"Marisa vive uma singela vida como cartomante, sendo uma humilde vendedora de artigos místicos em sua loja. Sua vida começa a tomar um rumo totalmente diferente quando um misterioso homem pede sua ajuda e apresenta a ela uma proposta incomum."
Obra...
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No caminho para a empresa do Pablo, Matheus ficou falando dos interesses dele nas vagas disponíveis, e até, se eu poderia falar com o "meu chefe" sobre isso.
- Então eles têm vagas para relações internacionais? - Perguntei.
- Trainee, sabe? Ainda tenho um semestre para concluir, mas posso me adiantar. - Disse ele apoiando só um braço no volante com uma expressão confiante olhando para frente.
- E o que seu pai acharia disso? Não são concorrentes ?
- Não, são segmentos diferentes. Os Romeros são de peças automobilísticas de alto desempenho, de luxo na verdade, e estão abrindo várias franquias autorizadas pelo país, a do Castro é de TI, trabalham com sistemas e análise de dados, mas eles tem a área de engenharia onde eu faço parte de negociações comerciais. E eu nunca curti essa área de TI, é um saco as negociações.
Eu não entendia muito bem, mas parecia interessante. Ele falava com muita autoridade , e analisando o jeito dele dirigir e falar era realmente bonito, ele havia crescido e era responsável. Não entendia muito bem o porquê de alguns desentendimentos entre nós, nem porquê ele agia como um moleque perto dos amigos. Nós éramos maduros, não fazia sentido nossa relação viver em altos e baixos.
- O que foi? - Perguntou ele com um sorrisinho me olhando de canto.
- Nada.
- É que você estava me olhando estranho.
- Tô só pensando, analisando.
Ele sorriu sem me olhar ao fazer uma curva. Estávamos próximos - pelo GPS do meu celular eu conseguia identificar onde ficava o imenso prédio todo recoberto de vitrais azul. Não saberia nem onde é a entrada mas havia um "porte-cochère" muito elegante.
- Estava analisando o que? - Perguntou ele.
- Nada. - Disse eu abaixando o vidro. - Olha esse prédio.
- Incrível, não é? - Disse ele com a boca entreaberta , tentando enxergar através dos vidros do carro, parando na frente da portaria onde havia dois homem que deduzi serem seguranças.
- Bom. - Disse eu suspirando de nervoso.- É isso.
- Vai pra tia hoje, vou te esperar lá.
- Porque? - Perguntei enquanto via um dos homens se aproximar.
- Eu quero saber qual é a desse chefe aí.
- Matheus, é sigiloso.
- Hum... - Murmurou ele com sorriso sarcástico. - Acho que tô entendendo.
- Paraaaa... - Respondi sorrindo enquanto saia do carro. - Obrigada, mesmo assim.
- Foi um prazer. - Respondeu Matheus de um jeito debochado e dramático.
- Olá, senhorita. - Disse um homem magro, branco, vestindo um terno.
- Olá, eu sou Marisa.
- Sim, prazer. Eu sou Arnaldo Nunes. Tenho permissão para acompanhá-la até a sala de espera do Sr. Romero.