Nove: Sozinhos

33.2K 1.9K 6K
                                    

Argentina não se sentia mais bêbado, pelo menos não de álcool.

Na verdade, se ele tivesse que ser sincero, os três copos de caipirinha não passaram nem perto de deixá-lo bêbado de verdade, mas ele achou que não fazia mal fingir um pouco no closet. Mas agora... agora por algum motivo ele sentia que não precisava mais fingir nada.

E depois de cochilar no táxi, e tomar banho assim que chegou em casa, ele sentia como se estivesse novo. Brasil também não parecia bêbado, embora ele com certeza não tivesse bebido pouco.

De qualquer forma, nada disso parecia importar enquanto Argentina se rendia aos beijos dele, sentindo o macio da cama em seus joelhos, em contraste com o corpo rígido entre suas coxas. Os beijos e carinhos, sim, o estavam deixando entorpecido agora.

O moreno estava quente, mais que o normal, e suas mãos pareciam inquietas, deslizando pelo corpo do loiro sentado no colo dele como se fosse a última oportunidade da vida dele. Ele parecia desesperado, quase febril, apertando Argentina contra seu torso já desnudo com força.

Era a primeira vez que ele parecia visivelmente descontrolado.

O beijo era gostoso, mas o jeito que Argentina se movia, ondulando quase imperceptivelmente, causando uma fricção sutil entre eles era a melhor parte. Brasil estava a ponto de jogar ele na cama, sem sequer se dar ao trabalho de tirar sua blusa, quando ele mesmo foi empurrado pelo peito até cair de costas na cama.

Hm, agressivo, Brasil pensou, sorrindo com as sobrancelhas erguidas. Às vezes, quando Argentina estava assim, todo manhoso e derretendo com os beijos dele, era fácil esquecer o quão forte ele era. Mas lembrar disso não era nada ruim, pelo contrário, Brasil sempre gostou de como Argentina era o único em pé de igualdade com ele.

Embora ele achasse até gostoso ser dominado por alguém como o loiro, quando a mão dele se fechou ao redor do pescoço, e olhou para o Brasil por cima, com aquele característico sorriso maldoso dele, o moreno chegou no seu limite.

Ele precisava mostrar quem é que mandava, pelo menos dessa vez, depois... depois ele podia deixar Argentina experimentar o que quisesse, explorar o que quisesse, mas hoje, hoje não.

— Para com isso.

— Com o quê? — Argentina perguntou, se inclinando, seus lábios tocando a clavícula dele, em beijos delicados, quase um suspiro, mas que foi o suficiente para arrepiar a pele do moreno.

— De tentar me dominar, eu não sou submisso, nem passivo.

Argentina parou com os beijinhos instantaneamente, e Brasil tentou puxá-lo de volta, mas ele era forte e teimoso como já estabelecido.

— Você não é — ele disse simplesmente, como se nunca tivesse parado para pensar nisso.

— Não sou... — Brasil concordou, tombando a cabeça. — Você não tinha... percebido?

Argentina ficou em silêncio, considerando todas as interações sexuais que eles tiveram até o momento, e, aí sim, ele se deu conta. E se sentiu um idiota. Era óbvio quem entre eles seria o passivo.

— Eu não tinha... pensado sobre isso. Eu também não sou.

Foi a vez do Brasil ficar em silêncio olhando para ele, como se esperando que ele anunciasse que era piada. Mesmo sem o anúncio, segundos mais tarde o moreno não se aguentou e gargalhou.

— Você... não é?! — era a coisa mais sem sentido que ele tinha ouvido na vida.

— Do que você tá rindo, pelotudo de mierda?! — Argentina corou intensamente, fazendo a expressão de maior pavor da vida dele.

Mi casa, su casa (BraArg)Where stories live. Discover now