03 l A MELHOR DAS MELHORES

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All I know is a simple name, everything has changed

🌙

1º de abril de 2022
Madrid, Espanha

Lunna abaixou com cuidado a perna de Daniel Villagers quando percebeu a expressão de dor tomar conta do rosto do jogador. O inglês passou as mãos pelo cabelo e bateu na maca, frustrado.

— Tudo culpa daquele merda — grunhiu ao sentar-se com dificuldade. — Sério, Martínez, que ódio. Qual o veredito?
— Mais uma semana e meia. Não vou liberar você para voltar antes de jeito nenhum, o músculo ainda não se recuperou totalmente.

Daniel pousou os olhos sobre ela, mas desviou rapidamente, tamborilando os dedos na maca como se estivesse planejando algo.

— Nem tente bancar o esperto para cima de mim, você sabe.
— Infelizmente — murmurou. — Odeio você por ser minha preparadora, odeio o filha da puta que fez isso com minha perna. Juro para você, Lua, irei fazê-lo pagar na próxima vez que jogarmos.
— Você não vai fazer ninguém pagar, se comporte. Vigiarei de perto e já estou repassando o diagnóstico de hoje para o fisioterapeuta do Real.
— Posso te demitir, sabe disso, não é?

A morena soltou uma risada, mexendo rapidamente no iPad em suas mãos.

— Já enviei.
— Você não consegue mudar umas coisinhas?

Lunna fuzilou o jogador com o olhar.

— Qual é, não custava nada perguntar.
— Você é idiota, Daniel Villagers. Muito idiota.

O jogador balançou os pés como uma criança e suspirou pesadamente. Daniel havia lesionado-se após uma entrada forte de Andreas Christensen, no primeiro jogo das quartas de final da Champions League contra o Chelsea. O time que Daniel mais odiava depois do Barcelona.

O inglês não saiu de campo – forçou até o final do jogo, mesmo com os músculos implorando por descanso. Daniel foi até o limite do seu corpo e, quando Martínez o viu esfregar as mãos na coxa direita e seu olhar em chamas, soube que era sério. Mas Villagers só estava preocupado em trazer a vitória para casa e assim o fez, mesmo tendo que lidar com as consequências de ser tão imprudente.

Lunna sabia o quanto ficar longe dos gramados deixava Daniel louco, mesmo que fosse por três semanas. Ele só estava a uma semana e meia afastado e o Real Madrid tinha conseguido perder de maneira vexatória o El Clássico: 4x0 pro Barcelona. Em pleno Santiago Bernabéu. Com Villagers encarando tudo do banco de reservas sem poder fazer nada. Martínez tinha consciência que a situação era frustrante, como amiga, torcedora e preparadora; mas ficar longe dos gramados e estar cem por cento recuperado era a melhor coisa que Daniel poderia fazer naquele momento.

— Vai estar em forma para o jogo contra o City. Você não os suporta, não é? Vai poder acabar com eles — ela fez carinho nos ombros do atacante. — Aproveite esse tempo para curtir suas meninas e a sua esposa.

Daniel nada respondeu, mas balançou a cabeça em um sinal positivo

— Até o jantar — ela se despediu.
— Não vou.
— Vai, sim. Não faça essa desfeita com Rosie, você sabe que as coisas estão diferentes desde que...
— É, eu sei, odeio Sergio também. Ele deveria estar aqui — ele jogou a cabeça para trás, massageando as têmporas. Aquele ainda era um assunto difícil para todos. — Vou treinar superiores agora.

Lunna coçou o queixo e Daniel estendeu a mão fechada em um sinal para ela responder com outro soquinho. Lunna sorriu e bateu.

— Até mais tarde, pimentinha.
— Não force muito a perna direita.
— Apenas superiores. Preciso dos meus músculos em forma para quando for jogar contra aquele palhacinho.

THE CIBELES • CARLOS SAINZ JR.Where stories live. Discover now