capítulo 93

510 31 7
                                    

Lara

Semanas depois...

Já tinha feito 3 semanas que a Jade nasceu e as coisas aqui em casa não estão muito bem, eu e o perigo tem brigado muito pelo o estresse de ter dois filhos.

Eu: vai voltar pra casa hoje? - disse vendo ele pegar a chave de casa na estante.

Perigo: não sei.

Eu: olha aqui. - ele virou - se vc não voltar pra casa hoje eu vou pegar as minhas coisas e das crianças e vou embora daqui.

Perigo: tá louca?

Eu: louca? Jade só nasceu tem 3 semanas e eu tenho que dar conta de duas crianças em um puerpério que não está sendo nada fácil perigo, não era vc que disse q ia me ajudar?

Perigo: tô cheio de coisas na boca pra resolver.

Eu: ok, pode ir. - peguei a Jade do carrinho dela.

Perigo: se quando voltar vc não estiver aqui eu vou te caçar até no inferno. - saiu batendo a porta, eu bufei e comecei a chorar.

Miguel: o que foi mamãe? - parou de brincar e me olhou.

Eu: nada filho. - limpei as lágrimas e segurei fundo.

Não está sendo nada fácil, tento disfarçar mas o Miguel já está esperto e entendendo o que está acontecendo.

Eu: vamos pra casa da tia Clara? - ele levantou concordando. - só vou trocar a fralda da sua irmã e nós vamos. - deixei ele brincando lá embaixo e subi para arrumar a bolsa da Jade e trocar ela. - vamos? - disse depois que desci e ele pegou na minha mão.

Miguel: quer ajuda? - eu sorri.

Eu: a bolsa está pesada para vc meu amor. - a gente foi andando até a casa da Clara e rapidamente ela abriu e a gente entrou.

Clara: da ela aqui. - pegou a Jade e cheirou ela. - cheiro de neném é a melhor coisa. - eu sorri fraco concordando.

Eu: vai brincar um pouco filho. - alisei a cabeça dele e depois ele foi correndo para o quarto.

Clara: só espero que ele não quebre nada, rum. - disse fazendo graça e eu continuei séria. - o que foi amiga? Percebi que vc não está bem.

Eu: o perigo. - comecei a chorar. - eu não sei mais se nós dois vamos dar certo.

Clara: como assim? - eu sequei as lágrimas mas mesmo assim elas insistiam em cair.

Eu: nessas últimas semanas ele tem me deixado sozinha em casa e cuidando dessas duas crianças.

Clara: que ridículo. - eu concordei.

Eu: esse puerpério está sendo muito difícil, acho que estou tendo depressão pós parto, não consigo mais me sentir bonita e estou tendo várias inseguranças. - respirei fundo. - e acredito que o perigo não me ama mais. - desabei demais com o impacto dessa frase.

Clara: não fica assim amiga, no casamento a gente tem altos e baixos também.

Eu: eu sei, a gente podia brigar por tudo amiga, por tudo, menos pela obrigação dele de ser pai. - sequei as lágrimas novamente. - tudo sempre sobra para mãe.

Clara: nem imagino o quão horrível deve estar sendo pra vc. - eu concordei.

Eu: eu não sei o que vou fazer.

Clara: dorme aqui.

Eu: como? Tenho duas crianças para cuidar e sozinha.

Clara: quer q eu vá passar a noite com vc? Hoje papagaio vai passar a noite na boca. - eu concordei.

Eu: obrigada amiga. - sorri fraco pra ela.

Clara: relaxa enquanto a isso, o perigo deve estar estressado pq está sumindo carga.

Eu: e ele vem descontar em mim e nos nossos filhos?

Clara: talvez ele não saiba como lidar e acaba sendo escroto.

Eu: comigo tudo bem, mas nunca com os meus filhos pô, já estou me sentindo insuficiente como mãe. - suspirei. - não estou conseguindo nem levar meu filho na creche.

Clara: isso é normal amiga, ser mãe é um desafio e vc é forte para tudo isso, já foi uma vez, pq não vai ser na segunda vez?

Eu: espero que consiga realmente suportar.

Clara: vc dormiu?

Eu: não, Jade está trocando a noite pelo o dia e o Miguel está exigindo muito de mim também.

Clara: vai descansar um pouco amiga.

Eu: se eu pegar no sono agora perco as horas das mamadas dela e não posso.

Clara: então de noite eu fico com ela para vc descansar. - eu concordei - ela toma mamadeira?

Eu: de noite ela toma o leite materno na mamadeira pq é muito cansativo para mim dar o peito direto. - Clara concordou.

Clara: quando a gente for para casa vc tira e reserva na geladeira para eu dar de noite para ela.

Eu: tá bom amiga. - sequei novamente minhas lágrimas. - triste não poder contar contigo todo dia.

Clara: como não?

Eu: eu sou a mãe.

Clara: e eu sou sua amiga e estou aqui para tudo que vc precisar.

Eu: obrigada, vc é muito necessária para mim! - ela levantou, me abraçou e eu novamente comecei a chorar. - só eu sei o quanto está sendo difícil para mim...

Clara: não fica assim cara.

Eu: sabe o que mais me dói? - tentei secar as lágrimas mas não consegui. - eu ter sentido essa mesma insegurança meses atrás e ele prometer para mim que iria me ajudar com tudo e agora ele está aí me deixando sozinha.

Clara: eu não tenho nem ideia do que falar.

Eu: quando a Elizabeth nasceu ele me deixou grávida sozinha por semanas e quem esteve comigo foi vc - respirei fundo. - pq sempre que ele tem oportunidades vacila comigo? Eu juro que não entendo.

Clara: é triste ver ele formando uma família contigo e dizendo que te ama para fazer isso. - eu concordei.

Eu: ele me pediu em casamento amiga. - ela concordou. - quando estava quase ganhando a Jade peguei conversa dele com aquela vagabunda da ex dele.

Clara: traição?

Eu: no começo pensei que era, mas pelo o que parece a mãe dela adoeceu e ela gostava muito dele e ele foi visitar sem eu saber de nada.

Clara: e vc acredita nisso?

Eu: fico muito com o pé atrás mas preferi confiar.

Clara: homem sempre continua sendo um mlk, mesmo que cresça, espero de verdade que ele não tenha feito isso com vc.

Eu: eu também não, não saberia o que fazer caso isso acontecesse.

No morro Where stories live. Discover now