' 𝐃addy 𝐈ssues ! ★ '

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" Vá em frente e chore, garotinho
Você sabe pelo o que sua mãe passou
Você tem que deixar isso sair logo, só deixe sair. "
𝐃𝐀𝐃𝐃𝐘 𝐈𝐒𝐒𝐔𝐄𝐒 - 𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐈𝐆𝐇𝐁𝐎𝐑𝐇𝐎𝐎𝐃.


𝐏𝐎𝐕 : 𝐇𝐀𝐍 𝐉𝐈𝐒𝐔𝐍𝐆

Acordo deitado sobre o peitoral de Minho, era uma posição confortável. Percebo que ele ainda está dormindo, penso em acorda-lo porém decido apenas pegar meu celular que estava em um pequeno banco do lado da cama, após desbloquear meu celular eu vou ver um pouco minhas mensagens, não eram muitas já que só tinha o contato de Minho, Jeongin, Jungwon, Jay, Sunoo e meu "pai."
Pego meu celular e vejo que tenho uma mensagem do meu pai.

"Pai."

- Ei garoto.
- Tá aonde?
- Fica saindo de casa toda a hora, nem
parece que quando eu te tirei de casa
por um dia você ficou chorando igual
um idiota, e agora você fica saindo
como se nem tivesse casa.

-

Sinto vontade de chorar no momento em que termino de ler, ele só falava comigo quando eu saia de casa, ou quando ele estava estressado e tinha que descontar a raiva em mim.
Pior decisão da minha vida foi olhar nossas conversas mais para cima.

Natal do ano passado:
" Garoto você é idiota? Em vez de passar o Natal com a sua família fica com a família de um garoto que você conheceu não faz nem um ano."
Janeiro deste ano:
" Pai, eu vou sair tá?"
Ah, essa mensagem que só foi visualizada hoje, eu sei que ele trabalha muito, mas porra...

Estava tentando segurar meu choro ao máximo, odiava que as pessoas ficassem preocupadas com algo sobre mim, mas talvez eu não consiga mais segurar por muito tempo, saio do contato do meu pai. - que eu sei que ele arquivou. -

Ponho meu celular de volta no banco e respiro fundo, ainda estava abraçado com Minho.

Cada coisa que eu lembrava sobre meu pai, nunca era boa, ele nunca foi uma pessoa boa mesmo antes da minha mãe morrer, ele era um pouco melhor antes, mas ele nunca tinha tempo para mim.

Começo a chorar sem perceber, Minho acaba acordando e eu tento cobrir o rosto, porém ele segura meu queixo me fazendo olhar para ele.

- Hannie? O que foi? - Eu não consegui dizer nada, eu apenas o abracei com mais força e chorei mais.
Ele abraçou minha cintura e apoio a cabeça na minha. Ele acariciava meu cabelo tentando me deixar o mais confortável o possível.

Ele continuava me acariciando com um rosto um pouco preocupado, o carinho dele me acalmava, porém não o suficiente para como eu estava naquele momento.

- Quando você se acalmar você me conta oque aconteceu, ok? - Eu balanço a cabeça, eu precisava desabafar com alguém, até porque desabafar em um caderninho como eu sempre fazia nunca ajudou. Eu consigo me acalmar um pouco, porém não paro de chorar. - Sungie, vem beber uma água, eu faço algo para você comer.

Seguro a mão dele e ele leva até a cozinha. Lino pega a um copo e põe água, o abraço e ele me ajuda a beber.

- 'Tá mais calmo?

- Um pouco... - Lágrimas ainda saiam de meu olhos, era difícil controlar elas.

- Vamos ficar ali no sofá.
Ele disse isso e me levou até o sofá, logo que chegamos Minho me abraçou e logo eu apoiei minha cabeça em seu ombro.
- Hannie, você pode me contar o que aconteceu?

- Meu pai... - Eu queria só falar tudo o que meu pai já me fez pra alguém...é pedir muito?

- Uma coisa, se não quiser me responder, não reponda, ok? - Eu respondo um "ok" e ele me pergunta. - O que seu pai fez de mal pra você?

- Meu pai nunca foi presente na minha vida, quando eu nasci ele estava indo para uma reunião então só me deixou no hospital e foi para a reunião, ele nem se deu o trabalho de voltar lá para me ver, a primeira vez que ele me viu já tinha três dias que eu havia nascido.
Minha mãe contratou a Elly porque ela precisava de ajuda para cuidar de mim já que meu pai só ficava no escritório e nem me ajudava em nada.
Quando eu tinha 12 anos minha mãe morreu... - Percebo uma lágrima cair do meu olho ao lembrar disso, porém continuo. - Ele disse que a culpa era minha porque eu não ajudava em nada quando ela estava passando mal, sendo que eu dei meu máximo para cuidar dela e ele nem sequer saiu do escritório.
Quando eu tinha 15 anos eu me assumi gay pro meu pai, ele me fez dormir do lado de fora, se não fosse a Elly que me levou para a casa dela eu teria dormido do lado de fora. - Isso foram apenas três das várias coisas que ele tinha feito e eu já estava chorando. - E...

- Ei, calma, se acalma primeiro, depois você termina, eu não tenho pressa.

Ele levanta meu queixo e limpa minhas lágrimas levemente, Minho me abraça mais forte e acaricia meu cabelo até que eu me acalme para continuar.

- Lino...é tanta coisa...

- Tudo bem, só fala o motivo de você estar chorando agora.

- Ele me mandou uma mensagem hoje, se você quiser pode ler. - Entrego o celular para ele porém ele não liga e apenas espera eu terminar de falar. - Ai eu vi algumas mensagens antigas, eu percebi que ele só tinha visualizado a mensagem que eu mandei em Janeiro hoje e que as únicas vezes que ele me mandou mensagem foi para brigar comigo e pra me perguntar onde eu estava sendo que quando eu estava em casa ele nem percebia.

- Eu sou horrível em palavras Hannie...Mas, se você quer chorar, é melhor chorar do que segurar, ok? Se você quiser chorar, chore, eu 'tô aqui pra você.

Eu choro.

Choro muito.

Ele só me abraçava enquanto eu só chorava, ficar com ele era tão confortável mesmo quando eu só queria me jogar de um prédio e nunca mais ter que voltar nesse mundo.

Eu chego a chorar tanto que sinto que vou começar a chorar sangue, meu olhos ardiam porém eu só conseguia chorar.

Ainda era de manhã, e eu já me sentia mal de tanto chorar.
Chorar por conta do meu pai era quase rotina, mas eu nunca senti como se fosse ficar quatro horas chorando.


𝐏𝐎𝐕 : 𝐋𝐄𝐑 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎

Ver Jisung chorando tanto me deixa preocupado, eu sei que ele realmente precisava chorar, mas nunca pensaria que ele iria precisar chorar tanto assim.
A ponta de seu nariz estava vermelha, os olhos também, inchados e vermelhos de choro, ele parecia fofo mesmo assim.

Ele estava com a cabeça apoiada no meu pescoço enquanto eu o-abraçava, ficar com ele era tão bom, mas tão ruim quando ele estava chorando.

Han ainda chorava, porém bem menos que antes. Eu decido fazer algo para nós dois comermos.

- Hannie, se importa se eu ficar sem blusa? Não 'tô aguentando mais esse calor.

- Ah, sei lá, pode...

Eu tiro a blusa e deixo ela em uma mesa, penso em voltar a abraçar Han, porém decido não o abraçar, talvez ele possa ficar desconfortável.
Porém ele mesmo me abraça. Após isso eu continuo fazendo a comida.


𝐍𝐎𝐓𝐄𝐒 ! ★

Vou pular bastante o tempo no próximo cap mas é pq eu 'tô com tesão-
Brincadeira (ou não)

Só sei q...Depois do lixo tem mais lixo, e depois disso somos lixo até a alma.
Poético.

𝗔𝗡𝗫𝗜𝗘𝗧𝗬, minsung. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora