Lágrimas da Ascensão - Matar ou Morrer (1ª Temporada)

Capitulo 08 (PARTE 2)

Radu

— Voltei, e, e como ele está ? ...

— Está bem majestade, estávamos preocupados por conta das pancadas que ele levou na cabeça, mas ao que tudo indica não passou de um susto e está tudo bem... Quando acordou, ele falou e respondeu algumas perguntas e também seguiu a ponta do palito com os olhos, ele só está muito machucado, mas, majestade? .. Se quem fez isso teve a intenção de acabar com a beleza do pobre garoto desfigurando-o, o trabalho foi em vão , meu pai trabalhava em uma mineradora e nos ensinou a fazer um potente unguento para cicatrizes fortes, e eu te garanto que ele voltará a ter sua beleza ...

— Não, não me importa sua beleza, eu só quero que ele esteja bem, e, e que ele viva!

Desorientado e ainda de olhos fechados, eu ouço uma conversa e pelo tom da voz certamente era Murad que parecia estar preocupado.. Aos poucos vou despertando e sinto uma ardência se intensificar em meu rosto, tento abrir meus olhos mas apenas o esquerdo se abre lentamente... Olho ao redor ainda confuso e percebo estar nos aposentos reais e então vejo Murad que vem às pressas até mim com um semblante preocupado ... Tento falar com Murad mas uma dor insuportável fisga em minha mandíbula e eu apenas resmungo derramando algumas lágrimas estendendo minha mão toda enfaixada para ele.. — H.Hmmm

— Radu? ...Calma... Você está bem? .. — Murad me pergunta preocupado e eu confirmo desviando o meu olhar, me afastando de seu toque ao me lembrar de tudo o que havia acontecido e de todos os minutos de terror em que eu vivi nas mãos de sua esposa ... Ele estende seu braço e toca com cuidado em meu rosto enfaixado mas eu o viro negando .. Não, eu não quero que ele me veja assim...

— A.Água .. — Peço com um pouco de dificuldade e ele se levanta às pressas dando a volta em sua cama, enchendo um copo com água e subindo de joelhos vindo até mim... Murad até que tenta dar a água na minha boca mas devido ao pano que estava enrolado com unguento em meu rosto, eu mesmo acabo pegando o copo de sua mão e tomando a água com cuidado... Ele novamente acaricia meu rosto enfaixado mas eu me afasto de seu toque percebendo o seu semblante fechar, e ele se levanta suspirando como se estivesse furioso ..

— Pode ir , se precisar eu chamo ... — Murad diz de maneira rude para a simpática enfermeira que havia cuidado de mim o dia todo ... A jovem passa pela porta que se fecha e então eu sinto meus olhos se afundarem em lágrimas de tristeza, e ainda observando a porta com o copo nas mãos, eu mantenho meu rosto virado, me negando a olhar para Murad.. Estou assustado e amedrontado , me perguntando o que mais essa sultana pode fazer comigo, por causa dele? ..  — Está sentindo dor? Eu, eu posso fazer algo para ajudar ? .. — Murad pergunta mas eu apenas nego ainda de rosto virado ..

— Majestade? Eu, eu quero voltar para a enfermaria .. — Digo baixo e com um pouco de dificuldade devido a dor na mandíbula ...

— O Que ? Mas porque ? Pensei que gostaria de ficar aqui comigo! ... — Ele me olha confuso mas eu nego ainda de cabeça baixa...

— Por favor majestade, não quero mais problemas, eu não deveria estar aqui ... Eu, eu vou ir... — Coloco o copo sobre a mesa ao lado da cama e me levanto, mas Murad puxa meu braço e eu volto a me sentar ao seu lado ..

— Somente eu digo quem deveria ou não estar em meus aposentos Radu, e eu quero que você fique aqui ... — Ele diz ainda me olhando preocupado, acariciando minha mão, mas eu me afasto desviando o olhar confuso e cruzando os braços ... — Ah, vai ficar assim, bravo comigo? Tá bom, então nem vou te contar o que eu fiz com quem te fez isso .. — Murad se joga para trás na cama se esticando sorridente, e de maneira provocativa ele me encara com o seu olhar iluminado ...

— Sai, não é pra me olhar..  Eu, eu não quero que você me veja assim .. — Digo um pouco chateado, mas adoraria saber o que ele fez com aquela louca que me agrediu ... ... — Murad? Você e Maydevran, é.. São mesmo marido e mulher? ... — Pergunto confuso e com a voz embargada, sentindo meu coração acelerar à medida em que uma profunda tristeza e insegurança tomam conta de mim...