Em uma realidade paralela - Parte Um

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Em uma realidade paralela, um pequeno fator mudou tudo. Ao invés de Venezuela comentar despretensiosamente "sabe, acho que de todos os países, o melhor no vôlei sempre vai ser o Brasil" e gerar uma discussão fervorosa entre ele e Argentina, que tinha certeza absoluta que com alguns dias de treino ficaria melhor que o moreno praiano, o que ela disse foi:

— Sabe, acho que a dança mais bonita do mundo é o tango do Argentina.

— O quê? Eu tenho o melhor requebrado do mundo. Me dá uns dias e eu vou ser melhor que esse trouxa no tango dele.

E isso gerou, obviamente, uma discussão fervorosa. Argentina sentiu seu sangue latino fervendo no peito, era inaceitável que alguém como o Brasil estivesse falando da dança dele.

— Impossível, hermano — Argentina insistiu, usando o apelido de forma debochada, cruzando os braços e erguendo o queixo de olhos fechados. — Alguém vulgar como você não seria capaz de expressar a sensualidade discreta do tango.

Os pensamentos dele foram diretamente para os movimentos vulgares do brasileiro na noite anterior, sarrando e rebolando como se não estivesse em uma festa em público, e, sim, sozinho no recinto. Ou melhor, sozinho com alguém no recinto.

— Quer apostar quanto, manito? Me deixa ter aulas com o melhor, e você vai ver que eu vou te superar antes que você possa piscar.

— Mas eu sou o melhor.

Os dois se encararam por alguns segundos, inexpressivos. Isso era um obstáculo.

— Hm... é verdade. O melhor no tango argentino... é claro que é você, Argentina... por enquanto, claro. — Brasil esticou os pés, os apoiando na mesa de centro. — Porque eu vou roubar seu posto... mas agora, quem poderia me ensinar...

— Eu posso. — Argentina cedeu, dando de ombros. Os outros países olharam pra ele surpresos. — O quê? Vocês não acham que esse cara vai mesmo me superar na minha dança, né?

— Não, mas a gente não vai voltar para os nossos países amanhã? — Colômbia relembrou.

— Oh, é mesmo... — o loiro percebeu.

— Ué, não faz mal, eu posso ir com você. Por alguns dias, depois que eu te superar, volto pro meu país. Coroado como novo rei do tango argentino.

— Mas e suas responsabilidades...

— Ah, relaxa, a Brasília e o São Paulo seguram as pontas até eu voltar. — Brasil dispensou o comentário.

— Mas...

— O que foi, Argentina... tá com medinho que eu veja que seu país é bem menos bonito que o meu?

— Nos seus sonhos, Brasil.

Ninguém disse mais nada, mas já estava tudo decidido, aparentemente.

***

Argentina ficou acordado até bem tarde pensando. Praia não era uma opção, Brasil já tinha praias demais. A casa dele na cidade? Também não, não quando Brasil tinha uma das maiores cidades do mundo. O noroeste do país também não ia impressionar o Brasil, a vida selvagem lá era linda, mas ele queria competir com o Brasil, o país com a maior floresta do mundo, conhecido por suas belezas naturais... não, ele precisava de outra coisa, algo mais...

Ele se sentou instantaneamente assim que a opção perfeita passou pela sua cabeça. Ah, sim, isso sim ia impressionar o brasileiro.

Ushuaia.

Assim que os dois chegaram no local, no dia seguinte, já a noite, Argentina sorriu de lado enquanto Brasil analisava o ambiente, os olhos levemente arregalados, como se ele quisesse ver cada detalhe de uma só vez.

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⏰ Senast uppdaterad: Sep 12, 2023 ⏰

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