— Só um segundo — Apolo parecia realmente concentrado de novo no trabalho escolar.

— O que você-

— Fica quietinha — seus dedos pressionaram minha pele — Eu vou deixar você fazer sua parte.

Fica quietinha?!

Esse projeto de Polly Pocket está me dando ordens?

— Ficar quietinha? Olha Apolo, você não é ninguém-

— Fique quieta, Anelise. — ele falou novamente, agora com um tom mais sério e me olhando nos olhos — Não estou mandando, só estou pedindo.

Pude sentir sua mão acariciando lentamente minha pele, ele deslizou os dedos um pouco mais para cima carregando um pedaço da saia, mas coloquei minha mão em cima da dele.

— Tira a mão. — falei franzino o cenho — E eu estou mandando.

Aquele maldito sorriso estava em seu rosto novamente, de maneira mais alarmante. Ele retirou a mão tão lentamente que pareceu uma tortura.

Antes que a oportunidade de continuar discutindo com Apolo ganhasse vida, uma bolinha de papel acertou minha cabeça e uma carranca se formou na minha testa, tentando encontrar quem havia jogado a bolinha e me deparei com Jade fazendo gestos bem exagerados.

Olhei para a bolinha e a peguei do chão.

Tenho algo pra te contar.
Intervalo.

Curiosa, levantei as sobrancelhas.

Levei um tempo até me concentrar de novo no trabalho, mas meus pensamentos se voltava para o que Jade tinha para me contar. Até a chegada do intervalo foi uma tortura.

— Então, conta logo.

Os olhos da minha amiga rolaram entre Lucca e eu.

— Bom, é algo sobre a Lavínia e o Theo — ela disse respirando fundo.

— Ele te contou algo? — perguntei curiosa.

— Não exatamente.

— Para de enrolar, Jade. — Lucca falou e a morena revirou os olhos.

— Eu joguei um verde pra ele sobre a Lavínia, falando que eles dois pareciam afastados. Até que ele me disse ela tava com problemas sérios na família.

— Ele falou que tipo de problema? — Lucca perguntou, extasiado de curiosidade.

— Não, falou apenas que sente falta dela e que ela era uma pessoa importante pra ele. — as palavras de Jade soaram baixas e cautelosas estudando minha reação.

Eu suspirei.

— Entendi — falei dando de ombros.

— Porém, eu acho que depois que disse que sairia com você acho que eles se afastaram — Jade concluiu.

— Eles parecem bem distantes ultimamente mesmo — Lucca olhava para Lavínia que estava na outra mesa com algumas meninas.

— A Lavínia realmente parecia estranha, ela foi lá na casa dos meus tios com o pai dela.

Vi de Jade e Lucca arregalarem os olhos.

— Como assim? Por que não contou isso logo pra gente? — Jade questionou.

— Não parecia ter tanta importância. Eu tive que atura-lá no meu acampamento a noite com a Camila, até as roupas dela estavam diferentes.

— Vocês brigaram? — perguntou Lucca.

— Não e até dividimos o mesmo colchonete.

Meus amigos me encararam mais surpresos ainda.

— O que? — questionei franzino o cenho.

— Ela quer algo de você, ninguém muda da água pro vinho — Jade falou com certeza na voz.

Após um tempo conversando no refeitório com os meus amigos sobre o estranho comportamento de Lavínia. Eu não havia visto Apolo durante o intervalo, entretanto, em compensação, Theo havia me abordado.

— Eu queria saber se aquele nosso passeio ainda está de pé? — os olhos verdes me encararam com doçura e ansiedade.

Eu ergui as sobrancelhas. Era realmente uma surpresa, já que ele havia visto eu e Apolo saindo juntos, não entrava por um segundo na minha cabeça que ele estaria ainda assim interessado em sair comigo. Poderia ser para ele um encontro com os amigos? Talvez, mas na minha cabeça, isso parecia outra coisa.

Eu não vou deixar passar essa oportunidade.

Eu finalmente teria um encontro de verdade.

— Ah, mas é claro — eu abri um pequeno sorriso.

— Você tá livre esse fim de semana?

— No fim de semana? — pensei alto, surpresa — Sim.

— Pode ser no sábado a noite? — ele deu um passo próximo a mim sem tirar os olhos em cima dos meus.

— Pode ser, mas como vai ser? A gente se encontra em algum lugar específico ou você vai passar lá em casa?

— Eu pego você às 19 horas, tudo bem?

— Tudo bem — eu sorri de lado.

Querido desconhecidoKde žijí příběhy. Začni objevovat