Décimo Capítulo

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"In paper rings, in picture frames,

in dirty dreams"

Paper Rings- Taylor Swift

0:50 – 0:57

Acabo de sair das minhas aulas da faculdade. Depois de cinco dias sem ir incluindo o final de semana e os dias em que não estava me sentindo bem, voltar de uma vez não foi fácil, me sinto mais cansada que o normal.

Fico esperando Dré na frente do campus. A universidade é muito bonita, apesar dos prédios serem antigos estão em bom estado. As paredes de tijolinhos junto ao pequeno bosque de arvores deixa tudo com um ar de dark academia com um aspecto vintage, apesar de tudo ser muito moderno ali.

Aproveito que meu padrasto disse que teve uma emergência no trabalho e precisou voltar para a oficina e me sento em um dos bancos de ferro perto de algumas árvores e continuo a leitura do livro "Pessoas Normais", que havia começado por recomendação de Mélia.

— Oi, Lana — Uma voz me arranca da leitura.

Levanto os olhos me deparo com a figura de Kaique. Não me lembro de tê-lo visto em nenhuma aula hoje.

Na verdade, nem me lembrava que deveria ter o visto. Estava tão cansada e com a cabeça avoada pela minha despedida com Amélia que nem me lembrei dele.

— Oi — Abaixo o livro o colocando sobre minhas pernas cobertas pela calça.

— Podemos conversar?

Confirmo com a cabeça e ele procede com o assunto apertando as mãos pelo nervosismo.

— Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu naquela noite no Livrietos. Fui inconveniente ao discutir com aquele cara. — Kaique começa a falar, enquanto se senta ao meu lado no banco, não havíamos conversado desde o episódio no evento de poesia.

Eu o encaro por um momento antes de responder.

— Obrigada por se desculpar, Kaique, mas a culpa também é minha, eu deveria prever que Henrique viesse com alguma gracinha. — Digo da maneira mais compreensiva que consigo.

Ele suspira aliviado.

— A culpa não é sua — Ele me diz — Quem em sã consciência d'a em cima de alguém quando a pessoa está acompanhada?

— Ele não estava...

Ele me interrompe.

— Estava sim. Está na cara que ele está a fim de você. Não posso culpá-lo. Não por isso — Pigarreia.

Engulo em seco. Por que minha vida amorosa resolveu voltar à ativa de uma vez só?

— Henrique e eu... A gente não... — Tento, mas nenhuma frase parece ser boa o suficiente.

— Você pode tentar fingir que não, mas você sabe que é verdade, Lana. Ele te olha como se você fosse a única mulher que restou na Terra, e sabe qual é o pior? Você olha para ele do mesmo jeito.

Fico em silêncio por alguns instantes, absorvendo o que ele me disse. Um nó se forma em minha barriga.

É estranho perceber que alguém está prestando atenção em minhas interações com Henrique e tirando conclusões precipitadas.

Mas o pior é estar em dúvida quanto o veredito de Kaique. Ele realmente estava se precipitando?

— Olha, Kaique, eu entendo que você esteja tentando ajudar, mas você está errado.

Livros, Café e Amor ˡᶦᵛʳᵒ ᵘᵐ - ⁿᵒᵛᵃ ᵐᵒʳᵃᵈᵃWhere stories live. Discover now