𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗩𝗜 - 𝖠 𝖾𝗑𝗂𝗌𝗍𝖾̂𝗇𝖼𝗂𝖺 𝖽𝖾 𝗆𝖺𝗀𝗂𝖺.

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A noite fria ficava cada vez mais gélida, Eveline seguia os passos de Leander para mais dentro do bosque. "Sempre para o sul" dizia ele. Realmente, eles caminharam em linha reta depois de cruzarem a clareira e entrarem no denso bosque.

A garota se sentia exausta, já havia caminhado uns bons quilômetros até o lago e, agora, se aprofundava mais na vastidão de árvores. Naquele momento, ela não se surpreenderia se despencasse no chão por causa da fome ou do cansaço.

Leander não parou de andar, apenas verificava, de dois em dois minutos, se ela estava seguindo-o. Pela primeira vez o silêncio reinava entre eles por mais tempo que Eveline conseguiria contar.

— É...

— Como foi sua vida, até agora?

Eveline o encarou assustada, parecia que ele já estava planejando a pergunta a algum tempo, ou simplesmente não queria ser questionado por ela.

Leander diminuiu o ritmo para acompanhá-la lado a lado, então a olhou com seus olhos brilhantes.

— Essa pergunta é tão...

— Perdão... — ele crispou os lábios — Você gosta de seus pais?

— Meu pai morreu. — Sua resposta foi tão automática e livre de sentimentos, que ela mesma se assustou. — Minha mãe... Ela não é lá uma pessoa legal...

Leander se manteve em silêncio por alguns segundos antes de olhar para ela.

— Minha mãe também faleceu, a uns... — ele parecia calcular — bons anos...

Depois de um riso baixo, encarou a garota e sorriu.

— Meus pêsames...

— Ah, que isso, eu nem a conheci direito, mesmo — ele continuou sorrindo — Mas, então você não tem um bom relacionamento com sua mãe?

— Por que está sorrindo diante de uma morte?

Ele parou de sorrir. Mas não ficou completamente sério.

— Não sinto impacto na morte dela, faz tanto tempo que nem me lembro direito de seu rosto — Um tom pensativo dançou em sua voz — E estou pensando em outra coisa.

— No que pensa?

— Penso que você finalmente está vindo comigo.

Eveline o encarou. Voltando a ideia de que aquilo não deveria estar acontecendo, ela deveria estar em casa.

— Thomas deve estar preocupado...

— Thomas... É o dono da mercearia?

— Sim, estou morando com ele... — Ela freou a língua tarde demais.

Eveline não sabia o que ele faria com aquela informação, mas revelar sua localização diária, não parecia muito bom.

— Parecem pai e filha quando vocês estão juntos — Ele voltou a sorrir, olhando para frente.

— Alguns dizem isso, mas minha mãe não gosta dessa comparação.

— Sua mãe parece bem ranzinza.

— É mais pela questão de estarem supondo que ela traiu meu pai quando era noiva — Ela olhou para os pés, se sua mãe ouvisse essa conversa...

— Lá no meu continente é muito comum ver crianças parecidas com outras pessoas de quem nem são parentes — Disse descontraidamente — Principalmente por termos uma encomenda enorme de crianças Avaloninas.

— Avalo... O que?

— Avaloninas, nascidas em Avalonia, um reino de meu continente, que contém a população mais fértil de Arkan.

O Elo EternoWhere stories live. Discover now