Acho que, tendo ela uma vez, ia ser impossível não querer tê-la o tempo inteiro. E eu queria muito a segunda opção. A viagem tinha perdido toda a graça, quando ela decidiu que não poderia ficar conosco, naqueles últimos dias.
Por isso que eu estava aqui, agora. Um pouco adiantado, porque ainda faltavam cinco horas para o show começar, e um pouco ansioso demais, porque eu gostava muito dela e queria levá-la embora logo -principalmente porque, quando Ammy abriu aquela porta, apesar de ter parecido feliz em me ver, o seu rosto estava meio estranho.
Ammybeth parecia ter ficado ansiosa sair, também, quando me mandou esperar por ela. Fiquei me perguntando se era porque ela estava feliz, porque ia cantar em um show pela primeira vez, ou porque esse lugar estava sugando a sua energia.
Eu havia prestado atenção nas nossas conversas o suficiente, para lembrar que ela não gostava da cidade, e nem da casa, e nem dos que moravam na casa.
E, quando um sujeito de cabelo castanho e feições duvidosas apareceu na minha frente, acabei me perguntando se ele era um dos motivos.
—Matthew Daves. -ouvi a voz presunçosa se aproximar de mim, para me cumprimentar- É uma honra ter você na minha casa.
Hmm... qual dos irmãos ele era? Luke, o mais novo, que era detestável e um pouco mais quieto, segundo a menina, ou Levi, o que ela preferia nem falar sobre?
Independente de quem fosse, estendi a minha mão mesmo assim, sem entender se aquilo era o correto a se fazer, considerando que Ammy deixou bem claro que eu não chegasse perto dos familiares dela, quando me deixou esperar na porta.
Mas foi aquele homem que surgiu, na minha frente. E acho que ele tinha acabado de chegar, em um carro, porque aquilo explicava o barulho de motor e de porta batendo, que, anteriormente, não havia me chamado a atenção.
—Você quer um? -o homem perguntou, se referindo ao maço de cigarros em sua mão, quando se encostou carro do meu motorista, junto a mim.
—Dispenso. -falei, apenas.
Eu deveria puxar assunto?
Acho que não.
—Qual é, eu já vi fotos suas fumando. Não precisa disso.
Normalmente, eu não ouvia muitos homens falando comigo em um tom tão detestável. Talvez, porque a maioria dos homens não parecesse tão detestável.
Mas, tudo o que eu fiz, foi abrir um sorriso irônico no rosto e observá-lo tragar aquilo.
—É um fã, cara? -perguntei, já que ele estava alegando ver fotos minhas por aí.
Não que precisasse ser meu fã, para ver o meu rosto espalhado pelas revistas, mas fiquei curioso, ainda assim.
—Na verdade, não. -o homem deu de ombros- Mas eu gosto de uma música de vocês. 'Flame', eu acho.
Aquela era uma das mais famosas da banda, e um dos grandes motivos para aquilo, era a presença de Cecília, uma menina que eu namorei ano passado e acabou participando do videoclipe. Porque as pessoas gostavam daquilo. Por mais que eu tentasse fugir da minha vida pessoal estando vinculada à banda, não tinha como negar que era aquilo chamava a atenção do público.
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Soa Como Desastre (+18)
Fanfiction"-Você vai ser minha de novo -Matthew declarou, com a voz mais rígida, do que carinhosa- Não me importa quanto tempo vai demorar. Não me importo se você vai resistir. Mas acontecerá." Quando o amor pareceu não ser o suficiente para mantê-los juntos...
44 | Don't Blame Me
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