"Marisa vive uma singela vida como cartomante, sendo uma humilde vendedora de artigos místicos em sua loja. Sua vida começa a tomar um rumo totalmente diferente quando um misterioso homem pede sua ajuda e apresenta a ela uma proposta incomum."
Obra...
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- Boa noite. - Disse entrando no carro, deixando meu primo falando sozinho. - O senhor é o Fonso Guaril, certo? - Perguntei conferindo no aplicativo.
- Sim, senhorita. - Disse o gentil motorista se adiantando, seguindo o caminho pelo GPS.
Eu não entendia de carro, mas aquele era um carro bom, luxuoso eu acho, com bancos de couro e com um ar condicionado agradável.
- Agradeço a educação, é o que preciso nesse momento. - Me lamentei olhando para trás para ver se via meu primo ainda na calçada.
- Com a senhorita eu aposto que todos são.
- Não, não são. - Respondi voltando a olhar para frente.
Eu acho que ele sorriu, visto o breve olhar dele pelo retrovisor. Notei que o motorista era mais velho que eu, devido às estilosas mexas grisalhas nas laterais do cabelo. Ele estava usando terno.
- Lamento a briga com o moço.
- Ah, nossa. - Fiquei um pouco surpresa. - Parecia que estávamos brigando?
- Sim. - Disse ele olhando sutilmente para trás. - Umas balas podem ajudar a melhorar o humor, fique a vontade.
Vi que havia balas logo abaixo, em um pote atrás do câmbio.
- Não quero, não, obrigada. - Eu queria sim, e logo depois peguei algumas discretamente.
Não acho que o motorista estava me xavecando, parecia apenas gentil mesmo.
O caminho era rápido, eu morava no bairro ao lado. Logo quando fiquei adulta, minha tia me deu uma casa que meu tio herdou e que recebia um bom dinheiro pelo aluguel. Ela começou a pegar uma boa pensão, então ela se sentiu bem em me dar um lar para estimular a minha independência, ela era muito boa, por isso me sentia na obrigação de sempre ajudá-la financeiramente.
- O caminho é curto, - disse o motorista puxando assunto - mas não é mais seguro ir andando à noite.
- Sim, mas eu acho que lidar com humanos nunca foi seguro.
- É mesmo, não é? - Disse ele sorrindo com carinho olhando para trás ao parar em um semáforo. - Você parece algumas primas minhas. Somos ciganos.
- Ah, nossa. - Achei a observação intrigante. - É comum me perguntarem se sou, mas eu acho que são minhas roupas.
- Não é só isso não, - murmurou ele um pouco sério - estão nos seus olhos, moça, na sua alma.
- O que quer dizer?
Ele sorriu sutilmente e não respondeu, voltou a dirigir mais um pouco. Eu olhei para o celular ainda na esperança de receber uma mensagem do Pablo mas curiosamente só havia uma do meu primo.
*Matheus primo* Olha, eu sei que desculpas não vão ajudar agora, mas se quiser eu estou aqui, eu posso te buscar na sua casa. Só não deixa ficar esse clima entre nós...