Lei da Vida - Uma visita inesperada!

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Acordei numa cama de hospital. Estava confusa não me lembrava ao certo do que aconteceu, será que tinha desmaiado? Não estava a entender porquê que estava a soro e com o oxigénio, se do que me lembro, foi só um corte na cabeça. Não tinha nada partido, não tinha nenhuma contusão, acho eu.

Mexi-me, mas havia alguma coisa no meu lado esquerdo que não me deixava, algo muito pesado, olhei para lá e vi o braço do meu pai. Ele tinha passado lá a noite. Tentei de novo, mas desta vez ele acordou com os movimentos.

Olhou para mim com os seus olhos vermelhos e com umas olheiras muito vincadas. De certeza que tinha adormecido ali, e ainda aposto que deve ter tomado uns quantos cafés para ficar acordado durante a noite para ver se eu dava sinais de vida.

"El, oh meu amor estás bem? Sentes-te bem? É melhor ir chamar um médico, não, não, é melhor a enfermeira." Disse todo apreçado e preocupado.

"Não pai, sinto-me bem, estou é um pouco confusa. Porquê que estou a soro?"

"El, tu desmaias-te á vinda para cá, o médico disse que foi de teres batido com a cabeça no volante, fizeram-te exames mas não disseram nada de mal amor. Acabou por concluir que pode ter sido do sangue, ou então de teres sentido dores que não suportas-te." Com os olhos cheios de lagrimas, mas mesmo assim ainda a tentar esconde-las, a tentar fazer-se de forte.

"Oh pai, desculpa mas eu estava mesmo bem, eu não estava a sentir nenhuma dor." – Menti-lhe pois eu nem sabia que tinha ido para a ambulância, não me lembrava do que acontecera mas era melhor assim, para o meu pai não se preocupar mais. – "Pai, já estou bem não te preocupes."

"Eu sei, eu vou chamar alguém para te examinar, já venho."

Saiu da sala, cabisbaixo e com um passo pesado, ainda estava cansado não deve ter conseguido dormir.

Soltei um suspiro. Não gosto de ficar amarrada a uma cama sem me puder mexer decentemente e muito menos no hospital. Odeio hospitais, fazem-me lembrar a morte do meu irmão quando nós tivemos de vir para aqui, não sabiam se ele podia reagir bem ou mal aos tratamentos de socorro. Mas ele estava muito fraco e por causa disso não resistiu.

O meu pai entrou com o medico, ele viu como estava a minha cabeça voltou a fazer o curativo, pôs gaze e uma pequena ligadura com fita-cola. Olhou para mim e disse para eu olhar para os olhos dele, e com uma pequena lanterna viu os meus olhos.   

"Dael sabe que mês é hoje?" Perguntou ele com uma cara seria, não percebi porquê que ele me estava a fazer perguntas.

"Hum, Dezembro."

"Muito bem, e que dia é?"                      

"Vinte..."

"Certo, eu estou-lhe a fazer estas perguntas para ver se não perdeu memória nenhuma devido ao desmaio querida. Em que dia faz anos?"

Ok, e por quanto tempo ia-mos demorar nisto.   

"Hum... treze de Novembro."

"Sim, e o que recebeste nos anos?"

"Nada, a minha prenda de anos é sempre junta com a do Natal."

"Ah. Muito bem. Dael, eu acho que a menina está bem, só precisa de arranjar essa ferida. Vou-lhe dar alta."

"Já tão cedo, Doutor?!" Disse o meu pai meio preocupado.

Por acaso também fiquei um pouco surpreendida.

"Sim, a sua filha esta muito bem pode ir para casa repousar, e o senhor pode muito bem mudar-lhe o curativo. Por isso não vejo motivos para a Dael continuar aqui." Deu um sorriso quando disse o meu nome. Bem pelo menos estava a ser muito atencioso.

O médico e o meu pai saíram do quarto a falar e enquanto o meu pai assinava os papeis do hospital, eu estava a preparar-me, sai da cama mas estava um pouco ourada, nada de mais. Vesti-me.

Alguém bateu á porta.

"Sim, podes entrar já estou vestida." Disse com a maior naturalidade do mundo pensando que seria o meu pai.

Ao virar para a porta vejo o rapaz de ontem, a olhar para mim com um olhar de culpa.

"Ah? Kyle? O que fazes aqui?" Agora envergonhada com o que tinha dito.

"Vim ver se estavas bem, como desmaias-te fiquei preocupado, tinha medo de que te tivesse acontecido alguma coisa."

"Ah! Não estou melhor o médico deu-me alta e tudo!" Disse eu rindo-me para ele para não se sentir tao mal.

"A sério El, desculpa eu devia ter ido mais devagar e... e... Desculpa a sério."

"Tem calma, eu já estou melhor, o que aconteceu podia acontecer a qualquer um." Disse com muita calma para ele perceber que eu desculpava-o mesmo. Não precisava de um rapaz que mal conhecia, começar a andar atrás de mim.

Ele deu um sorriso de través, olhou para mim e começou a andar na minha direcção e abraçou-me.

"Hum... Kyle... Está tudo bem." Disse meia desconfortável.

Mesmo assim abracei-o, ele parecia mesmo mal e arrependido, nos olhos dele deu para ver que se o arrependimento matasse ele estaria morto. Mas algo nele fê-lo parecer muito familiar. Não me lembrava ao certo, mas eu sentia que eu já o conhecera. Onde? Não me lembrava. Mas sabia que o conhecia, agora de onde...

"Sei que isto vai suar super estranho, mas tu fazes-me lembrar alguém. Nós já nos conhecemos?"

Fiquei mesmo chocada por ele dizer aquilo que eu estava exactamente a pensar, fiquei a olhar para ele durante um minuto.

"Hum, não, mas a tua cara também não me é estranha."

Ficamos parados a olhar um para o outro, até que o meu pai interrompeu aquele momento extremamente estranho e silenciosa.   

"El, vamos já preenchi o raio daquela papelada toda e..."

Nós os dois olhamos para ele que entrava de uma maneira esquisita, estava de costas e com a mão nos olhos.

"Pai, já estou vestida."

"Ah! Já pronto então ainda bem vamos." Deu um salto ao virar-se para nós.

"Oh não sabia que estavas com visitas."

"Não faz mal nós já tinha-mos acabado de falar." Olhei para ele sorri-lhe e dirigi-me á porta.

"El espera!" Começou a correr na minha direcção, pegou na minha mão abriu-ma e disse.

"Em caso de quereres ir tomar um café ou falar."

Olhei para a mão e vi um papelinho com o nome dele e com o número de telemóvel. Não disse que não. Não sei porquê, achei que manter contacto com ele seria importante. Acenei com a cabeça e fui-me embora do hospital. Meti-me no carro do meu pai que era mil vezes melhor que o meu.

"Bem El, sei que saíste agora do hospital, mas como não tens carro, pensei que podia-mos ir ao stand ver um carro para ti. Já tenho o dinheiro e até era melhor irmos agora."

Não acredito finalmente iria ter um carro decente onde poderia ter á escolha cem estações de radio, e que não precisava de beber carradas de gasolina, que não tinha a tinta desbotar e que podia andar a mais de cem quilómetros por hora.

Fiquei radiante.   

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