06 l IMOLA

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And I'd be smart to walk away but you're quicksand

🌶️

20 de abril de 2022
Imola, Emília-Romanha

Lunna adorou saber que eles tinham as quartas-feiras livres, assim poderia correr pela manhã sem se importar com o horário de ir para o paddock.

A espanhola já havia estado em Imola e adorava a paisagem da comuna italiana; gostava do ar rural e das colinas visíveis, mesmo sendo uma amante das grandes cidades urbanas e praianas.

Optou por ficar no mesmo hotel que Ellie e Beatrice estavam hospedadas junto da McLaren, o Podere Zampiera Vecchia, ao invés de seguir para Maranello, a verdadeira casa da Ferrari, onde todos os seus empregados estavam e Carlos Sainz era dono de um apartamento pelas proximidades. Martínez achou prudente ficar distante de Carlos quando não fosse necessário estarem juntos, por mais que fossem se encontrar naquela manhã para treinar e à noite, no jantar das equipes que Caco Oñoro tinha decretado que sua presença era fundamental, porque ela fazia parte da Famglia Ferrari.

— Sabe, você poderia ter se hospedado em Maranello. Eu tenho uma casa lá, sabia? — Carlos reclamou assim que se aproximou de Lunna, que já o aguardava na porta do hotel.
— Bom dia para você também — ela fez sinal com a cabeça para o espanhol lhe acompanhar. Por sorte tinha escolhido um hotel com uma academia equipada e conseguiu reservar duas horas somente para eles. — Minhas amigas estão aqui.
— Sim, Cariño, mas eu estou lá — murmurou ao pé do seu ouvido, e Lunna balançou a cabeça negativamente.

Carlos Sainz era um verdadeiro perigo. Como se fosse uma areia movediça que a puxava para dentro dele. Estar em sua presença era perigoso. Um perigo com um cheiro ótimo. Seu perfume tomou conta de todo o lugar; um frescor marcante e intenso com toque amadeirado que chegava a ser provocante.

— É apenas uma hora de lá para cá, e com certeza você deve tirar menos — Lunna não mentiu. Realmente gostava de correr quando tinha a estrada livre, afinal, dirigia uma Ferrari esportiva e seria burrice não tirar o melhor do que ela poderia oferecer. — Não deve ser um problema. Vamos começar, está pronto?

Carlos sorriu.

— Sempre, Cariño.

Ela deu play em sua playlist e, ao som de Bad Bunny, Carlos começou a primeira execução da série de pernas.

Terminaram após uma hora e quarenta minutos com o espanhol reclamando, deitado no chão gelado da academia. Lua era bem rígida com Carlos, não amolecia nunca, nem mesmo quando ele ameaçava despedi-la. A madrilenha já estava vacinada contra aquelas ameaças e reclamações graças a Daniel Villagers.

Após pesar o piloto, ela sorriu satisfeita com os resultados que conseguiram dentro daquelas semanas. Não que o espanhol precisasse emagrecer, mas era importante manter o nível de massa magra equilibrado assim como o restante de suas medidas. Um dos grandes desafios da preparadora era manter o peso sob o esperado, pois acabava influenciando em tudo dentro do cockpit, já que quanto menos pesado fosse o carro, mais rápido ele correria.

— Você perdeu peso. Está com sessenta e sete quilos e dezessete por cento de gordura corporal. Muito bem, Cabrón. Tem tomado a suplementação alimentar?
— Todo dia pela manhã. A meta é bater os sessenta e cinco quilos, certo?

Lunna assentiu, entregando para ele uma garrafa de água.

— Essa é a medida perfeita para estar nos carros, mas pode variar, então você está dentro do planejado. Inclusive, pode chegar até aos sessenta e nove — ela respondeu, e Carlos assentiu. — Eu não quero que se prenda a esses números, isso é minha função. Não te quero obcecado com o seu peso, porque não tem necessidade alguma.
— Cariño, ultimamente tenho outra coisa mais importante que quero ficar obcecado — ele não tirou os olhos da madrilenha nem mesmo para fechar a garrafa que ela havia lhe entregado. Lunna desviou o olhar ao sentir seu corpo inteiro arrepiar. Aquilo estava ficando cada vez mais perigoso. — Te busco aqui às sete.
— Ah, não se preocupe, vou com Daniel e...
Às sete eu estarei aqui — frisou ao pé do ouvido da preparadora, segurando em sua cintura, aproveitando para lhe dar um beijo na bochecha. — Não costumo me atrasar. Obrigado pelo treino de hoje.

THE CIBELES • CARLOS SAINZ JR.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora