Oitavo Capítulo

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"In the winter, in the icy outdoor pool

When you jumped in first, I went in too"

Paper Rings- Taylor Swift

1:00 – 1:05

Observo o cara que estava acompanhando Lana sair, e mentalmente agradeço a Deus pelo presente. Quem ele pensa que é para falar comigo daquele jeito? Ele acha que tem o direito de se intrometer na vida dela e questionar minha relação com ela. Que ridículo. Pelo menos, ele me deixou com ela. Talvez agora eu possa conversar com Lana sem interrupções, já que tenho certeza de que meus amigos não irão se atrever a me interromper.

Durante o resto do evento não troco uma palavra sequer com Lana, mesmo que queira muito. Ela está com uma expressão séria, provavelmente destinada a mim e ao incidente com Kaique, mesmo assim ela continua sendo a garota mais bonita do lugar. A parte solta de seu cabelo cai em ondas e sua roupa é justa de uma maneira que ressalta ainda mais sua beleza.

É impossível desviar os olhos dela.

Quando as poesias finalmente chegam ao fim, com minha tia falando alguma coisa que sinceramente, não dou a mínima, ela se levanta e se despede de meus amigos, sem nem olhar em minha direção.

Poderia mentir a mim mesmo e dizer que me arrependo do que fiz, mas a verdade é que não dou a mínima para Kaique. A única pessoa com que me importo de ter machucado é Lana, e apenas ela.

Quando ela começa a descer a escada de caracol de madeira, digo um adeus rápido para meus amigos e corro atrás dela. Quando a alcanço no andar de baixo ela está a duas estantes da porta. Chamo-a pelo nome, mas das duas uma, ou ela não me escutou ou optou por me ignorar, mas sei bem como ela é para ter certeza que ela me escutou muito bem.

Por via das dúvidas, agarro seu braço a impedindo de continuar a andar. Todo o meu corpo se arrepia ao tocar sua pele macia, e ela imediatamente para de andar, continuando com os olhos colados nos livros a sua frente.

— Podemos conversar? — Pergunto, mas ela continua sem se virar em minha direção — Por favor, Lana — Dessa vez ela me olha, com os olhos queimando de uma raiva intensa, mas já é um começo.

— O que você quer comigo? — Ela puxa seu braço de volta. Seus cabelos ondulados caem sobre os ombros cobertos pela jaqueta preta.

— Por que você está assim? — Me arrependo assim que acabo de proferir as palavras, pois sei a resposta e sei que também não vou gostar de escutar isso sair da boca dela.

Ela cruza os braços, como se estivesse tentando conter a raiva que borbulha dentro dela. Seus olhos escuros, estão carregados de uma mistura de mágoa e raiva

— Você realmente quer saber? — Ela responde, sua voz soando mais áspera do que eu já havia ouvido, ela dá uma pausa esperando que eu diga algo, mas em resposta ao meu silêncio ela continua — Talvez, apenas talvez, eu esteja assim pelo fato que você afugentou o cara com quem eu estava saindo! Agora eu estou sem carona e vou ter que ir embora esse horário a pé.

— Bom, como eu ia adivinhar que ele ia magicamente virar um cavalheiro e te levar para casa? Você lembra da última vez, não é? — Brinco.

— Você é inacreditável! Não acredito que pode brincar com um negócio desses Henrique! — Ela exclama cruzando os braços em frente ao corpo, suas narinas dilatadas devido ao ódio.

As palavras dela atingem como uma facada em meu peito. Por que estou com tantos ciúmes dela?

— Lana, eu... — Tento falar, mas ela me interrompe.

Livros, Café e Amor ˡᶦᵛʳᵒ ᵘᵐ - ⁿᵒᵛᵃ ᵐᵒʳᵃᵈᵃWhere stories live. Discover now