capítulo 67

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Lara

Depois de todas as comemorações do chá revelação nós todos fomos para a parte do Miguel.

Eu sei que a festa de um ano dele já passou a meses atrás, mas é um momento tão especial, um momento que fica marcado e eu não queria que ficasse marcado daquela forma, sei que não dá pra voltar no tempo, mas dá pra gente inovar pelo menos.

×××: então esse que é meu netinho. - eu virei pra trás e vi uma mulher bem vaidosa.

Eu: é sim. - sorri. - Lara. - estendi a mão.

Lia: Lia - me cumprimentou - sou a mãe do perigo.

Eu: sim, eu sei.

Lia: nunca na minha vida imaginei ver meu filho se casando e tendo filhos. - eu sorri. - e vc é nova né? Só 18 anos e no segundo filho.

Eu: sim. - disse já ficando desconfortável.

Lia: pq não toma remédio?

Eu: Me desculpa, mas estou num momento feliz e não quero ficar respondendo esse tipo de perguntas. - ela concordou e eu sai de perto dela e fui a procura do perigo.

Ele estava conversando com os amigos dele que ele convidou, eu cheguei até ele e fiquei quieta enquanto eles conversavam.

Perigo: o que foi amor? - virou pra mim.

Eu: nada.

Perigo: quando vc está quieta e pq alguma coisa tem.

Eu: não é nada demais, é só que sua mãe começou a fazer umas perguntas desconfortáveis pra mim.

Perigo: se quiser eu mando ela embora agora.

Eu: não, não precisa, vamos curtir esse momento tão bom. - ele deu um sorrisinho de canto e beijou minha testa.

Perigo: amanhã vai uns parceiros meu lá em casa pra nós fazer o churrasco, fecho?

Eu: sim, mas não vai esquecendo da minha cesta em.

Perigo: isso nunca. - me deu um selinho e eu fiquei com a mão em volta dele. - já vai pensando em como vc vai querer o quarto da neném que hoje mesmo eu já mando mensagem para a mulher fazer o projeto. - eu olhei pra ele. - que?

Eu: mulher?

Perigo: sim vida, o que tem?

Eu: pq mulher? Não pode ser homem?

Perigo: e se tá querendo homem pra que?

Eu: primeiro responde minha pergunta.

Perigo: única arquiteta que eu conheço é mulher.

Eu: então mude, não quero vc trazendo mulher pra dentro de casa, certeza que essa mulher tem maldade com vc.

Perigo: e tem mesmo. - dei um tapa de leve nele.

Eu: sabia, mulher nunca cisma sem ter razão. - ele riu. - é sério viu, rum.

Perigo: pode deixar então que eu vou atrás de um arquiteto gay.

Eu: aí só falta ter maldade pro seu lado também.

Perigo: vai não amor, relaxa. - me encheu de beijos. - bora cantar parabéns? Daqui a pouco a gente tem que ir pra casa fazer a rotina do Miguel. - disse e eu sorri.

Eu: olha como ele sabe.

Perigo: tenho que saber né gata? Logo mais vem mais um aí.

Eu: mais uma.

Perigo: vixe Maria, meu coração que lute pra aguentar. - eu ri.

Nós dois fomos de mãos dadas até a mesa do Miguel.

Eu: vai lá pegar ele amor. - o perigo saiu e minutos depois voltou com o Miguel todo suado e de bochechas vermelhas.

Perigo: ae pessoal. - todos olharam pra nós. - agora chegou a hora de cantar o parabéns pro nosso mlk.

Desligaram a luz e começaram a bater palmas e cantar.

O Miguel abriu um sorriso lindo, por mais que não estivesse entendendo nada que estava acontecendo ali.

Depois do parabéns a gente cortou o bolo e entregamos para cada um dos convidados que estavam ali.

Eu fui me sentar na mesa onde estava a Clara, papagaio, Ellen e o Maurício e minutos depois o perigo também se juntou a nós.

Clara: hoje foi um dia cheio de emoções em.

Eu: com certeza. - sorri. - Miguel se divertiu tanto cara.

Ellen: da pra ver só pela as bochechas.

Maurício: e o pé preto. - apontou fazendo todo mundo olhar e rir.

Clara: tá parecendo as neguinhas aqui da favela. - todos riram novamente.

Eu: olha como vc fala do meu filho em cretina, eu faço ele parar de gostar de vc rapidinho.

Clara: desculpa. - a gente riu.

Eu: tem como vcs fecharem aqui quando o pessoal tudo ir embora?

Ellen: não vai ficar até o final?

Eu: já são 19:35 e a rotina do Miguel é a partir de 20:00 horas, se eu mudar um segundo sequer demora semanas pra eu conseguir voltar a rotina dele.

Ellen: pode deixar que eu faço isso sim querida.

Eu: amanhã eu tenho que vim aqui tirar a bagunça e entregar o salão para o dono.

Ellen: não menina, deixa que eu faço isso.

Eu: que isso? Nunca, vc já me ajudou demais, não vou deixar vc se matar pra limpar sujeira.

Perigo: e nem vc vai, nenhuma das duas. Vou contratar gente pra vim aqui limpar.

Eu: certeza?

Perigo: lógico.

Clara: mudando de assunto, posso sair com o Miguel amanhã?

Eu: pra onde?

Clara: eu e o papagaio vamos ir no cinema e aí eu queria passar o dia com o Miguel também.

Eu: pode sim, mas que horas vcs vão?

Clara: 13:30 da tarde a gente passa lá pra pegar ele.

Eu: beleza.

Lia: posso sentar aqui? - o olhar de todos foi pra ela e o dela só pra mim.

Ellen: senta. - ela puxou a cadeira do lado do perigo e se sentou.

Lia: sobre o que estavam conversando?

Clara: sobre eu levar o Miguel pra sair amanhã.

Lia: vc? - a clara concordou - gente, mas isso é um absurdo, quem faz esse tipo de pergunta? Crianças ainda mais do tamanho dele tem que sair somente com os pais e não com desconhecidos.

Perigo: chega mãe.

Lia: mas eu estou falando a verdade filho.

Clara: primeiramente que desconhecida aqui é vc, ninguém nunca te viu e já quer chegar dando ordem?

Ellen: Clara...

Clara: não, agora eu vou falar mãe. - a Ellen passou a mão na cara. - eu sou madrinha do Miguel e tenho todo direito de sair com ele quando a mãe ou o pai dele permitir.

Lia: mas que falta de educação!

Eu: da pra parar gente? - as duas olharam pra mim. - hoje é um dia muito especial pra mim e não quero me estressar.

Clara: perdão amiga. - eu concordei e a lia se retirou da mesa pisando fundo com o salto dela.

No morro Where stories live. Discover now