Amor em construção. - Vinnie Hacker

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         Vincent Hacker

Depois de um pé na bunda tomado e algumas cachaças, consegui compreender que o meu namoro não tinha mais volta, que no momento que aceitei a proposta o meu passado ficaria para trás e que agora não existia mais Celine e Vincent, e sim Aisha e Vincent. 

Por mais que hoje era sábado, resolvi que ao invés de ficar em casa no maior tédio, seria mais viável ir para empresa terminar alguns serviços que eu precisava resolver, haviam papeladas para por em dia, planilhas para atualizar e serem feitas e outros diversos problemas a serem resolvidos que só eu entenderia.

Estava tão focado que só me dei conta de que eram exatamente uma hora da tarde quando minha barriga roncou avisando que estava com fome e que eu precisava alimentá-la, afinal, a minha última refeição foi o café da manhã que havia sido feito as seis horas da manhã. Com uma certa preguiça pois não tinha nada em mente do que poderia ser meu almoço, levanto-me assim que o computador desliga, pego minhas coisas e fecho minha sala para poder ir embora, já tinha feito uma grande parte do que precisava, agora era o momento de relaxar e apreciar um pouco do sábado.

Com os olhos foçados no celular procurando um restaurante pelas redondezas, ouço o meu nome ser chamado, mas só dou atenção mesmo na terceira vez após ter levado um cutucão em meus ombros.

— O que um jovem como você está fazendo na empresa em pleno sábado? - Gaetano ou melhor, "meu sogro" questionou-me.

— Não tinha nada para fazer em casa, então decidi adiantar umas coisas da empresa. - o olhei. — E o senhor? O que faz aqui? Digo... meu pai odeia trabalhar de final de semana e isto fez-se uma regra, nunca comparecer em um sábado, mas como pode ver, o filho mais velho não a respeita. - Gaetano riu.

— Como você, vim resolver umas coisas e pegar o presente de Aisha que havia esquecido, comprei uma lembrança para a mesma, tentar fazer as pazes, sabe como é né? - Deu de ombros enquanto caminhávamos para o lado de fora. — Você já almoçou?

— Ainda não mas estou faminto. - Passo a mão na barriga para demostrar.

— Ótimo, assim poderá almoçar em minha casa, minha esposa preparou um almoço maravilhoso. - Olhou-me. – E tenho quase a certeza de que sua namorada estará lá.

Gaetano não esperou uma resposta minha, no momento que destravou o carro, ele me olhou, então, sem questionar ou inventar uma desculpa qualquer, entro no veículo fazendo com que o mesmo me acompanhasse. Agora que éramos da mesma familia e da mesma empresa, seria impossível não fazer parte de datas comemorativas ou almoço e jantar especial, não tinha mais jeito, eu teria que comparecer.

O caminho não foi um total silêncio da qual tinha pensado que poderia acontecer, pelo contrário, Gaetano estava feliz pela foto que havia saído de mim e de sua filha, em sua cabeça tudo estava andando conforme o planejado e ver Aisha fazendo sem reclamar, era uma grande vitória. Conversa vai e vem, finalmente chegamos em sua residência, o cheiro do almoço caminhava perfeitamente até nós, me deixando respirar fundo e sentir todo aquele aroma maravilhoso de comida caseira.

O clima parecia estar bom tanto do lado de fora com o sol esquentando a Itália, quanto na parte de dentro da casa, dava para ouvir algumas risadas vindo da parte da cozinha. Deixei com que o senhor fosse na minha frente, afinal a casa era dele e não minha e assim que ele deu passagem para que eu pudesse ver as pessoas que continham no ambiente, o clima pareceu pesar e o arrependimento de ter ido, bateu-me fortemente.

— Oh! Que bom que você veio Vincent, fique a vontade. - A mãe de Aisha cumprimentou com um abraço apertado, como se me conhecesse a muitos anos. Ela parecia ser bastante amorosa.

— Obrigado Senhora Belluci, espero não atrapalhar o almoço especial em família de vocês. - Digo tentando manter o sorriso em meu rosto.

— Magina querido, sente-se do lado de sua namorada. - Ouço um som de cuspe vindo atrás de mim, só assim consigo perceber que havia um garoto sentado do lado direito de Aisha. Após a fala da mulher, a bebida que ele tomava foi cuspida fazendo com que o mesmo pegasse um papel para se limpar.

— Lourenço, não sabia que tinha voltado para a Itália. - Gaetano sentou-se olhando para o rapaz, que na minha cabeça era algum parente da família.

— Foi apenas uma viagem curta para ver minha irmã e meu mais novo sobrinho. - Sorriu levemente. — Ela perguntou de você Aisha, disse que você precisa ir lá. - Passou um dos braços pelo ombro da garota que apenas assentiu positivamente e se afastou um pouco do garoto. — Na verdade, é para todos vocês comparecerem. - Disse ficando um pouco sem graça, após Aisha se esquivar dele.

— Assim que pegar férias, iremos visitá-la. Vincent, você vai amar a família de Lourenço, eles são um amor, sem contar, que não tem problema nenhum ex e atual estarem no mesmo ambiente não é? - A mãe de Aisha disparou nas falas e foi no final que eu descobri quem era o garoto que estava ali.

— Será que podemos comer agora?. - Foi a única coisa que a morena disse, depois de um clima desagradável preservar no ambiente.

As únicas pessoas que falavam durante o almoço, era os pais de Aisha e o seu ex namorado, eles tinham uma certa intimidade, da qual, provavelmente eu nunca iria ter. Não estava incomodado como a mulher em meu lado, era nítido a inquietação, dava para se notar o quanto ela queria ir embora dali.

— Quer ir tomar um sorvete depois? - Na minha cabeça apenas ela teria me ouvido, mas fui enganado, quando percebi certos olhares me encarando.

— Posso ir com vocês? Assim consigo te conhecer melhor. - Lourenço me olha tentando manter a pose de santinho.

— Na verdade, eu gostaria de ir sozinho com a minha namorada, para a gente aproveitar nosso final de semana. O que acha amor? - Digo pegando em sua mão por baixo da mesa e entrelaçando esperando uma resposta sua.