Depois que larguei da escola fui diretamente até a consulta, me sentia um pouco ansiosa, não sabia o que fazer lá, claro que era pra conversar sobre o que está me acontecendo. Mas isso, me ajudaria né? Eu não posso desistir agora, eu tenho a chance de sair desse trauma.

Ou pelo menos tentar sair...

Fico sentada na sala de espera, no sofá branco de couro e confortável, no consultório de terapia da doutora Dilma Barro.

Depois de algum tempo, uma mulher não tão alta e nem tão baixa, com roupas pretas e uma cara de quem comeu e não gostou, saiu de sua sala. E no minuto seguinte, aparece uma senhora de pele escura e cabelos cacheados, a cima dos ombros e com os olhos quase verde.

Dilma: Anna Estrella, pode vir. - ela sorriu gentil e acolhedora, e isso me fez ficar nervosa.

Será a primeira vez que terei que falar da minha vida para uma estranha, apesar de saber que poucos sabem da minha vida e o que aconteceu com ela. Isso me deixou nervosa e com medo.

Adentrei a sala e olhei ao redor, vendo como aqui era. A decoração era perfeita para uma sala de terapia, com um sofá enorme de três lugares, uma mesa no centro com uma jarra de água gelada, copos e balinhas de todos os tipos. Tem livros, sua mesa de escritório, alguns quadros e plantas.

Me sento, e ela se senta em sua poltrona, com seu tablet e caneta digital.

Dilma: Olá Anna, me chamo Dilma Barro, muito prazer. - Ela se apresenta e aperta a minha mão.

Anna: Igualmente, senhora Barro. - sorrio.

Dilma: Primeiro gostaria de abordar que para que isso funcione e tenhamos algum resultado, você deve ser sincera comigo e consigo mesma. Deve confiar em min para se abrir, mas iremos trabalhar isso com um tempo. - Discursou.

Anna: Está bem, mas posso perguntar algo antes de começarmos? - Indaguei.

Dilma: Claro, pergunte. - Incentivou.

Anna: Alguém saberá de algo que eu disser aqui? - Essa era a minha curiosidade, eu sabia a resposta, mas queria certeza.

Dilma: Eu não posso compartilhar nada sobre a nossa consulta com ninguém, se você não permitir. - ela diz calmamente.

Anna: Está bem. - Suspiro.

Dilma: Vou começar com algumas perguntas básicas, ok? - Ela faz contato visual comigo. Assinto. - Qual sua idade?

Anna: 21 anos.

(...)

Ret: E como foi lá? - Ele perguntou curioso.

Anna: Fiquei bastante nervosa, porém tudo ocorreu bem. - Sorri, colocando uma colher de sorvete na boca.

Eu tinha chegado em casa a pouco tempo, as coisas saíram bem no consultório e tudo estava bem lá no restaurante da dona Vanda. Contei pra ela e o Daniel também, que ficou feliz por eu ter ido.

Ele sabe que eu precisava disso.

Agora que estou aqui na sala conversando com o Filipe, me pergunto se ele não está com raiva de mim? Não deveria? Não faz nem 24 horas que dei outro fora nele e ele está simplesmente fingindo que nada aconteceu.

Mas porque parece que isso está me incomodando?

Ret: Eu fico feliz por você, morena. - Ele me olhou brevemente e sorrio.

Crime perfeito - RetannaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora