Capitulo 1 - Prologo

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Pov Lena


As vezes, quando somos adolescentes,
pensamos que nossos pais não sabem o que é melhor para a gente. Mas eles sabem, como sabem.E com isso, a gente acaba aprendendo da pior maneira que eles tinham razão.

Hoje me arrependo amargamente de ter desobedecido meus pais, de não ter escutado seus conselhos. Com certeza eu não estaria fugindo e levando a vida que tenho agora, se eu tivesse os escutados antes.

Pu que não fui pa nossa casa, mamãe?

Minha pequena de quatro anos pergunta esticando os bracinhos para mim. Ela é o meu melhor presente no meio disso tudo. A melhor consequência. Se não fosse por ela, eu já tinha desistido a muito tempo.

A gente já vai, meu amor. Só temos que pegar umas coisinhas aqui. - tento disfarçar meu nervosismo dela. Maya é uma criança muito esperta. E não quero que ela se preocupe.

Entramos no mercadinho, e peguei uma cesta.

Não iria comprar muitas coisas. Além de que já estava tarde. Já tínhamos que estar em casa a essa hora.

Quero i no banheilo, mamãe. - Maya diz. Não podíamos demorar muito. Eu estava com um mau pressentimento. Além da sensação de estar sendo seguida o dia todo.

-Tudo bem. A mamãe te leva. - olho para os lados, observando se estava tudo normal, e segui com a Maya para o banheiro.

Havia somente uma mulher de cabelos
longos dentro do banheiro, mas ela nem ligou quando entramos e seguiu para a terceira cabine.

Fui para dentro da primeira com a Maya e logo senti meu celular vibrar.

-Pensei que fosse mais esperta, Kieran! Tô te esperando aqui do lado de fora dessa espelunca. Se não sair daí em cinco minutos com a menina, eu mesmo vou acabar com isso.-
Sinto vontade de gritar, chorar, mas nada disso adiantaria. Me controlo, e ajudo a minha pequena a se limpar.

Lava as mãozinhas! Maya diz querendo sair da cabine.

Amor, lembra do que a mamãe te ensinou? - pergunto e ela faz que sim com a cabeça. Ela já sabia mais ou menos o que estava acontecendo
agora - Você vai ter que fazer aquilo de novo. Fica aqui quietinha. Não fale com ninguém. A mamãe te ama. Fica com a mochila. E logo logo eu volto.

Eu prometo. - digo Ihe entregando a mochila novamente ela não diz nada. Só balança a cabeça positivamente. Dou um beijo nela, e saio da cabine a deixando sozinha. Eu me culpo todos os
dias por minha filha ter que passar por isso desde tão cedo.

Do lado de fora do banheiro, ainda encontro a mulher de antes. Dessa vez ela estava lavando as mãs. Nesses últimos dois anos, uma das coisas que eu aprendi foi que eu não podia confiar em ninguém. Mas agora não tinha jeito. Eu sei que é arriscado e que posso estar dando um tiro no próprio pé. Mas eu tinha que fazer isso. Eu não tenho muito tempo.

- Moça, posso te pedir um favor? - tento.

_ Eu te conheço? - ela me olha indiferente.

Não. Mas por favor, me ajuda. - peço mais uma vez e ela fica um tempo em silêncio. Droga.

Eu não tenho muito tempo. E não quero deixar a Maya sozinha.

Eu não tenho dinheiro. - não acredito que eu estava ouvindo isso. Respiro fundo para não xinga - lá.

Não é nada disso. É Só que... Aconteceu um probleminha e eu preciso resolver urgente. Mas não posso levar minha filha. Você podia ficar com ela só uns dois minutos. Eu volto logo. Eu juro. Só não deixa ninguém ver ela dentro da cabine. Por favor! - quase me ajoelho na frente da estranha. Eu não podia deixar que pegassem a Maya.

- Tudo bem. Mas só dois minutos! - ela diz olhando em meus olhos e eu quase a abraço. Mas logo me recompondo.

-Obrigada, moça. Você tá salvando a minha vida. Já volto. Prometo! - digo e saio correndo do banheiro. Olho para todos os lados em busca de alguma pista onde ele poderia estar, mas não
consigo ver ele dentro do mercado.

Com muito medo, vou disfarçando até
chegar na porta de entrada. E mesmo a rua não estando bem iluminada, foi questão de segundos para os meus olhos visualizar aquele homem. Ele
tinha me achado, mais uma vez! E não estava sozinho. Havia mais um homem com ele.

Eu não tinha nenhum plano. Nem sabia o que deveria fazer. Respirei fundo mais uma vez e decidi sair. Não tinha para onde eu fugir. Ele tinha me pegado. E sempre assim. Quando eu penso que as coisas estão começando a melhorar. Ele aparece para me assombrar novamente. Ando até
o outro lado da rua. E ele sorri assim que me vê.

Kikih, como é bom te ver novamente.-
James diz encostando em meu rosto. E em um ato de coragem, bato em seu braço, tirando suas mãos de mim.

Não repita isso. Nunca mais! ele aperta meu braço com força e me leva para um lugar afastado das rua, em um beco entre duas casas.

Me controlo para não chorar.

Cadê a menina? Não saio daqui sem ela.Quero as duas comigo de novo.

Eu não sei onde ela está.

Não mente para mim. Sua mamãe não ensinou que mentir é feio? E eu acho que você sabe o que acontece com pesSoas que mentem para mim.

Me deixa em paz! - peço, mesmo sabendo que isso nunca fosse acontecer.

Nunca. - James ri alto. Tento me soltar, mas tudo em vão.

_ Fala logo onde está a menina, Kieran. Eu não estou brincando. - ele aperta meu braço de novo.

_Eu já disse que eu não sei.

Resposta errada, anjo! - ele me dá um tapa forte no rosto e depois um murro. Lágrimas escorrem sem parar. Eu não tinha força nem para gritar de dor. E eu pensava na minha filha. Ele não
pode achar a Maya.

Ferrugem, ache a menina. Depressa. - James diz para o seu capanga que logo o obedece.

Fecho meus olhos e rezo para ele não encontrar a Maya. Que a estranha ainda esteja com ela e a proteja.

Se você tivesse colaborado, talvez eu até fosse bonzinho com as duas. Mas você me estressou muito, anjo. Agora arque com as consequências.

_Você é um monstro.

Eu sei! - ele sorri e sinto meu estômago
embrulhar.

Já se tinha passado mais de cinco minutos que o capanga dele estava no mercado e não havia voltado. Eu já não sabia mais em que pensar. James continuava me segurando forte. Meus
braços com certeza ficaram marcados.

Sem sinal da menina, chefe. - o capanga volta e respiro um pouco mais aliviada com a noticia.

Seu incompetente! - James me soltae vai para cima do seu capanga. Aproveito para fugir. Mas para o meu azar, eu acabo tropeçando no meu
cadarço. Antes mesmo de começar atravessar a rua.

Você é minha. Por bem ou por mal você vai comigo! - eu sinto uma pancada muito forte na cabeça, e a útima coisa que escuto antes de
apagar, é uma pessoa gritando polícia.

Rainbow *supercorp*Where stories live. Discover now