13 l ÁUSTRIA

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Get me with those green eyes, baby

10 de julho de 2022
Red Bull Ring Circuit
Spielberg, Áustria

Lunna podia ser nova no mundo da Fórmula 1 e das rivalidades entre as equipes, mas ela já estava há tempo suficiente para saber, e sentir, que estar na casa da Red Bull não era um dos melhores finais de semana para a escuderia italiana.

Tudo era sobre a Red Bull e Max Verstappen. A cor laranja dominava as arquibancadas, Martínez não aguentava mais escutar a música Super Max nos alto-falantes do lugar. Havia algumas bandeiras mexicanas espalhadas também, mas nem se comparava com a quantidade de faixas para Max.
Chegava a parecer que o piloto era único na equipe.

Principalmente após a corrida sprint do dia anterior, que Max liderou com vantagem, com Daniel Ricciardo em segundo, sendo seguido por Charles Leclerc e Carlos Sainz, respectivamente.

Lunna só queria que aquele fim de semana acabasse. Todos na escuderia estavam uma pilha de nervos, já que Daniel Ricciardo parecia estar fazendo milagre com sua McLaren e roubando pontos preciosos da Ferrari. O que antes era uma disputa somente com a dona da casa, passou a ser com a equipe inglesa também. E a escuderia italiana parecia começar a ficar distante do seu objetivo.

— Precisamos de um pódio duplo hoje para irmos pra França mais tranquilos — Caco disse para Martínez assim que Carlos entrou e acelerou com o carro para a volta de apresentação.
— Ele comentou comigo, nada pode dar errado hoje — ela respondeu, pegando em seu pingente da deusa Cibeles e desejando internamente que ela a escutasse.

Carlos precisava de outro pódio depois da vitória em Silverstone, a constância era necessária naquele momento.

As luzes verdes se apagaram e a corrida na casa da Red Bull começou. Era impressionante o que as três escuderias estavam fazendo na pista nos últimos anos. O que era somente uma dominância da Mercedes e depois uma briga entre Hamilton e Verstappen, deu espaço para uma verdadeira batalha entre Ferrari, Red Bull e o cavalo azarão, Daniel Ricciardo com sua McLaren. O australiano, para a surpresa de todos, conquistava cada vez mais pontos e vitórias, tornando-se uma verdadeira preocupação para as duas equipes que achavam que o mundial estava entre elas.

E mais uma vez Daniel estava na frente, só que naquele dia, o carro 55 conseguiu uma largada fenomenal e estava em suas costas, como se sua vida dependesse daquela ultrapassagem, enquanto Charles e Max disputavam o terceiro lugar.

— Ele tá tirando o máximo do carro! — Oñoro comemorou e Lunna concordou, sem tirar os olhos da tela.

Martínez achava incrível ver o espanhol correr. Cada pequeno detalhe, a forma que ele segurava o volante, a forma como mesmo estando a mais de 300 km/h ele conseguia ter uma visão estratégica da corrida, que muitas vezes mudava positivamente o desempenho da equipe ao longo do fim da semana. Lunna o admirava como esportista. E sabia o quão perdida estava em Carlos Sainz Jr. para ter aquilo em mente.

— Tem algo errado — disse ela mais para si mesma que para Oñoro, que ainda estava ao seu lado, quando percebeu Carlos pressionar o volante ainda mais forte.

Bastou cinco segundos para que os engenheiros do pit começassem a se movimentar e falar em seus rádios, até que Carlos pôde ser escutado por todo o box.

— Não, não — sua voz era enraivecida. — Isso é inacreditável.

Tudo foi muito rápido, mas pareceu durar uma eternidade.

O MOTOR, NÃO, NÃO, O MOTOR.

Os gritos de Carlos podiam ser escutados no box como se estivessem amplificados, enquanto as imagens do motor explodindo, fazendo com que o carro vermelho começasse a pegar fogo, passavam em alta resolução em todas as televisões espalhadas pelo box.

THE CIBELES • CARLOS SAINZ JR.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora