Aѕ ᴠɪѕɪᴛαѕ ᶜᵃᵖ ⁶

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- Oi, Pablo

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- Oi, Pablo. - O cumprimentei com o coração acelerado quando vi seu número ligar. Talvez tenha sido por causa de subir as escadas rapidamente para o primeiro andar do sobrado, mas acho que eu estava muito ansiosa por essa conversa.

Fui até a sacada minúscula do meu antigo quarto, era melhor assim para conversar.

- Bom dia, Marisa. - Ele estava com uma voz descontraída. - Espero não estar atrapalhando.

- Não, não está. Eu estou de folga hoje. - Disse me debruçando na mureta olhando o céu nublado.

- Está um domingo lindo.

- Discordo, está muito frio. - Disse eu brincando.

- Verdade, - disse ele rindo - mas é assim que é bom. Enfim, - ouvi ele dando um grande suspiro - como você passou esses dias?

- Sinceramente? Ansiosa. Você demorou muito para retornar.

- Peço perdão, de verdade. Precisei viajar com a Laura.

- Laura?

- Sim, minha noiva. Então, essa viagem tomou todo meu tempo e energia. - Disse ele com um tom triste.

- Ah, claro. Entendo.- Na verdade eu fiquei sem graça, eu não deveria ter sido invasiva. - Eu que te devo desculpas, você tem sua vida e não é da minha conta questionar...

- Eu te fiz uma proposta e não retornei, te causei algo com isso, é evidente. Eu fiquei mal esses dias todos por não conseguir falar com você, até sonhei, acredita? - Disse ele rindo. - É que ela poderia pegar meu celular e ver...

Ah, que legal! Pensei ironicamente, já que eu estava parecendo uma amante que precisava ser escondida. Já tive uma experiência parecida e eu acabei por me sentir um lixo sendo jogada de lado. Mas nesse caso era trabalho, então eu estava disposta e com paciência até aquele momento para suportar.

- Tudo bem, claro, eu entendo. - Não estava nada bem. - E como você está... realmente?

- Bom, eu contratei um investigador e agora que retornei ele ficará mais atento aos movimentos dela.

- Tome cuidado. Não precisa dessa pressa...

- O casamento é em três meses. - Me interrompeu ele, falando sério.

- Ah, - fiquei surpresa - entendi.

- Então eu preciso de evidências para concluir minhas suspeitas.

- Porque precisa de evidências? - O que eu estava dizendo... - Acredito que quando se ama se tem segurança, se você desconfia tanto era só terminar ... - com isso ele não iria mais precisar de mim, ou iria? Eu estava sendo realista, é claro, eu nunca fui gananciosa.

- Não é tão simples assim, nossos pais se conhecem. - Era óbvio que tinha dedo da família nisso. - Então preciso provar para o meu pai que é um péssimo negócio.

A vidente do chefeWhere stories live. Discover now