Livros, Café e Amor ˡᶦᵛʳᵒ ᵘᵐ - ⁿᵒᵛᵃ ᵐᵒʳᵃᵈᵃ

Quinto Capítulo

"Cat and mouse for one month, two or three"

Paper Rings- Taylor Swift

0:17 – 0:19

Meu carro avança pelas ruas escuras indo em direção ao lugar onde realizarei meu trabalho, o som dos pneus cantando no asfalto escuro indicam minha alta velocidade.

Depois que fui para casa trocar de roupa, substituindo a camisa social de manga longa por uma camiseta roxa da Nike, comecei a me preparar para ir fazer meu projeto, que ocupava meus pensamentos desde o fim de meu horário de trabalho.

O notebook que vou usar para coletar os dados está em cima do banco traseiro balançando ameaçando cair a cada rua iluminada que viro rapidamente. Finalmente vejo a placa que anuncia "Rua Everdeen" Procuro a casa número 442, onde a senhora que irei ajudar no processo me disse para encontrá-la.

Realmente pensei que seria a mãe de Lana, mas na foto de perfil era uma mulher de cabelos bem lisos e olhos verdes, bem diferente dela. Isso realmente me aliviou, poderei trabalhar em paz sem ela por perto.

Estaciono em frente ao portão cinza pronto para enfrentar o que me aguarda. Passo o braço para a parte de trás agarrando meu material com a mão e descendo para a calçada. Me aproximo da superfície de ferro e dou três batidas.

Quase que automaticamente um senhor um pouco mais baixo que eu, abre porta. O seu cabelo está bagunçado e revela fios mesclados entre brancos e castanhos por debaixo do boné.

— Boa noite rapaz, você deve ser o Sr. Fontaine, certo? — Seus olhos me oferecem um sorriso silencioso.

— Sou eu mesmo, é um prazer conhecê-lo, senhor...?

Ofereço minha mão, mas ele nega com a cabeça a mesmo tempo que me responde.

— André, pode me chamar só de André. Cê não quer se sujar de graxa, não é? — Ele me mostra as palmas das mãos aparentemente ásperas e calejadas sujas de preto — Vamos entrar, venha.

Ele me conduz da garagem onde um carro vermelho está parado até uma pequena porta que dá visão a sala de estar da casa.

O cômodo é pequeno, mas aconchegante. O sofá bege se mistura ao ambiente de tons parecidos, me sento nele enquanto André diz que irá chamar sua esposa, a mulher com quem falei no telefone, Celina.

Dou uma olhada para a sala, não a nada que indique quem mora aqui, sem nenhuma foto, ou algo do tipo, pelo menos é isso que penso até virar meu rosto para o Hack da televisão, onde um pequeno porta-retrato exibia uma foto de quatro pessoas Tento meu máximo para enxergar de longe, franzindo meus olhos até eles quase se fecharem por completo, mas continuo falhando, a distância me impedindo de enxergar detalhes.

Decido chegar mais perto me levantando da superfície que parece emitir um "Volte aqui" com o chiado que faz. Pego a fotografia com as mãos, meus dedos no vidro gelado fazem meu coração bater mais rápido.

O senhor que me atendeu usa um terno preto, junto a Celina com um vestido verde longo até os pés que combina com seus olhos. Do lado da mulher uma garotinha sorri de orelha a orelha, lembrei-me de já ter visto essa mesma criança antes. A imagem parece capturar um momento feliz e genuíno da família, mas não é isso que faz com que eu comece a suar de nervoso.

Com um dos braços envolta da criança, uma garota de beca mostra as covinhas em um sorriso tímido, os cabelos castanhos caindo em ondas, causando um contraste sobre o material azul de suas vestes acadêmicas.

Meu coração dispara de ansiedade ao encarar a garota. A versão um pouco mais nova da Lana que eu conheço.

Isso só pode ser uma piada, não é possível.