(20) Love Story | 2012

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Em pouco mais de duas horas de convivência, eu já estava sabendo as piadinhas que envolviam eles. Eu já estava entendendo um pouco de como funcionava a  relação deles, e até já tinha escutado algumas das novas melodias sendo trabalhadas pela The Grave, mostradas por Dylan, no violão.

Isso era insano. Eles quatro eram insanos.

—Eu gosto de tudo o que ela canta. -Dylan sorriu, apontando para o CD- E Matty também, mas ele é muito durão para admitir.

—Não sou não. -O vocalista falou, meio rindo- Eu confesso. Ela é demais. Um pouco malvada, mas uma maldade do bem.

—Ela não é malvada. Ela é justa. -defendi- Inclusive, se eu fosse famosa, eu seguiria os passos dela. Humilhar homens em músicas e na mídia parece ser tão divertido!

Eu não estava esperando que eles fossem rir do meu comentário, porque eram quatro homens, mas eles riram.

—Vocês lembram quando Alex nos fez tocar "Love Story" no primeiro show da banda que Carly foi assistir? -Graham virou para o baixista.

—Oh meu Deus! Eu tive que ficar no baixo naquele dia, porque ele queria ser o cara cantando. -Matthew falou, em um tom nostálgico.

—Você canta? -eu perguntei a Alex, porque eu nunca tinha ouvido falar disso.

O baixista tinha prendido os fios loiros em um pequeno coque, que estava se desmanchando, já que eles não eram tão longos para aquilo. Achei que a sua cara de cansaço era o motivo de ele ter falado tão menos que os outros, durante a viagem, mas acho que ele era, de fato, o mais introvertido deles. Mas... ele era muito gentil também. Ele tinha um jeito legal, assim como todos pareciam ter.

—Menos que Matty. -ele respondeu, com um pequeno sorriso no rosto- Bem menos, na verdade. E só em ocasiões especiais.

—Aquela era uma ocasião especial, hein?! -Dylan soou empolgado.

—Mais que especial. E deu certo, não deu? -ele respondeu ao amigo.

De repente, o rosto de Alex se tornou um pouco mais suave. Eu sabia que ele namorava, e já tinha visto fotos dos dois juntos mas... nunca passou pela minha cabeça que ele fosse o tipo de cara que se declararia ao som de Taylor Swift. Isso era romântico.

—É. Não teria dado certo se fosse uma música do The Grave. Matthew só escreve sobre tragédia. -Dylan falou, ao meu lado, me fazendo rir.

Porque não era exatamente uma inverdade. Esse era o motivo de eu gostar tanto deles.

—Que mentira! Eu já escrevi várias músicas românticas... -o homem disse, com a voz um pouco mais alta, já que estava mais distante de nós, no banco do motorista.

—É... "Your mind is sick, and I like the way you think I can fix this" não é exatamente romântico. -Foi a vez de Graham falar.

Mais uma vez, eu acabei rindo. Eu já tinha sorrido mais naquele tempo, do que em toda a minha semana.

E, depois que as risadas e os comentários sobre as músicas da banda deram uma leve cessada, Graham se voltou para mim, mais uma vez.

—Você não escolheu -ele disse, apontando para os CD's.

Eu já tinha até me esquecido daquilo, mas voltei a prestar atenção nos discos.

Pelo que eu tinha percebido nas placas, faltava pouco mais de 40 minutos para chegarmos em Londres -isso era uma das melhores coisas de se morar na Inglaterra, todas as cidades eram meio que perto uma das outras-. Então, eu teria que escolher alguma coisa não muito longa para tocar, mas que valesse muito a pena e...

Soa Como Desastre (+18)Where stories live. Discover now