Capítulo 12: Chicletes

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— Você não pode engolir chiclete. Vai colar os seus órgãos.

— Hã? — agora era Adam que parecia confuso.

— As pessoas comuns só mastigam o chiclete algumas vezes e, quando o gosto acaba, cospem. — Yashiru explicou com uma frase anormalmente grande para os seus padrões de conversa. — O Dazai-san me disse que se você engolir ele cola as suas tripas. Como você é um robô, deve colar as suas engrenagens.

Adam pareceu pensar um pouco, enquanto, ao seu lado, ela via Chuuya ficar cada vez mais irritado.

— Isso não faz sentido.

— O Verlaine está a solta e vocês estão discutindo sobre chiclete? — então, o ruivo olhou para a Yashiru. — Eu já te disse para não acreditar cegamente no que aquele bastardo diz. Ele ensina coisas erradas.

— Certo, irei lhe explicar. Primeiro sobre a condição de parceria. Como Verlaine é um assassino, ele não entrou nesse país forçadamente pelo aeroporto. Porque seria difícil de agir depois. Ele deve ter tirado um passaporte falso e se disfarçado, assim como um criminoso comum. Contudo, ao mesmo tempo, ele é um lobo solitário que não se junta à ninguém. Não há ninguém em que confie para forjar um documento e fazer as preparações de entrada. Isso significa  que ele pagou um contrabandista para fazer as preparações da entrada ilegal. Até aqui tudo bem?

Ele jogou mais chiclete na boca, ganhando uma careta tanto de Yashiru quanto de Chuuya. Ele não havia entendido o que ela tinha dito? Bem, ela ainda acreditava em Dazai.

— Mas os contrabandistas que ele poderia contatar são bem restritos nesse caso. Porque a maioria dos tipos intelectuais dentre os contrabandistas são medrosos e priorizam conexões horizontais. Então eles devem ter uma relação de patronagem com a organização ilegal da Máfia do Porto ou ao menos uma relação de cooperação.

— Certo, o Verlaine não usou ninguém da Máfia para ajuda-lo.

Yashiru prendeu a respiração.

Dazai sabia onde Verlaine estava. Será que ele o ajudou a entrar no país e a se aproximar? Dazai não faria isso... não podia fazer isso.

— Tive informação de que o Verlaine conseguiu essas duas coisas com o fornecedor.

Adam mostrou um certificado de entrada numa fábrica de montagem de automóveis e dois celulares azuis um pouco antigos.

Yashiru percebeu Chuuya ficar tenso.

— Uma fábrica? — ele disse como se cuspindo. — Merda, então ele é o próximo.

Chuuya amassou raivosamente a foto numa bola e pôs-se a andar a passos largos.

— Vamos.

— Para onde?

— Primeiro devo deixar essa pirralha com o Dazai ou com a Nee-san. — Chuuya apontou para a menina, em um misto de irritação e preocupação.

— Eu não iria te auxiliar?

Trabalhar em algo faria a mente da menina escapar da dor de se lembrar dos Flags, então ela ficou triste ao saber que não seria parte da missão.

— Não acho que seja uma boa ideia. — Adam falou para Chuuya.

— Ah, então você acha uma boa ideia levar uma criança para uma missão imensamente perigosa? Quer mesmo que eu deixe a Yashiru nessa bagunça toda?

— Eu sei lidar com o perigo, Chuuya-san. — ela mostrou que a katana estava presa à sua bainha. — Vou cortar o Verlaine.

Frustrado, Chuuya bateu na própria testa.

the white shinigami [bsd x child]Where stories live. Discover now