— Não o estou defendendo, de verdade. Só me ouça: precisam conversar. Não se trata mais de vocês dois. Há um ser inocente no meio disso tudo.

Minhas mãos retornam ao meu ventre.

— Luca foi claro. Ele não o quer, por isso estamos aqui.

Ela suspira com pesar e segura uma das minhas mãos.

— As coisas mudaram, Vi, e acredito mesmo que isso fez Luca acordar. O ouça quando falar com você. Encontrem um maneira, pois ele foi claro para meu sogro sobre vocês não irem há lugar algum mais. E o que ocorreu, quem não garante que Boris não daria um jeito de toda maneira?

Encaro a porta. Luca indo embora quando ouvíamos o coração do nosso filho.

— Pelo menos não seria por ter sido expulsa. Perdoei Luca por tudo o que fez a mim, toda rejeição e humilhação, mas agora se trata do meu filho. Você é mãe.

Não completo que ela deveria me entender. Eu sei que ela entende e finalmente me entende. Mav deixa um aperto em minha mão.

— Eu sinto muito.

A vejo por trás das lágrimas que borram minha visão.

— Eu também.

Eu também!





(...)

Juliano dorme quando saio de seu quarto, graças a Deus está fora do coma, mas precisa de remédio fortes para as dores que ainda acometem seu corpo e cabeça. Quando estivesse livre de todas essas drogas, eu o agradeceria novamente. O homem foi leal até o último momento e não me importo se isso tem a ver com o código do qual se ligou, Juliano fez tudo o que pôde, para evitar que me levassem, sei de soldados que foram tidos como traíras por não fazer metade do que ele fez aquele dia.




(...)

Simone, me acompanha quando termino de acenar para meu pai, sobrinho e cunhada, mesmo que não possam ver o movimento. Vamos em silêncio junto há uma horda de seguranças, atraindo alguma atenção enquanto caminhamos para fora e até o carro.

— Não deveria estar com seu chefe? — pergunto a ele, quando abre a porta do carro para mim.

Havia saído do hospital há dois dias, papai precisou partir para ajudar em uma negociação com um velho parceiro. Simone olha para trás do carro, sigo o olhar. Há dois homens em motos, vestidos igualmente, de preto da cabeça aos pés. Paro de olhar. O mais alto deles, ainda que por pouco, me faz arrepiar. Não deveria, sequer vejo o olhar azul como parte das chamas.

— Estou, senhora!

— Diga para ele continuar sem falar comigo — peço e entro no carro.

O que ele quer com isso?






Luca

Respiro o mais profundamente que consigo antes de entrar no que deveria ser nosso quarto, porém, Vittoria escolheu ir para um dos quartos de visitas. Estou pronto para o inferno que Vittoria irá jogar sobre mim, mas ela terá que me ouvir. Dias e dias, que se parecem como uma infinidade de tempo se passou, ela teve seu momento, agora era chegado a hora do nosso.

— Oi!

Se um olhar fosse capaz de matar, ela acabaria de ter se tornado uma viúva e o.... nosso filho orfão.

— Saia! — exige entre dentes, muito raivosa. A mulher estava mesmo uma demônia. Fecho a porta e a tranco — Eu disse para sair, senhor Romano!

Cruzo os braços.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor            (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora