One - Prologue

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29/03/2014

Lauren era lésbica assumida e estava completamente bêbada quando se deitou com o garoto descobrindo no dia seguinte, quando acordou, que Brad era gay.

E era apenas isso. Lauren era gay, Brad também. Mas o destino estava realmente de brincadeira com a cara de Lauren. Quatro semanas depois da louca noite de Lauren, a mesma foi ao hospital mais próximo, apenas pra ter certeza de algo que já desconfiava. E, uau, ela estava realmente grávida. Contou para Brad porque, querendo ou não, o rapaz era o pai. A ideia de aborto se passava varias e varias vezes pela cabeça de Lauren, mas Brad insistia para que levasse a gravidez à frente. Lauren não gostava de Brad, mas decidiu que iria ter essa criança. Brad queria ser um pai presente, mas Lauren fugiu da cidade, fazendo com que Brad pensasse o pior, Lauren não estava nem aí, apenas iria cuidar daquele pequeno ser, mesmo que isso custe muito à ela.

17/04/2015 - 02:47am

Desde então Lauren vem cuidando de sua pequena Emma, com todo carinho e amor que uma mãe solteira possa dar. Emma já estava com 4 meses de nascida, Lauren tomava o maior cuidado com aquele ser encantador, mas seu dinheiro estava acabando e o que tinha daria apenas para, no mínimo, cinco ou seis dias. Ela tentava poupar o máximo possível de seu dinheiro, passava fome para alimentar sua pequena.

Era uma madrugada fria, Lauren estava em uma velha estação de trem com Emma. Teve que fugir novamente de onde morava, pois Brad tinha encontrado-a por ligações. No mesmo dia que recebeu a ligação de Brad, Lauren arrumou duas malas de roupas para si e uma pequena mala para Emma.

- E agora, filha? O que será de nós? Não vou deixar você! Nem por um segundo sequer irei pensar na possibilidade de perder você, minha pequenina. Eu te amo tanto que esse amor equivale de uma mãe e um pai, mi niña.

...

Enquanto Lauren conversava com Emma, como se a pequena entendesse tudo, Camila estava dormindo em seu carro, toda encolhida no banco do motorista. Passara quase 3 meses planejando a fuga de seu país, Cuba não era um lugar com boas recordações para Camila. Ela lembrava de cada apelido dado, cada soco, cada chute. Camila se lembra de todas as vezes que sua mãe gritava e xingava por conta de sua condição. Sinuhe dizia o quanto odiava ela por nascer com um pênis ao invés de uma vagina, como todas as outras meninas. Alejandro era um bom pai, reconhecia o quanto Camila era boa, o quanto ela se esforçava para ser uma boa filha para que sua mãe não lhe machucasse mais. Alejandro também via sua pequena latina chorar todas as noites em seu quarto, culpando-se por não ter nascido como uma menina comum.

Alejandro cuidava de Camila como seu bem mais precioso, sempre esteve perto para quando Camila precisasse. O mesmo já dizia "Se ainda estou nesse mundo, é porque meu dever é cuidar de você, minha pequena. Mas, prometa-me que se um dia eu não estiver mais aqui pra ti, mi hija, por favor, prometa-me que irá embora de Cuba, que não irá sofrer, hija." e Camila sempre lembrou dessas palavras. Quando Camila completou seus 22 anos, Alejandro fora assassinado, todos desconfiavam de Sinuhe, pois a mesma sempre deixou claro o quanto o odiava por proteger a pequena aberração, como Sinu preferia chamar. Sinuhe fugiu dois dias depois do assassinato.

Desde a morte de seu pai, Camila vinha planejanto uma fuga de Cuba. Havia guardado dinheiro junto de seu pai para que, no dia que ele partisse, ela iria embora. Camila tinha o carro que era de seu pai, um Chevrolet Impala 1967 na cor preta, estava novo porque Alejandro tinha comprado não completava um ano e foi pouco usado. O dinheiro que Camila havia juntado era bastante.

Ela saiu de Cuba por volta das 05:00am em uma embarcação ilegal, com apenas uma mala e uma mochila e em sua carteira carregava todo dinheiro que tinha, juntamente de uma foto de seu pai. Chegou nos EUA por volta das 09:30am, seu carro já havia chegado também. Quando já eram meia-noite, Camila estava cansada e com muito sono. Achou uma estação velha e abandonada, estacionando perto da linha do trem, mesmo que não passasse nada por alí, ela não queria arriscar, de qualquer forma era perigoso.

E então Camila adormeceu adoravelmente encolhida no carro de seu querido pai. Alejandro não passou muito tempo com o Impala, mas o perfume alí dentro com certeza era dele, o que fez Camila sentir saudade e ela se permitiu chorar, mesmo que tenha sido um choro silencioso, foi um choro carregado de emoções.

Eram exatamente 3:00am quando Camila acordou em alerta ouvindo um choro de bebê, olhou em volta e voltou a dormir achando ser apenas um sonho, mas assim que fechou os olhos o choro voltou, dessa vez junto de uma voz rouca e baixa. Camila saiu silenciosamente do carro e pegou uma madeira cumprida velha que estava alí perto. Foi caminhando lentamente em direção ao som de choro e viu uma linda moça com um bolo de mantas enrolados em seus braços. Lentamente caminhou até as duas, não queria assusta-las, chegando perto disse lentamente com seu sutil sotaque cubano;

- Olá? - Lauren saltou do banco onde estava com sua pequena e abraçou-a, assustada com a figura parada à 2 metros de distância. - Por favor, eu n-não queria assus-assusta-la!

Lauren viu a dificuldade na fala daquela moça e logo percebeu que não era americana. Por sorte Lauren, quando era mais nova, aprendeu a falar varias línguas. Seus pais eram ricos e davam tudo o que Lauren queria, mas quando Michael morreu, a empresa faliu rapidamente, o dinheiro foi-se em uma rapidez desconhecida por Lauren e Clara, sua mãe. Ao que Lauren viu que não sobreviveriam com o salario de Clara, Lauren resolveu trabalhar em uma loja perto. Três anos depois da morte de Michael, Clara faleceu de câncer no pulmão. Lauren não deixou se abalar por isso, aliás, seus pais nunca foram pais bons para a menina. Com seus conhecimentos, Lauren estudou o tanto que seu dinheiro podia pagar, e se formou em uma faculdade pública, cursou medicina.

Lauren olhou para a moça à sua frente e fez a primeira tentativa;

- Você não fala inglês?- Camila balançou a cabeça como dizendo mais ou menos. - Hablas español?

-Sí! (Sim!)  -Camila assentiu freneticamente, como uma criança quando lhe oferecem doce.

- Bien... Droga, esqueci que sempre cabulava as aulas de espanhol! - Lauren praguejou baixinho, mas Camila ouviu e soltou uma breve gargalhada gostosa, que fez Lauren sorrir instantaneamente. - Se eu falar em inglês você entende? - Camila assentiu. - Mas você não sabe falar em inglês não é? - Camila assentiu novamente. - Como é seu nome, mudinha? - A princípio Camila não entendeu o apelido, mas sorriu.

- Me llamo Karla Camila, mas pode c-chamar apenas de Camila- Lauren sorriu para o jeito que Camila misturava espanhol e inglês em uma só frase. Internamente achou aquele ato adorável. - ¿Y usted? (E você?)

- Sou Lauren Michelle. E essa aqui é a Emma Michelle. Quantos anos tem?

- 23 - respondeu acanhada.

- Tenho 24. De onde é, Camila?

- Cuba.  - Camila falou com a voz demasiadamente rouca e firme, o que causou uma sensação boa em Lauren, uma sensação de que Camila lhe faria sentir viva, de algum modo ela sentia isso. E bem, Lauren esperava estar certa quanto a isso.

............

Oi ❤

(HIATUS) Something So Magic About You - CamrenWhere stories live. Discover now