Capítulo 33

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"O que faço agora, não podes compreender, todavia o compreenderás mais tarde" - Jesus, via João 13:7

Alma Clark narrando.

Um fleche de luz, foi o que eu vi ao abrir meus olhos. Olhei ao meu redor sem saber ao certo onde eu estava.

Era um enorme shopping. Do meu lado esquerdo havia uma escada rolante, parada, que levava para baixo, do meu lado direito, uma escada rolante que levava para cima e apenas essa funcionava.

Olhei ao meu redor e não vi ninguém e nada além do que uma luz branca brilhante e intensa no piso acima. Esta luz era tão forte que eu mal conseguia olhar para ela.

De repente, vejo uma silhueta de alguém saindo da luz e descendo na contramão da escada rolante, chegando ao mesmo piso que eu.

Charles não me viu, apenas foi para o lado esquerdo e continuou descendo correndo, em direção a escuridão. Seu semblante estava abatido e ele parecia assustado.

Chame-o.

Uma voz sussurrou suavemente em meu ouvido.

- Charles! - O Chamei, mas ele não me ouviu. - CHARLES! - Gritei com todas as minhas forças.

Faltando apenas um passo para ele sumir na escuridão, ele parou e olhou para trás. Nossos olhos se encontraram. Seus olhos estavam inundados com lágrimas.

Em um piscar de olhos, ele sumiu. Em seguida, sinto alguém tocar em meu ombro direito atrás de mim. Era ele, Charles.

Suas roupas que antes eram sujas, estavam limpas e em seu rosto havia um brilho. Não havia mais nenhum vestígio de sofrimento ou medo em seu semblante. Ele pegou a minha mão e subimos juntos a escada rolante que levava para a luz brilhante.

- Não olhe para trás. - Charles avisa.

Não entendi porque ele estava dizendo aquilo.

No meio do caminho, escutei um barulho atrás de nós e acabei olhando para trás, imediatamente a escada rolante se abriu no meio, deixando uma fenda entre o Charles e eu. Cai para trás e o Charles bateu a cabeça no chão com o impacto da separação.

- Charles. - Digo vendo o que eu havia feito. - Você está bem? - Pergunto preocupada.

Charles se levantou e meteu a mão do lado direito de sua cabeça, em seguida olhou para sua mão, estava com sangue. Ele estava sangrando por minha culpa.

- Charles. - Digo desesperada. - Desculpe, me perdoe, eu olhei para trás. Você está bem? Machucou muito?

- Esta tudo bem. Apenas pule e me dê sua mão. - Disse calmamente.

Olhei para baixo e vi apenas escuridão.

- Charles, não é uma boa ideia. Vai sem mim. - Digo com medo.

- Pula. Eu vou te segurar. - Ele disse olhando em meus olhos.

- Eu estou com medo Charles. - Digo assustada. - E se eu cair? E se der tudo errado? Eu não acho que eu vá conseguir mesmo...

- Ei, Alma. - Ele me chama, mas eu o ignoro.

- É minha culpa Charles. Eu olhei para trás. - Digo completamente sem esperança. - Vai sem mim. Ele está te esperando. - Digo com um aperto enorme em meu peito.

-Ei, olha para mim. - Ele diz docilmente, mas ao mesmo tempo firme. - Nós vamos juntos, minha Alma. Ele e eu não vamos desistir de você. - Sua mão continua esticada para me pegar.

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