Amigos que se beijam • jjk+pjm

✧﹒💭﹒namorado ou amigo?﹐⇵﹒

• - ★ ₊˚⌗ 🪐'

Jeon Jungkook

Estou apaixonado pelo meu melhor amigo.

Sim, é um clichê, mas é algo que não consigo evitar. A maneira como nos tratamos diz muito, não é? Somos amigos, mas que tipo de amigos caminham de mãos dadas? Ou trocam olhares cúmplices durante as aulas?

Quando estou ao lado dele, sinto que nada mais me falta.

Ele me faz sentir especial e único. Nossa amizade começou no ensino fundamental, quando ele me emprestou seu lápis.

Tínhamos 13 anos. Ele era o novato e eu, o garoto tímido da turma. Precisávamos desenhar para uma atividade de artes, mas eu não encontrava meu lápis. Sentado ao meu lado, ele percebeu minha aflição e prontamente me ofereceu o seu.

"Usa o meu, tenho outro aqui."

Ele sorriu, e eu fiquei corado, sem entender o motivo.

A partir daquele momento, nos tornamos inseparáveis. Compartilhávamos gostos semelhantes e ele era a única pessoa com quem eu conseguia conversar abertamente, sem medo de dizer algo errado.

No início do ano passado, nossa dinâmica mudou. Estávamos tão próximos que nossas mãos se encontravam quase que involuntariamente. Parecia automático; eu precisava do toque dele para me sentir seguro, e ele sabia disso. Eu temia perder nossa amizade por qualquer desentendimento bobo. A insegurança ainda me acompanha.

Nossos encontros para fazer trabalhos escolares, especialmente em minha casa, terminavam com longas conversas sobre a vida, de mãos dadas, após concluirmos as tarefas.

Para mim, aquilo era normal, porque ele fazia parecer assim. Nunca questionei se era comum ou não.

Contudo, comecei a perceber que talvez aquilo não fosse típico de uma amizade entre dois rapazes. Ou será que a sociedade heteronormativa me fez pensar dessa forma? O fato é que as borboletas no estômago, que ainda sinto quando estou com ele, podem significar algo mais.

E não tenho medo disso. Em minha mente, já aceitei que meus sentimentos por ele vão além da amizade. O problema é a falta de coragem para expressar o que sinto, pois temo arruinar o que temos. Essa é a parte mais difícil.

Ele me vira do avesso, e sabe disso.
Somos fragmentos de pura euforia,
e ele sabe.

Fico bobo, perdido em pensamentos sem fim quando ele sorri.

Ah, ele me deixa louco.

Minha mãe gosta dele. Ela diz que adoraria tê-lo como genro. Fico morrendo de vergonha, e ele apenas ri, achando graça.

Por que ele age assim comigo? Por que me trata dessa maneira e ainda me chama de amigo?

Hoje, vou convidá-lo para ir à pracinha da cidade, só para passar o tempo juntos. Vou reunir coragem para perguntar:

Somos namorados ou apenas amigos?

Quero saber a verdade há muito tempo, e hoje será o dia.

— Bom dia... — murmuro ao vê-lo despertar ao meu lado, após mais uma noite compartilhada.

— Bom dia, neném — ele responde, preguiçoso, piscando lentamente enquanto observa o caos do meu quarto, bocejando e se espreguiçando.

— Sei que está quase na hora de você ir — digo subitamente, capturando sua curiosa atenção. — Você prometeu nunca partir, mas já faz mais de uma semana que você dorme na minha cama...