Lara
Semanas depois...
Já tinha feito 3 semanas que a Jade nasceu e as coisas aqui em casa não estão muito bem, eu e o perigo tem brigado muito pelo o estresse de ter dois filhos.
Eu: vai voltar pra casa hoje? - disse vendo ele pegar a chave de casa na estante.
Perigo: não sei.
Eu: olha aqui. - ele virou - se vc não voltar pra casa hoje eu vou pegar as minhas coisas e das crianças e vou embora daqui.
Perigo: tá louca?
Eu: louca? Jade só nasceu tem 3 semanas e eu tenho que dar conta de duas crianças em um puerpério que não está sendo nada fácil perigo, não era vc que disse q ia me ajudar?
Perigo: tô cheio de coisas na boca pra resolver.
Eu: ok, pode ir. - peguei a Jade do carrinho dela.
Perigo: se quando voltar vc não estiver aqui eu vou te caçar até no inferno. - saiu batendo a porta, eu bufei e comecei a chorar.
Miguel: o que foi mamãe? - parou de brincar e me olhou.
Eu: nada filho. - limpei as lágrimas e segurei fundo.
Não está sendo nada fácil, tento disfarçar mas o Miguel já está esperto e entendendo o que está acontecendo.
Eu: vamos pra casa da tia Clara? - ele levantou concordando. - só vou trocar a fralda da sua irmã e nós vamos. - deixei ele brincando lá embaixo e subi para arrumar a bolsa da Jade e trocar ela. - vamos? - disse depois que desci e ele pegou na minha mão.
Miguel: quer ajuda? - eu sorri.
Eu: a bolsa está pesada para vc meu amor. - a gente foi andando até a casa da Clara e rapidamente ela abriu e a gente entrou.
Clara: da ela aqui. - pegou a Jade e cheirou ela. - cheiro de neném é a melhor coisa. - eu sorri fraco concordando.
Eu: vai brincar um pouco filho. - alisei a cabeça dele e depois ele foi correndo para o quarto.
Clara: só espero que ele não quebre nada, rum. - disse fazendo graça e eu continuei séria. - o que foi amiga? Percebi que vc não está bem.
Eu: o perigo. - comecei a chorar. - eu não sei mais se nós dois vamos dar certo.
Clara: como assim? - eu sequei as lágrimas mas mesmo assim elas insistiam em cair.
Eu: nessas últimas semanas ele tem me deixado sozinha em casa e cuidando dessas duas crianças.
Clara: que ridículo. - eu concordei.
Eu: esse puerpério está sendo muito difícil, acho que estou tendo depressão pós parto, não consigo mais me sentir bonita e estou tendo várias inseguranças. - respirei fundo. - e acredito que o perigo não me ama mais. - desabei demais com o impacto dessa frase.
Clara: não fica assim amiga, no casamento a gente tem altos e baixos também.
Eu: eu sei, a gente podia brigar por tudo amiga, por tudo, menos pela obrigação dele de ser pai. - sequei as lágrimas novamente. - tudo sempre sobra para mãe.
Clara: nem imagino o quão horrível deve estar sendo pra vc. - eu concordei.
Eu: eu não sei o que vou fazer.
Clara: dorme aqui.
Eu: como? Tenho duas crianças para cuidar e sozinha.
Clara: quer q eu vá passar a noite com vc? Hoje papagaio vai passar a noite na boca. - eu concordei.
Eu: obrigada amiga. - sorri fraco pra ela.
Clara: relaxa enquanto a isso, o perigo deve estar estressado pq está sumindo carga.
Eu: e ele vem descontar em mim e nos nossos filhos?
Clara: talvez ele não saiba como lidar e acaba sendo escroto.
Eu: comigo tudo bem, mas nunca com os meus filhos pô, já estou me sentindo insuficiente como mãe. - suspirei. - não estou conseguindo nem levar meu filho na creche.
Clara: isso é normal amiga, ser mãe é um desafio e vc é forte para tudo isso, já foi uma vez, pq não vai ser na segunda vez?
Eu: espero que consiga realmente suportar.
Clara: vc dormiu?
Eu: não, Jade está trocando a noite pelo o dia e o Miguel está exigindo muito de mim também.
Clara: vai descansar um pouco amiga.
Eu: se eu pegar no sono agora perco as horas das mamadas dela e não posso.
Clara: então de noite eu fico com ela para vc descansar. - eu concordei - ela toma mamadeira?
Eu: de noite ela toma o leite materno na mamadeira pq é muito cansativo para mim dar o peito direto. - Clara concordou.
Clara: quando a gente for para casa vc tira e reserva na geladeira para eu dar de noite para ela.
Eu: tá bom amiga. - sequei novamente minhas lágrimas. - triste não poder contar contigo todo dia.
Clara: como não?
Eu: eu sou a mãe.
Clara: e eu sou sua amiga e estou aqui para tudo que vc precisar.
Eu: obrigada, vc é muito necessária para mim! - ela levantou, me abraçou e eu novamente comecei a chorar. - só eu sei o quanto está sendo difícil para mim...
Clara: não fica assim cara.
Eu: sabe o que mais me dói? - tentei secar as lágrimas mas não consegui. - eu ter sentido essa mesma insegurança meses atrás e ele prometer para mim que iria me ajudar com tudo e agora ele está aí me deixando sozinha.
Clara: eu não tenho nem ideia do que falar.
Eu: quando a Elizabeth nasceu ele me deixou grávida sozinha por semanas e quem esteve comigo foi vc - respirei fundo. - pq sempre que ele tem oportunidades vacila comigo? Eu juro que não entendo.
Clara: é triste ver ele formando uma família contigo e dizendo que te ama para fazer isso. - eu concordei.
Eu: ele me pediu em casamento amiga. - ela concordou. - quando estava quase ganhando a Jade peguei conversa dele com aquela vagabunda da ex dele.
Clara: traição?
Eu: no começo pensei que era, mas pelo o que parece a mãe dela adoeceu e ela gostava muito dele e ele foi visitar sem eu saber de nada.
Clara: e vc acredita nisso?
Eu: fico muito com o pé atrás mas preferi confiar.
Clara: homem sempre continua sendo um mlk, mesmo que cresça, espero de verdade que ele não tenha feito isso com vc.
Eu: eu também não, não saberia o que fazer caso isso acontecesse.
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No morro
RomanceLara Beaumont é uma adolescente de 16 anos, que apesar da sua idade já passa por dificuldades e a maior delas são seus pais. Ela vai morar no morro, onde lá o Dono lhe faz uma proposta que ela não tem como recusar e acaba se envolvendo. Ela só não c...