Capitulo 42 - Parte II

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"Respondeu Jesus: Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo"

Mateus 22: 36 - 40

"Podemos recomeçar?"

Parte 2 - Alma Clark narrando:

"Você merece mais, você merece mais." - Sussurrava para mim mesma na volta da faculdade para minha casa.

Por mais que eu quisesse eu não conseguia ao menos chorar. Não era porque eu não queria, mas porque eu não conseguia.

Minha aula acabou mais cedo e decidi vir andando de volta para casa. Eu precisava de um tempo só. Sem ninguém para perguntar nada ou querer saber de nada.

Deus, e agora?

Isso dói. Mas tudo o que eu sinto é raiva. Raiva, ódio!

Queria entender como o Senhor trabalhar... queria entender porquê eu tive que passar pelo acidente, pelo coma, se eu não fiz nada.

Eu não errei com o Senhor. Se era para alguém sofrer, deveria ser eles. Os dois pombinhos, sujos.

Não diga isso

Mas é verdade! Ele com certeza deve sentir algo por ela ainda. 

Mas afinal, quem eu quero enganar?

Eu só tenho medo de que ele possa nunca ter me amado. 

Talvez eu tenha sido apenas alguém que tampou um enorme buraco no seu coração, apenas porque me parecia com ela... E essa parte dói mais.

Meus pensamentos desaparecem ao ver meu pai sentado na calçada de minha casa. Paro e dou um longo suspiro. Não queria falar com ninguém, sobretudo, com ele.

- Filha. - Seus olhos se acederam assim que me viu.

- Oi. - Digo sem muita empolgação.

- Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - Me olhou preocupado.

- Não importa. O que o senhor quer? - Pergunto ríspida.

Ele me olha parecendo chateado.

- Eu vou voltar para Los Angeles. - Disse sem entusiasmo.

Aquilo, de certa forma, me entristeceu. Eu não queria que ele voltasse. Eu não queria que ele fosse embora. Achei que ele lutaria para conseguir nosso afeto e carinho de novo, mas ao invés disso, está  fugindo. O olhei com dor em meu coração.

- Filha? Não vai dizer nada? - Perguntou ao notar o meu silêncio.

De repente sinto um aperto no meu coração, um nó se formando em minha garganta, meus olhos queimavam com a velocidade em que as lágrimas os inundava. 

- Por que? - Pergunto, me esforçando para ficar firme. - Por que voltou, se ia embora de novo?

- Aqui não tem mais nada para mim, Alma. Todos tem suas vidas e seus trabalhos e eu mal consigo me manter. Lá eu tenho casa, oportunidades e pessoas que... - Ele pausa, parecendo pensar bem antes de falar.

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