deus... Quantos boquetes ela teve que te fazer, para você trazê-la até aqui?

Eu não sei se eu falei alguma coisa, antes de aquilo acontecer. Não sei se falei alguma coisa, enquanto acontecia. Mas, sei que em um momento eu estava parado, com as costas na porta do carro, e no outro, eu estava escutando Ammybeth gritar, implorando para que eu largasse aquele pedaço de merda.

Podia fingir e dizer que eu não sabia o que tinha acontecido comigo, mas não era verdade. Eu sabia exatamente: Deixei a minha raiva dominar o meu corpo inteiro, e não me arrependo de jeito nenhum. Aquele cara estava implorando por aquilo. Aquele cara merecia quebrar toda a merda da arcada dentária e sangrar até ficar zonzo.

Acho que eu teria batido nele, independente de qual mulher estivesse na porra da boca dele, porque não seria a primeira vez. Mas... sendo de Ammy, uma raiva colossal pareceu tornar tudo mais intenso, quando minha mão acertou a cara dele. Ou quando eu empurrei ele contra a lataria do carro, sem me preocupar com qual seria a merda de discurso de Mark, se alguém estivesse filmando aquela cena.

Soa Como Desastre (+18)Where stories live. Discover now