[🌾] obsessão.

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Roier havia acordado feliz e animado naquele dia, pois ele e Cellbit teriam um encontro oficial. Depois de tanto tempo naquele vai e não vai, o mexicano finalmente tinha tomado coragem o suficiente para chamar o brasileiro para sair em um encontro consigo, e agora estava extremamente ansioso.

Desde seu último "amor", Roier estivera sozinho, e por isso, estava muito nervoso. E se Cellbit fizesse a mesma coisa que Natalan e o rejeitasse? O abandonasse? Não. Roier não deixaria aquilo acontecer novamente, jamais.

Roier sabia que não tiraria seus olhos de Cellbit nunca mais no momento em que o conheceu.

Estava se preparando para o encontro quando uma Jaiden preocupada invadiu seu quarto, com seu famoso passarinho azul em seu ombro.

— Como estão seus ânimos? — ela perguntou enquanto fitava a figura de Roier que se encarava no espelho. O mexicano estava obviamente frustrado, lutando uma tensa e perigosa batalha contra a gravata que insistia em tentar amarrar.

— Estou preocupado, honestamente. — ele suspirou, sentindo que podia ser verdadeiro sobre seus medos e inseguranças com sua melhor amiga. — E se ele fizer a mesma coisa que Natalan?

Jaiden fez uma careta enquanto andava até Roier, ajeitando a gravata no pescoço dele.

— Ele é maluco, igualzinho a você. Duvido bastante disso, Roier. Se esse tempo todo vocês ficaram dando amassos e ele nunca deu sinais ou qualquer indício de que se afastaria, acho bem improvável ele o fazer agora. — ao terminar seu trabalho na gravata, deu leve batidinhas no peito do amigo. O passarinho em seu ombro piou feliz. — Tá vendo, Hatsune Miku concorda.

Roier riu, fazendo um breve carinho no passarinho. Se afastou brevemente de Jaiden e foi até uma gaveta escondida em seu armário, pegando uma faca que fosse pequena o suficiente para ele conseguir esconder em sua coxa, mas afiada e perigosa o suficiente para ser letal.

Jaiden arqueou a sobrancelha com a cena.

— Tá indo para um encontro ou uma batalha? — ela perguntou confusa e curiosa.

Roier apenas deu de ombros.

— Nunca se sabe.



[🌾]



Quando chegou no famoso e bonito restaurante da ilha Quesadilla, a primeira coisa que notou foi que ele estava anormalmente cheio para um dia como aquele. Garçons andavam de um lado para outro servindo e atendendo clientes, sem parar. Roier demorou alguns segundos até localizar Cellbit, que estava em uma mesa mais afastada ao canto, brincando com uma faca em uma das mãos enquanto levava uma taça com uma bebida – que Roier chutava ser vinho – em direção a boca.

Como ele conseguia ser tão sexy? Roier definitivamente estava obcecado com cada pequena coisa sobre aquele homem.

Logo se dirigiu até o brasileiro e se sentou na cadeira em frente a ele, sorrindo divertidamente.

— Bom te ver aqui, gatinho. — o mexicano fez o uso daquele apelido que agora já era normal entre ambos.

— Achou que eu te daria um bolo, Guapito? — perguntou rindo levemente. — Você é bonitinho demais para uma crueldade desse tamanho.

Roier riu enquanto se servia do vinho que estava em cima da mesa. Cellbit tinha seus cabelos rebeldes em uma bagunça completa, com suas mechas brancas caídas sobre o olho. Aquilo o deixava mil vezes mais atraente, Roier pôde observar.

Enquanto conversavam animadamente sobre assuntos aleatórios, um garçom se dirigiu até a mesa de ambos para recolher os pedidos.

— Eu vou querer torradas com caviar, e você, Guapito? — Cellbit o questionou enquanto alternava seu olhar do menu para o mexicano.

Roier, no entanto, não conseguia prestar atenção no que o brasileiro dizia porque sua atenção estava toda e totalmente focada na expressão que o garçom estava fazendo enquanto encarava fixadamente Cellbit. Seus olhos brilhavam e ele demonstrava estar claramente nervoso.

Roier não estava gostando daquilo, mas resolveu deixar de lado por ora.

— Pode ser a mesma coisa para mim também. — disse seco, tomando um longo gole de seu vinho.

Cellbit apenas franziu as sobrancelhas divertidamente, largando o menu na mesa. E assim voltaram a conversar normalmente, embora Roier estivesse um pouco mais alterado e irritado do que o normal, algo que Cellbit reconheceu mas preferiu não comentar.

Novamente, depois de algum tempo, o garçom voltou, mas agora com a comida de ambos. Roier, contudo, observou algo peculiar no prato de Cellbit. Havia um bilhete.

O brasileiro também parecia ter percebido aquele papel peculiar, tanto que o pegou em mãos para ler, e logo soltou uma risada, jogando-o sem jeito na mesa. Roier, curioso, pegou para ler também.

“Tenho te observado há um tempo. Você é muito bonito, gostaria de uma noite comigo?
Posso te provar que sei muito além do que apenas servir clientes.”

Roier sorriu bravo e sadicamente enquanto amassava aquele papel extremamente irritado, virando seu olhar para o garçom que agora sorria feliz enquanto servia outras pessoas. Cellbit apenas observava aquela cena com fascínio, ansioso para ver o que Roier faria em seguida.

— Licença, preciso ir ao banheiro. — se despediu formalmente enquanto andava em direção ao garçom, sussurrando algo em seu ouvido e logo sumindo da vista do brasileiro.

[🌾]

Depois de alguns longos minutos, Roier estava de volta, e dessa vez, parecia bastante animado. Cellbit observou que diferentemente de antes, ele não cheirava mais a colônia cara, mas agora, a produto de limpeza. Arqueou a sobrancelha mas nada questionou.

— Você deveria comer desse caviar, está uma delícia. — o brasileiro sugeriu, apontando para a comida intacta do mexicano.

— Ah, sim. Eu irei. — Roier disse animado enquanto partia um pedaço da torrada e levava a sua boca, fazendo uma expressão exagerada de satisfação.

De repente, houve um grito. E então, uma grande comoção perto da cozinha. Cellbit rapidamente se virou para a direção do barulho, tentando entender o que estava acontecendo.

— Mataram o garçom! — uma mulher de meia idade gritou enquanto apontava para um cadáver caído no chão, sangrando.

Peculiarmente, não haviam olhos no cadáver, e sua boca estava completamente destruída. O assassino havia tido um trabalho ao retirar os olhos da vítima e esfaquear sua cavidade bucal.

Cellbit moveu seu olhar lentamente para Roier.

— Por acaso isso tem dedo seu, Guapito? — perguntou sorrindo, se divertindo com aquela situação.

Roier limpou a sua boca e descansou a bochecha contra a mão que repousava na mesa.

— Acho que já está na hora de você saber, Gatinho… — ele falou de forma lenta e doce. — Eu te amo tanto que vou esfaquear qualquer homem que tentar falar com você.

O olhar de Roier era sombrio, e prestando uma atenção melhor na figura do mexicano a sua frente, o brasileiro conseguiu distinguir algumas gotas de sangue no pescoço dele.

Cellbit sorriu enquanto se inclinava em direção à Roier, limpando aquelas gotas que ficaram ali.

— E eu te amo tanto que vou destruir qualquer homem que colocar os olhos em você. — sussurrou baixo com sua voz rouca.

Definitivamente, Cellbit nunca seria como Natalan.

Roier finalmente havia achado o amor verdadeiro.

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